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A água morna escoria de meu corpo para o chão molhado. Eu já havia terminado de tomar banho e agora estava parada olhando para o nada enquanto espremia meu cabelo para fazê-lo ficar menos insopado. O banheiro inteiro estava meio embaçado por causa da água morna, mas acontece que lá fora estava frio, então, eu precisava manter meu corpo aquecido antes de pelo menos sair de casa e para sair de casa eu precisava me arrumar logo, então, eu peguei o roupão que estava pendurado ao lado de fora do box de vidro e me cobri.

Fui em direção ao closet, assim que entrei no mesmo, caminhei até o grande armário que cobria duas paredes inteiras mas que não tinha tanta coisa assim.
Eu vesti minhas roupas íntimas, e então fui escolher o que eu vestiria.

Olhando para as tanatas roupas — Que não chegavam a ser tantas assim — eu avistei uma capa de roupa. Era preta e me impedia de ver o que havia ali, mas eu não precisei abrir por que eu sabia que era o vestido vermelho que eu usei na festa de Hiun. Claramente uma roupa que me fazia ter lembranças daquela noite, que, consequentemente me fizeram lembrar de como eu me sentia estranhamente em casa naquela lugar.

Malditas verdades escondidas. Elas se tornaram mentiras?

Meus olhos desceram até o final da capa de vestido, parando assim, nas gavetas que havia no compartimento ao lado daquele que era para ter vários vestidos, mas tinha mais os que Mina me emprestava do que vestidos de festas.

Aquele closet havia sido organizado por alguém que eu nem conseguia imaginar quem seria essa pessoa. Eu não sabia o que havia ali, nem a ordem das coisas e nem havia me interessado em procurar pelas peças de roupa ou coisas que poderia ter ganhado.

Eu havia ganhado uma casa. Isso já era de mais, eu não podia ficar esperando achar mais coisas que isso e nem tinha ânimo, era por isso que eu só havia decorado onde estavam minhas roupas de baixo e os vestidos, mas mesmo assim, quando eu olhei para uma gaveta, que estava bem no meio das outras naquele compartimento, eu me obriguei a abri-la e olha-la, e como eu estava no "meu" closet, eu não precisaria me preocupar se alguém chegasse.

Me abaixei e puxei a tal gaveta que assim que abriu me mostrou algumas peças de roupas dobradas. Lá estava, a calça jeans preta, a blusa branca, o casaco preto e bem ao seu lado o par de All Satrs desgastado. Logo após quase um ano sem ao menos lembrar de suas existenciais, eu os encontrei por acaso...

Me lembrei daquela noite e o quanto eu estava derterminada em conseguir encontrar a verdade que eu mesma havia criado para mim.

Agora eu sabia, e talvez podesse ser pior.

Eu peguei as peças e as vesti. Aquela fora minha combinação favorita por anos, e quando eu me vi no espelho, eu tive certeza de que talvez ainda fosse.

†††

Claramente se podia ver a revolta do taxista que guiava o carro em que eu estava com a empresa Uber. Ele parecia estremamente revoltado falando que as coisas pioraram depois que o aplicativo ficou popular enquanto eu simplesmente escutava e falava algumas coisas sem uma opinião formada.

Mas, eu era totalmente a favor do Uber. Era mais rápido, prático e até mais seguro já que se tinha uma rota a seguir, e eu aposto que se eu estivesse no Uber não precisaria estar participando deste tipo de conversa.

Eu só não havia escolhido ir de Uber, por estar apressada e não ter o aplicativo em meu celular.

E enquanto o carro seguia com o senhor converaando comigo, mais e mais eu sentia minha ansiedade se intensificar. Eu estava indo para lá, para pegar as únicas coisas que não chegaram até mim... As malditas cartas que eu recebi. Logo as duas cartas, e eu sabia que estava lá e precisava encontrá-las para tentar fazer algo.


Outro dia, eu estava fazendo comida, e estranhamente, do nada meu cérebro se agarrou a essa lembrança que eu queria ter esquecido, mas ela não sumiu de minha cabeça e continuou me importunando até me fazer entrar dentro de um carro com um Ajusshi reclamando da concorrência e da vida enquanto ia em direção ao lugar onde eu levei um tiro.

Seon, você definitivamente precisa se por nós eixos. E eu sabia que só iria entrar se eu fosse buscar a explicação para aquilo.

Eu já estava ferrada mesmo.

Eu levei um tiro e não morri, e mesmo que eu levasse outro, eu não estava mais nem aí para o que fosse que eles dissessem, se vasos ruins não quebram, que eu seja um deles então, desses vasos que não se quebram.

— Chegamos senhorita. — O taxista falou assim que estacionou na frente do restaurante de sopa de arroz que ficava perto da casa do Hiun.

Estranhamente sua casa não estava nem no mapa do Google maps. Quando se colocava o endereço para ver, aparecia apenas um grande terreno baldio.

— Obrigada pela corrida Ajusshi. — Falei pagando minha corrida e parando na frente daquele restaurante.

A rua ainda estava movimentada e nem era tão tarde assim, então ainda havia muita luz, e para que não houvesse coisas com o ocorrido de alguns meses atrás, eu fui pela rua mais iluminada que eu achei.

Enquanto andava rapidamente pela rua que era uma grande subida, quanto mais eu andava, mas as lojas abertas e as pessoas iam cessando e até mesmo as luzes.

Eu enrolei para entrar na rua principal da casa do senhor e segui firme andando mesmo sentido um pouco de medo de ser a única na rua, mas esse medo se sessou quando eu avistei o grande muro da casa de Hiun

Era uma grande casa em um bairro caro e quase que deserto. Não era a toa que as pessoas das outras casas afastadas não escutavam muito do que acontecia lá dentro.

A casa era um próprio musel se me recordo bem.

Eu parei na frente do muro e me dirigi até o interfone. Hiun precisava me deixar entrar antes que eu morresse de frio!

Eu parei em frente a o interfone, na frente do portão de ferro e quando eu fui apertar o botão para me anunciar, de repente, uma voz conhecida por mim entrou em meus ouvidos bem do meu lado.

Seon. O que está fazendo aqui?

Eu me virei rapidamente para ver se aquela voz feminina era da pessoa que eu estava imaginando.

Areum?

Cont.

"Why'd you come, you knew you should have stayed" – Heathens,  Twenty one pilots

ᴇ ᴀ s ʏ : ɪᴛ ᴡᴏᴜʟᴅ ʜᴀᴠᴇ ʙᴇᴇɴ ᴇᴀsɪᴇʀ ⫷ ʙʏᴜɴ ʙᴀᴇᴋ-ʜʏᴜɴ ⫸Onde histórias criam vida. Descubra agora