Capítulo 8

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ɪ ᴀᴍ ɴᴏ sᴜᴘᴇʀᴍᴀɴ, ɪ ʜᴀᴠᴇ ɴᴏ ᴀɴsᴡᴇʀs ғᴏʀ ʏᴏᴜ ɪ ᴀᴍ ɴᴏ ʜᴇʀᴏ, ᴏʜ ᴛʜᴀᴛś ғᴏʀ sᴜʀᴇ ʙᴜᴛ ɪ ᴅᴏ ᴋɴᴏᴡ ᴏɴᴇ ᴛʜɪɴɢ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ʏᴏᴜ ᴀʀᴇ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ɪ ʙᴇʟᴏɴɢ ɪ ᴅᴏ ᴋɴᴏᴡ, ᴡʜᴇʀᴇ ʏᴏᴜ ɢᴏ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ɪ ᴡᴀɴɴᴀ ʙᴇ

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ɪ ᴀᴍ ɴᴏ sᴜᴘᴇʀᴍᴀɴ, ɪ ʜᴀᴠᴇ ɴᴏ ᴀɴsᴡᴇʀs ғᴏʀ ʏᴏᴜ ɪ ᴀᴍ ɴᴏ ʜᴇʀᴏ, ᴏʜ ᴛʜᴀᴛś ғᴏʀ sᴜʀᴇ ʙᴜᴛ ɪ ᴅᴏ ᴋɴᴏᴡ ᴏɴᴇ ᴛʜɪɴɢ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ʏᴏᴜ ᴀʀᴇ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ɪ ʙᴇʟᴏɴɢ ɪ ᴅᴏ ᴋɴᴏᴡ, ᴡʜᴇʀᴇ ʏᴏᴜ ɢᴏ ɪs ᴡʜᴇʀᴇ ɪ ᴡᴀɴɴᴀ ʙᴇ.
— ᴅᴀᴠᴇ ᴍᴀᴛᴛʜᴇᴡs ʙᴀɴᴅ, “ᴡʜᴇʀᴇ ᴀʀᴇ ʏᴏᴜ ɢᴏɪɴɢ”

Acordo assustado no meio da noite e procuro o interruptor perto da cama. Acendo a luz e me sento, com a respiração acelerada.Ainda é madrugada.

Seguro o edredom entre os dedos e não lembro a hora em que peguei no sono, nem de ter me coberto.

Uma fração de segundo é suficiente para que eu me recorde da noite anterior.

Minha boca seca e me levanto para tomar um copo de água, tropeçando no coturno que deixei no meio do caminho. O apartamento está frio e estou de cueca. Rapidamente sinto meu corpo se arrepiar.

Pepe não está mais na sala e há um bilhete sobre a mesinha.

Quando acordar, me liga.
Tô pensando em tocarmos alguma coisa hoje à tarde, antes do meu turno na balada. O que acha?”

Olho para a porta, sem precisar verificar se está trancada. Pepe tem uma chave daqui, assim como eu tenho uma do loft dele.

Percebo que o chuveiro está ligado apenas quando alguém o desliga.

Na mesinha, no hall de entrada, está o capacete do Krystian, indicando que ele chegou em casa.

Meu primo abre a porta do banheiro poucos segundos depois, então sei que ele só se enrolou na toalha e saiu pingando, mas não estou a fim de brigar por isso agora.

— Achei que ouvi a porta do seu quarto abrindo — Krystian diz assim que me vê e quase sinto culpa por ter ficado bravo pela molhadeira. Isso até ver uma poça de água se formando no piso de madeira. — Ah, desculpa — ele segue o meu olhar e faz uma careta.

— Relaxa. Quer comer? — digo, indo para a cozinha.

— Vou me trocar e já volto.

Ele retorna em seguida, olha para mim parado na porta por alguns segundos e depois abre a geladeira, tentando agir como se nada de mais estivesse acontecendo.

Um calafrio percorre meu corpo e o aviso que vou vestir uma roupa antes de preparar algo para nós. Ele murmura algo em resposta e saio da cozinha.

Eu me troco rápido e me sento na cama. Não quero voltar para lá ainda.

Coloco a cabeça entre as mãos e o passado retorna. É quase um déjà-vu do que estamos vivendo hoje.

Era uma sexta-feira bem fria quando saí da clínica de reabilitação. Pepe me avisou que meio mundo queria me buscar e eu disse que não queria ver ninguém. Já imaginava como seria todos eles ali, o bando inteirinho com palavras de apoio e até cartazes motivacionais, se bobeasse. Eu tinha perdido a Shivani, mas parte dela, seus amigos grudentos, havia ficado. Eu nunca soube explicar em que momento deixei de ser o cara solitário para me tornar o cara cheio de amigos preocupados com ele o tempo todo. Mesmo que eles queiram meu bem, isso é sufocante.

A Escolha Perfeita do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora