Capítulo 12

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ɪғ ɪ’ᴍ ᴀ ᴘᴀɢᴀɴ ᴏғ ᴛʜᴇ ɢᴏᴏᴅ ᴛɪᴍᴇs ᴍʏ ʟᴏᴠᴇʀ’s ᴛʜᴇ sᴜɴʟɪɢʜᴛ ᴛᴏ ᴋᴇᴇᴘ ᴛʜᴇ ɢᴏᴅᴅᴇss ᴏɴ ᴍʏ sɪᴅᴇ sʜᴇ ᴅᴇᴍᴀɴᴅs ᴀ sᴀᴄʀɪғɪᴄᴇ

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ɪғ ɪ’ᴍ ᴀ ᴘᴀɢᴀɴ ᴏғ ᴛʜᴇ ɢᴏᴏᴅ ᴛɪᴍᴇs ᴍʏ ʟᴏᴠᴇʀ’s ᴛʜᴇ sᴜɴʟɪɢʜᴛ ᴛᴏ ᴋᴇᴇᴘ ᴛʜᴇ ɢᴏᴅᴅᴇss ᴏɴ ᴍʏ sɪᴅᴇ sʜᴇ ᴅᴇᴍᴀɴᴅs ᴀ sᴀᴄʀɪғɪᴄᴇ.
— ʜᴏᴢɪᴇʀ, “ᴛᴀᴋᴇ ᴍᴇ ᴛᴏ ᴄʜᴜʀᴄʜ”

Qualquer capacidade de raciocínio se perde quando nossas bocas se encontram.

Juro que eu queria conversar e tentar resolver nossa situação, mas, porra, porra, porra! Como conversar quando nossos corpos se atraem de forma incontrolável?

Se nem Shivani consegue se conter, o que dizer de mim, que não sou nada mais que um impulso impensado?

Seus dedos acariciam minha nuca lentamente. Eles estão frios, talvez tomados pelo receio acerca do que fazemos e para onde iremos.

Encaixo as mãos em suas nádegas e a ajeito sobre meu colo, aumentando ao máximo o contato.

Meus dedos correm por sua pele, procurando a barra do vestido e me aventurando em suas coxas até sentir o tecido delicado da calcinha.

— Bailey... — Shivani murmura e acaricia minha barba, me olhando em nos olhos.

Prendo a respiração. Se ela pedir, vou parar, mas, Deus, por favor, que ela não peça...

Eu a encaro, sem conseguir dizer uma única palavra. Me perco nos detalhes do seu rosto. Os olhos castanhos em um tom bem escuro, os cílios longos, que sobem e descem enquanto ela pondera.

Shivani morde o lábio inferior, e em minha mente comparo a mulher de hoje com a menina de dois anos atrás. Não tenho dúvida de que há muito mais mudanças do que o corte de cabelo moderno.

Ela não diz mais nada, mas se afasta um pouco e baixa o olhar para o meu peito, finalmente percebendo que há uma nova tatuagem ali.

Admirada, ela a toca com a ponta dos dedos, como se a tinta preta pudesse sair como mágica ao seu toque.

— Mas o que...? — sussurra. Os lábios sorriem e os olhos se estreitam enquanto ela encara o símbolo do anel de Claddagh, que eu lhe dei de presente no único aniversário que passamos juntos, há quase três anos: o coração com a coroa e as duas mãos o segurando. O símbolo se perde em meio a uma infinidade de ramos de espinhos negros.

Shivani aperta os lábios e passa a ponta do indicador pelas letras dentro do coração que compõem seu nome.

— Eu fiz quando saí... — me refiro à reabilitação.

— Você tatuou meu nome no peito? Dentro do...

— Nosso símbolo — completo a frase por ela. — Sim. Eu só externei algo que já estava tatuado no meu coração. Deixei para todo mundo ver o que não consigo tirar de mim.

— E os espinhos? — Ela franze a testa ao ver o caminho de espinhos que percorre quase todo o meu peito e sobe até a base do pescoço. — São muitos.

— Amar não é bem uma flor... — Minha voz sai mais rouca que o normal.

— Não é, mas...

Sei que tantas ramificações a assustam. Ela entende que me sinto exatamente assim, com o coração perdido entre espinhos.

Essa tatuagem, que encaro todos os dias no espelho, durante muito tempo foi quase uma penitência, a lembrança do que eu jamais teria outra vez. Mesmo agora ela representa muito mais do que eu conseguiria dizer.

— Eu não estou assustada pelos espinhos, Bailey — Shivani a acaricia e volta a me olhar, pensativa. Daria tudo para descobrir o que se passa em seus pensamentos tanto quanto ela daria tudo para descobrir o que se passa nos meus.

Quando penso que Shivani vai me afastar, ela coloca a mão em seu pescoço e puxa uma correntinha de dentro do vestido. Na ponta está o anel que lhe dei, pendendo de um lado para o outro.

— Ele está sempre comigo — ela conta, e agora sou eu que não consigo expressar o que estou sentindo.

Nós nos olhamos por alguns segundos, cientes do que representamos um para o outro. A eletricidade corre solta no ar. Nossa respiração está acelerada, e não sei se nossa mente é capaz de acompanhar o que estamos vivendo.

As lágrimas que eu continha escorrem pelo meu rosto. Não são muitas, porém são suficientes para que eu me sinta desprotegido.

Toda a minha fragilidade está exposta.
Shivani pisca rapidamente e suas lágrimas também escapam. É quase como se estivéssemos transbordando e nosso excesso se misturasse um ao outro.

Devagar, ela solta a correntinha, desliza os dedos pela minha tatuagem e, em seguida, toca meu pescoço. Um sorriso doce marca seu rosto antes que ela volte a me beijar devagar. Não precisamos de palavras. É amor, porra. É amor, é amor, é amor!

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“Se sou um pagão dos bons tempos/ Minha amante é a luz do sol/ E para manter a deusa ao meu lado/ Ela exige um sacrifício.”

A Escolha Perfeita do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora