Ao fim e ao cabo, ele era sua criação, lhe estava ensinando. Sim, isso devia ser. Mas, se era assim, por que estremecia quando pensava em Alfonso ?
Fechou os olhos e começou a contar ovelhas.
Maite foi no dia seguinte ao escritório. Levava alguns documentos do banco.
-Aqui estão os papéis do crédito - disse sorrindo. A que hora vamos ver o advogado?
-Hoje às cinco disse Anahí - Está contente?
-Só extasiada. Tenho que ir ao rancho de Poncho para ver esse touro, por que não vem junto e comemos juntas na volta?
-Sim, eu gostaria - disse-lhe Anahí. Angie, fecha a meio-dia, quando for almoçar. De acordo?
Angie assentiu. -Que se divirtam.
Divertir-se! O coração de Anahí ia já a toda velocidade quando se meteu na caminhonete de Maite. Na realidade não queria ver a Poncho, mas ia jantar a sua casa essa noite, assim não podia evitar fazer a de todas formas.
Poncho não estava na casa quando chegaram e a porta estava fechada .
- Onde poderá estar? -perguntou-se Maite-. Estou segura de que sabia que ia vir... olhe, aí está a caminhonete do rancho.
Ambas se dirigiram ao celeiro. Anahí desejou então não haver-se "posto esse bonito" conjunto branco e azul que levava. Mas, quando entraram no celeiro e viu a cara de aprovação de Poncho, pensou que, no fim, não tinha feito mal. Ele estava de joelhos ao lado de seu touro, com Cris a seu lado, e parecia como se não pudesse tirar o olhar dela.
Ambos os homens ficaram em pé e Anahí não pôde evitar dar-se conta de quão contente parecia haver ficado Maite.
Levava uns jeans e uma camiseta, também levava o cabelo recolhido em um coque, mas tinha um aspecto muito feminino. Poncho lhe dedicou um amplo sorriso e a abraçou.
-Esta é minha melhor garota! -disse ele, e a Anahí de repente deu-se uma ganha de lhe assassinar.
-Como segue meu paciente? -perguntou-lhe May lhe devolvendo o abraço enquanto Cris lhes olhava com uma expressão que Anahí não pôde decifrar.
-Bom, está mais ou menos igual - suspirou Poncho olhando ao touro.
Ainda tinha um braço ao redor de May e Anahí notou que esse gesto a fazia dano quase que fisicamente.
-Acredito que vamos lhe dar uma dose mais forte do mesmo. É muito provável que possamos lhe salvar, Poncho.
-Espero que o faça, se não, sei de quatro ou cinco de minhas vacas que vão morrer de tristeza. De fato, já não estão igual a quando este estava funcionando como deve ser.
Anahí avermelhou, mas Maite só pôs-se a rir, e saiu a procurar sua maleta.
-Ajudo-te -disse-lhe Cris e saiu detrás dela rapidamente.
Anahí nunca havia visto semelhantes pressas no capataz.
Quando ficaram sozinhos, Poncho ficou olhando com os braços na cintura e as pernas abertas.
-Está muito tranquila. E não quer me olhar, por que?
Anahí olhou ao touro como se não tivesse ouvido o que Poncho acabava de lhe dizer.
-O que lhe passa? -perguntou nervosamente.
Ele se aproximou ainda mais, ignorando a pergunta. Ficou tão perto dela que teria podido lhe cheirar, lhe sentir, lhe tocar se tivesse atrevido. Tinha a camisa ao meio aberta .E se ela tivesse desejado abrir-lhe de tudo de um puxão...poderia.
As mãos de Poncho rodearam seu ovalado rosto e fizeram que olhasse nos olhos.
-Ainda tímida, Annie?
Ela voltou a avermelhar e tratou de desviar o olhar, mas ele não a deixou.
-Esta noite - disse-lhe ele fazendo dessa frase uma promessa.
Os lábios de Anahí tremeram quando ele começou a inclinar-se sobre ela, mas justo quando já tinha a boca aberta e os lábios de ambos começavam a unir-se, ouviram fechar-se de um golpe a porta da caminhonete.
Poncho riu.
-Parece que não vou poder te beijar alguma vez sem que alguém nos interrompa, verdade?
Anahí não passou por cima o olhar de curiosidade que Poncho dirigiu a Maite e Chris quando entraram, nem a forma em que ele ficou rapidamente aliado do touro. Ele estava tratando de pôr ciumenta à outra garota?
Anahí não voltou a falar durante o tempo que permaneceram ali. Quando Maite terminou seu trabalho, faltou-lhe tempo para subir à caminhonete Poncho a intimidava.
- Estiveste muito calada hoje -disse-lhe Maite quando pararam pra comer um hambúrguer em um restaurante.- Poncho e você brigaram ou algo assim?
-OH, nada disso. Nós... Bom, o que passava era que não sabia o que dizer, isso é tudo. Não sei muito a respeito de animais.
-Pois eu adoro, sempre a verdade é que não imagino que pudesse ser outra coisa mais que veterinária. -nesse momento ficou olhando suspicazmente a Anahí- . Falando de outra coisa, o que estava passando no celeiro quando entramos Cris e eu? Estava muito estranha, como nunca te tinha visto antes. Poncho fez algo?
-Deveria saber, que não há nada entre Alfonso e eu.
Anahí ficou nervosa e deu uma cotovelada o refresco, que lhe caiu em cima do vestido.
Maite saiu correndo pra pegar uns guardanapos e Anahí ficou ali quieta com o vestido sujo, perguntando-se se seria muito indigno chorar. O resto do dia não foi melhor. Não vendeu nada e a única coisa que fez foi acompanhar May ao advogado. Quando terminou a jornada, deu-se conta de que não tinha pensado nem sequer no que ia fazer de jantar. E Poncho ia a sua casa!
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Tal como é - aya
RomanceO mal educado granjeiro Alfonso Herrera queria aprender boas maneiras para assim apaixonar a uma mulher, e Anahí Puente era a única pessoa do povo que teria a suficiente educação para levar a cabo esse trabalho. Nenhuma outra mulher se atreveu a apr...