-Tem fome? -perguntou-lhe Poncho um momento depois.
-Eu gostaria de comer uma salada.
-Isso é comida para coelhos. Pode comê-la qualquer outro dia.
-Vais me levar a um lugar especial?
-Você gosta das crepes?
-OH, sim!
-Um boiadeiro que conheço me falou que um lugar. Poderíamos ir ali.
O lugar resultou ser o restaurante de um hotel; bastante elegante, por certo. Anahí se viu assaltada então por um montão de dúvidas a respeito de como ia terminar aquilo; mas, se não entravam nunca em lugares como aquele, não ia poder lhe ensinar a forma de comportar-se neles. Assim cruzou os dedos e o seguiu ao interior.
- Têm uma reserva, monsieur? -perguntou-lhes o maitre enquanto recorria displicentemente com o olhar-. Temos muita gente hoje dentro havia algumas mesas vazias; Anahí as podia ver, e sabia ao que se deviam as palavras do maitre. Tocou- brandamente o braço ao Poncho e sussurrou.
-Lhe dê uma gorjeta.
-Uma gorjeta? -gritou Alfonso olhando ao homenzinho com uns olhos como facas. -É um corno! Quero uma mesa! E é melhor que me dê uma rapidamente, porque se não vá estampar a você e a seu ridículo acento francês contra a porta.
Enquanto dizia isso não parou de fazer caretas e Anahí colocou a cabeça entre as mãos.
- Uma mesa para dois, monsieur? -disse o maitre com um sorriso nervoso-. É obvio! me sigam, s'IL vous plait!
-Lhe dar uma gorjeta! Se o único que terá que fazer é falar da forma adequada- seguia discutindo Poncho.
Ela não respondeu, tratava de manter-se afastada, para ver se assim as pessoas acredita-se que estava sozinha. Todo mundo lhes estavam olhando.
-Não fique por aí detrás, que te vais perder - disse-lhe Poncho agarrando-a pelo braço e quase arrastando-a para a mesa que lhes estava indicando o maitre- Aqui é, sente-se.
Deixou-a cair em sua cadeira e se aproximou uma para ele.
-Que tal ? Traga os menus?
O maitre ficou de cor rosa.
-É obvio, em seguida.
Então, assinalou um garçom com um gesto quase cômico.
-Henri se ocupará de vocês, monsieur, mademoiselle... -disse-lhes retirando-se imediatamente.
Henri se aproximou da mesa e lhes deu os menus com uma espécie de genuflexão.
-Querem os senhores estudar um momento os menus?
-Não, demônios. Queremos crepes - lhe disse Poncho assinalando o princípio do menu
- Eu quero uns cinco e lhe traga dois, precisa alimentar-se. E nos traga uns cafés.
Annie olhou debaixo da mesa, perguntando-se se não poderia colocar-se ai debaixo.
-Oui, monsieur. Quer a lista de vinhos? .
-Demônios, e o que quer que faça com isso? - Pergunto-lhe ao garçom, encarando-se com o - não tenho nem maldita ideia do vinho que me possa trazer. Quer que te traga uma lista de minhas cabeças de gado? Tenho algumas centenas...
- Agora mesmo lhe trago? O café, monsieur. - lhe respondeu o garçom, desaparecendo depois rapidamente.
-Isto é fácil -disse Poncho sorrindo a Anahí.- Quem disse que era difícil entender-se com o serviço nos restaurantes caros?
Ela se cobriu o rosto com ás mãos de novo. Tratando de mantê-lo suficientemente calma para lhe explicar algumas coisas. Mas enquanto isso, o tinha visto outro boiadeiro conhecido no outro estremo do salão.
- Ben - grito-lhe com a voz poderosa que se ouvia tão bem na pradaria e muito mais aquele naquele abarrotado restaurante. Como está funcionando teu novo semental? Creio que suas vacas vão ter bons bezerros na próxima primavera?
- Isso espero, Poncho! - gritou a sua vez o boiadeiro, levantando o copo de vinho a modo de saudações. Poncho não tinha nada a mão para lhe devolver a saudação, assim se limitou a levantar a mão.
- É para isso que se usa aqui o vinho? –disse a Anahí. Para brindar. Talvez é melhor que peça uma garrafa.
-Não! disse-lhe ela, lhe agarrando pela mão quando Poncho já a ia levantar e olhava a seu redor para ver por onde andava Henri.
O fico então olhando a mão de Anahí, que parecia pequenina em comparação com sua enorme mão.
-O que faremos mãozinha? -murmurou ele brincando, enquanto lhe apanhava os dedos com os seus.
Nesse mesmo instante pareceu como se todo o bom humor que tinha demonstrado até então se evaporasse. Procuro com o olhar seus olhos cinzas e lhe percorreu a suave pele da mão com a ponta dos dedos, seguindo a textura. O coração de Anahí começou a pulsar grosseiramente
- És suave - murmurou o- Suave como seus lábios. - Ficou olhando durante um instante o lábio inferior. -Eu gostaria de te beijar estando sóbrio ... lhe disse em voz muito baixa- Só para saber como pode ser.
A Anahí tremeram as mãos e sentiu como se houvesse posto doente. Por sua parte, a mão do Poncho se contraiu e atraiu a sua para sua boca.
- Cheira a perfume. E lhe sobe isso à cabeça como se fosse uísque quando me olha assim.
Ela tratou de apartar a mão, mas ele não a deixou.
- Me disse que me foste ensinar. - lhe recordou sorrindo.- Só estou tratando de fazer algumas práticas.
- Disse-te que te ia ensinar educação. Assim faça o favor de não voltar a te enfurecer com o maitre nem com os garçons, além de não te pôr a gritar em meio de um restaurante como este, Alfonso.
- De acordo!- lhe respondeu ele passando-os dedos dela pelo queixo. Que mais não tenho que fazer?
-O que estas fazendo exatamente agora.
-Só estou segurando sua mão.
Mas não parecia que fosse somente isso. O que parecia na realidade era que tinha tomado posse dela; uma posse total e completa de sua mente, de seu coração e, inclusive, de seu corpo.
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Tal como é - aya
RomanceO mal educado granjeiro Alfonso Herrera queria aprender boas maneiras para assim apaixonar a uma mulher, e Anahí Puente era a única pessoa do povo que teria a suficiente educação para levar a cabo esse trabalho. Nenhuma outra mulher se atreveu a apr...