Bailey e Shivani enfrentaram uma montanha-russa de emoções anteriormente, antes de finalmente se entenderem e conseguirem o que tanto queriam: ficar juntos para sempre.
Agora, dois anos depois, esse recomeço está longe de ser tranquilo. Os fantasmas...
— Bailey, você está bem? — pergunto, mas Bailey mal me olha. É como se ele não estivesse ali.
Ele se afasta com Pepe. Tento ir atrás deles, mas Krystian bloqueia meu caminho.
— Shiv, deixa ele ir — ele me pede com sua voz gentil, tentando me acalmar, mas o pedido surte o efeito contrário. Odeio que me escondam coisas.
— O que está acontecendo, Krystian? — Meu tom sai mais autoritário do que eu pretendia.
Krystian passa a mão por seus cabelos escuros e seu olhar tem um brilho triste.
— Ele está tendo uma crise de pânico.
— Como assim? Desde quando ele tem isso?
— É normal pra ele, Shiv. Depois de tudo... — Ele se sente desconfortável, querendo me proteger.
Olho para os meus amigos e o único que parece tão confuso quanto eu é Noah. Não entendo como ninguém me disse nada. Logo eles que normalmente não guardam segredos nem quando devem.
— Eu vou lá com ele. — Tento passar por Krystian, que segura meu braço devagar.
— Não. — Ele faz com que eu olhe em seus olhos, tentando se conectar comigo e me tranquilizar, mas é impossível. Estou confusa e preocupada. — Ele odeia essas crises e não fica nada bem depois delas. — Krystian inspira e expira completamente, antes de continuar: — Por favor, respeita o momento dele.
Olho para ele querendo rebater, mas não tem como atacar alguém que só está tentando proteger quem ama.
— Eu quero... — não chego a completar o pensamento porque Noah me interrompe.
— Shiv, dá um tempo pra ele.
— Você sabia disso? — Meu tom se perde entre confusão e autoridade.
— Não. Mas pressionar o Bailey não vai ajudar ninguém.
Busco em minha mente todas as informações sobre crise de pânico disponíveis.
— Eu fiz isso?
— Não é assim, Shiv — Savannah começa a falar. Ela sabia de tudo, fica claro.— O Bailey começou a ter essas crises há pouco tempo. Uns seis meses. Não sabemos o que as desencadeou, mas o histórico dele dá base pra isso. Já pedi pra ele passar no hospital para eu tentar um encaminhamento, mas é o Bailey, então já viu... A teimosia chegou ali e parou. Ele surta só de pensar em assumir que tem isso, embora todos nós já saibamos que ele tem. O reencontro de vocês foi muito impactante. Acho que vocês dois deviam ir com calma.
“Ir com calma.” Exatamente o que propus a ele. Agora me pergunto se não foi a barreira que ergui entre nós que o fez ter uma crise de pânico.
— Eu vou te levar pra casa, Shiv. Vem. — Noah segura minha mão e Krystian me solta. Meu choque foi tão grande que nem percebi que ele ainda estava segurando meu braço.
Deixo a balada com Noah e, durante o trajeto todo para casa, olho pela janela sem ver nada direito.
Meu amigo nem tenta conversar. Ele sabe que meu coração não está aqui, está com Bailey.
Mais do que nunca, quero estar com ele. E, mais do que nunca, eu me pergunto se devo. Será que eu lhe causei mais mal do que bem?
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“Você sabe onde meu coração está/ No mesmo lugar em que o seu esteve/ Sabemos que temos medo de ganhar/ E assim terminamos antes de começar/ Antes de começar.”
