Capítulo 13

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- Shhh...
A boca do Poncho era como uma brisa de verão que lhe roçava os lábios. Seus dedos já tinham chegado aonde queriam chegar e a mão que antes explorava seu corpo, agora abrangia completamente um de seus seios, chocando-se com o duro mamilo, excitando-a com cada movimento, alterando seu corpo como estava alterando completamente sua boca.
Anahí abriu os olhos e sua respiração se acelerou. Tinha seu rosto tão perto que tudo o que podia ver dele era sua boca. barbeou-se pela manhã e tinha sabor de fumaça, café e hortelã, mas, essa mão...! Pôde agarrar-lhe justo quando ele apanhava entre o polegar e o índice o duro mamilo e lhe cravava as unhas, fazendo que Anahí gemesse... Custou-lhe muito trabalho fazer que apartasse a mão em questão. Tinha medo das novas sensações que se estavam despertando em seu corpo. Tinha medo de Alfonso.
-De acordo -disse ele de repente, sem ofender-se .
Os olhos de Anahí lhe disseram tudo o que precisava saber, e a olhou com tal reverência que lhe custou trabalho acreditá-lo que tinha visto em sua expressão.
- O anzol -recordou-lhe ela.
- Sim, mais tarde. Agora quero esse beijo.

O coração lhe pulsava tão grosseiramente que quase não lhe era possível respirar. A cabeça de Poncho voltou a inclinar-se para ela, e ficou esperando o contato com sua boca, com uma espécie de sentido de antecipação. Seus lábios eram quentes e esquisitamente carinhosos. Fechou os olhos com um suave suspiro e lhe deixou fazer o que quisesse. Ele se acomodou entre esses trementes lábios e a fez provar a textura dos seus. As mãos de Anahí se deslizaram pelos duros músculos das costas de Poncho em uma agonia de desejo.
-Está bem - murmurou ele agasalhando-a entre seus braços-. Quero te ter muito perto de mim. Anahí lhe tocou a cara.
-Alfonso. - sussurrou.
-Levo anos esperando te ouvir dizer meu nome dessa forma -murmurou ele-. Anos, séculos...
- Mais- lhe suplicou ela-. Mais, por favor...!
Nesse mesmo momento, a língua de Poncho se introduziu por entre os dentes de Anahí no escuro calor de sua boca, explorando-a selvagem e minuciosamente.
Um estranho tremor a percorreu quando se pegou literalmente a seu corpo. Desejava-lhe. Todo seu corpo o estava dizendo. Saboreou com todos seus sentidos enquanto ele se ocupava de lhe apertar os seios com seu robusto torso, e suas bocas se uniam apaixonadamente. Um tremor sensual percorreu o corpo de Anahí, um tremor que fez que se acoplasse ainda mais ao corpo de Poncho. Queria sentir sua pele em contato com a dele, o maravilhoso corpo de Poncho sobre o seu, dentro do dele, possuindo-a. Queria sentir sua boca nos ansiosos seios.
Quando ele levantou de repente a cabeça, foi como se a tivessem atirado ao chão de um empurrão. Suspirou.
Poncho a virou para trás e quase lhe arrancou uma parte da camiseta.
- Demônios! -murmurou.
O anzol tinha atravessado a camiseta e lhe tinha metido no bolso de sua camisa.
Anahí riu.
-Parece que te enganchei.
Ele ficou olhando outra vez. Durante um comprido momento. Parecia como se não a tivesse visto nunca até essa manhã, ao julgar pela quantidade de vezes que ficou assim desde que ela foi recolher lhe.
- Nunca te tinha visto rir assim.
-Porque nunca antes me havia sentido assim. Quero dizer, tão relaxada, tão contente; aqui, passeando tranquilamente... e sendo eu mesma.

-Fica quieta enquanto sigamos enganchados - disse-lhe enquanto tratava de tirar o anzol do bolso-. Maldita seja! Acredito que vou ter que cortá-lo.
Então, tirou-se do bolso uma velha navalha. -Sinto muito, garota, mas é a única forma. Já te comprarei outra camiseta - disse-lhe enquanto começava a cortar o tecido.
-Não tem por que fazê-lo, ao fim e ao cabo foi minha culpa.
-Fica aquieta para que não te corte - disse-lhe voltando a deslizar a mão sob a malha outra vez. Anahí se sentiu tremendamente feminina ao ver essa cena. E a mão dentro de sua camiseta, e ficou olhando como que fascinada enquanto ele manipulava o anzol; Poncho se deu conta desse olhar e a devolveu.
- Por que não quer que te toque?
O lábio inferior-dê Anahí tremeu um pouco.
-É... é que ninguém me há tocado... Dessa forma desde que tinha dezoito anos, Alfonso.
-Se tivesse continuado um minuto mais, seguro que me teria deixado fazer mais coisas, verdade? -perguntou-lhe ele
Ela se umedeceu os lábios e seus olhos cinzas procuraram os verdes dele dubitativamente.
-Não acredito que tivesse passado isso.
-E por que não? Eu sou humano, Anahí. Posso ser um besta e estar ao meio civilizado, mas sou perfeitamente capaz de desejar a uma mulher.
-Oh! Eu não queria dizer isso. Alfonso você... Você te deitastes com mulheres, não?
O tempo parecia haver-se detido entre eles.
-Sim, os homens não. -disse-lhe ele em brincadeira, mas sem rir.
- É que eu nunca estive na cama com um homem -sussurrou ela.
Poncho pareceu sentir saudades.
-Tem já vinte e seis anos.
Ela sorriu nervosamente. O lhe ter tão perto a estava afetando tremendamente.
-Já sei. Crer que deveria me inscrever no livro Guinness dos recordes?
-Não se me segue olhando assim.
-Oh, sinto muito - respondeu-lhe ela quando se deu conta de como lhe estava olhando.
-Excita-me -disse-lhe ele, voltando a emprestar atenção ao anzol-. Agora, quieta -deu-lhe quando terminou de tirar-lhe.
-Obrigado.
-De nada -respondeu-lhe Poncho secamente.
-Alfonso, eu não queria dizer que... -disse-lhe, perdendo o fio de seus pensamentos quando olhou aos olhos-. Não sabia... Não tentava...
-Deixa-o - respondeu-lhe ele lhe alargando a cesta de pesca com uma cálida e inteligente olhar de compreensão-. Faz já muito tempo que não estou com uma mulher - disse-lhe lentamente. - Foi um momento como fora do tempo, isso é tudo. Não há nada que temer.

- É obvio -disse-lhe ela, reagindo e controlando o nervosismo. Comportou-se como uma jovenzinha tímida e agora sabia, que, embora era certo que Poncho necessitava lições de como comportar-se, não ocorria o mesmo quanto a fazer o amor se referia. Sabia exatamente o que fazer com uma mulher. Desde que lhe conhecia, nunca tinha pensado nele como amante, e agora lhe era completamente impossível pensar nele de outra forma. Continuaram durante um bom momento falando de generalidades e, quando capturaram um bom número de peixes, recolheram suas coisas e voltaram para a casa.
-Passei muito bem hoje, obrigado - disse-lhe ela.
Não gostava nada de separar-se dele, isso era curioso, já que sempre passado tinha querido manter-se fora de sua vista.
- E eu -replicou-lhe ele. Poncho a ficou olhando durante um instante.

-Quer ficar para jantar? Poderíamos cozinhar juntos o que pescamos.
Deveria que lhe dizer que não, mas não o fez. Em vez disso, lhe acendeu o rosto e lhe sorriu.
-De acordo!
-Poderia limpar os peixes você? Anahí franziu o cenho.
- Alfonso, chateia-me enormemente te dar a impressão de que não sei fazer nada, mas meu tio não pescava, já sabe.
-Sim, e limpar peixe não é algo que se aprenda universidade, verdade, senhorita?
Poncho não disse aquilo de uma forma insultante e ela sabia. Em resposta, acariciou o rosto.
-É que lhe incomodam minhas origens?
-Não. Se quiser, posso-te dizer que pensei muito em ti. Até que você chegou, nunca tinha conhecido uma verdadeira dama.
-Suponho que haveria vezes que não pensaria isso de mim - murmurou ela sorrindo-lhe e lhe seguindo até a cozinha.
-Sim, às vezes é um pouco teimosa, de acordo - e nesse mesmo momento, agarrou-a pela cintura e atraiu para si, atraindo-a contra seu corpo, eu gosto de você dessa forma Annie. Uma mulher com temperamento - murmurou inclinando-se sobre ela, - Está acostumada a ser muito apaixonada...
A boca de Alfonso chegou sua outra vez e Anahí deixou escapar um murmúrio de satisfação, saboreando esse robusto beijo.

Quando ele levantou a cabeça, os olhos lhe brilhavam com uma nova emoção.
- Por que tem feito esse ruído? Por medo ou por prazer?
Os lábios do Anahí tremeram e, turvada, apartou-se um pouco dele.
- Vou começar a preparar o peixe.
- Bom, então vou cortar as batatas para as fritar.
Foi um jantar tranquilo. Anahí desfrutou dele, mas Poncho parecia preocupado
- O que te passa?
- É que não gostaria de ir a festa, antes queria que me ensinasse a dançar.
Já estava fazendo-o de novo. Estava utilizando esse tremendo atrativo que ela não tinha sabido que tinha até então.

Tal como é - ayaOnde histórias criam vida. Descubra agora