Crise

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Harry odiava admitir que Niall estava certo. Depois que Louis tinha ido embora naquele dia que eles assistiram um filme, a primeira coisa que ele falou para o cacheado foi: "pronto, agora não vai mais ficar um clima de merda entre vocês dois no ensaio. De nada" e aí ele foi para casa sem dizer mais nada além do típico abraço de boa noite.

Obviamente Harry não acreditou que seria tão fácil assim resolver esse problema, mas o irlandes tinha toda razão. Eles ainda não eram amigos e ainda se bicavam de vez em quando, afinal, Niall não fazia milagres. Mesmo assim, o clima estava 150% melhor. Já fazia quase duas semanas que eles não brigavam de verdade.

Até que aquela quinta feira chuvosa chegou.

Não que fosse novidade chover em Londres, vamos lá. Isso não quer dizer que Harry gostava de sair andando pela rua com frio e chuva. Ele sempre ouvia a voz da mãe falando para ele comprar um carro. E isso o deixava irritado como nunca. Poucas coisas irritavam Harry. No momento era só ter que acordar cedo pra ir pro ensaio na chuva e o Louis mesmo.

— Bom dia— Louis disse assim que viu o cacheado com a roupa parcialmente molhada, porque o guarda chuva não servia para nada, entrar no estúdio.

— Bom dia— ele grunhiu de volta.

— Não é tão bom assim?

— Parece que eu tô animado hoje?— Harry respondeu rispidamente fazendo Louis recuar um pouco.

— Tudo bem— ele disse se virando para organizar alguma coisa que estava em cima da mesa do som.

Harry também se limitou à rotina de sempre. Tirar as blusas, dobrar uma por uma para colocar em cima da mochila e deixar tudo no canto da sala para então sentar no chão e colocar a testa no joelho fingindo que estava dormindo para não ter que conversar com ninguém por mais um tempo.

— Senhor Louis?— uma voz que Harry não conhecia chamou em direção a porta. Não conseguindo conter a curiosidade, ele levantou a cabeça para saber quem chamava Louis.

— Oi?— ele respondeu sem saber quem era o homem de uniforme também.

— O senhor John disse que vocês iriam precisar da minha ajuda hoje— ele explicou.

— Ah! O senhor ajuda com o palco?— ele perguntou enquanto Harry só observava.

— Isso! Eu trouxe tudo que o senhor pediu para John ontem— ele falou mostrando algumas cordas pretas. Harry subiu uma sobrancelha na direção do Louis para tentar entender o que estava acontecendo.

— Excelente!— Louis falou quase batendo palma— O senhor consegue instalar agora?

— Sim! Essa parte não é muito complicada. Alguém sabe usar?— o homem perguntou.

— John disse que já tinha usado algumas vezes— Louis explicou. Harry ainda observava com curiosidade e um pouco de medo, porque ele talvez soubesse onde aquilo ia acabar. E ele definitivamente não iria concordar.

(...)

— Não não não não— Harry disse assim que John chegou e eles explicaram a ideia ridícula que Louis tinha inventado para ele. Aparentemente a parte "Marte" do lago dos cisnes inclui voo.

— Mas Harry— John colocou uma mão em cada ombro do mais novo.

— Mas nada, John— ele disse começando a respirar com medo— Você sabe que eu não posso.

Harry sabia! Ele sabia que deveria ter ficado em casa e dito que precisava descansar. Claro que isso não é uma atitude muito nobre, porque dançar exige que todo mundo esteja cooperando. Mesmo assim, ele deveria ter tacado o foda—se naquele dia.

Let's the voice of love take you higher| L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora