Louis não tem um segundo de paz

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Os dois terminaram de comer quase ao mesmo tempo. Louis se levantou para tirar os pratos da mesa, mas Harry insistiu para que ele lavasse a louça. Seria justo já que ele mal tinha ajudado com a janta. Se Louis não estivesse tão cansado aquela semana, ele teria impedido.

Quando os pratos e talheres estavam todos ali no escorredor, o clima ficou pesado. Os dois sabiam que não ia ter como adiar mais a conversa que John forçou que eles tivessem. E nenhum deles queria falar sobre isso.

— Eu vou... hã... fazer um chá— Louis disse depois de uns segundos de silêncio entre eles.

— Certo... eu vou... sentar ali no sofá? — Harry falou mais em tom de questionamento do que a afirmação que deveria ser.

— Sim, claro, fica a vontade— Louis respondeu com uma formalidade que não tinha aparecido por ali ainda.

Com isso o cacheado andou até o sofá e se sentou muito desconfortável. Ele não queria admitir que estava começando a achar Louis um cara legal e que talvez pudesse ajudá-lo mesmo. Tentava se prender ao fato de que ele não sabia o que tinha acontecido para Louis voltar da França e que aquilo era muito estranho, mas estava ficando cada vez mais difícil.

Louis chegou com duas canecas saindo fumaça e colocou as duas na mesinha de centro. Harry não gostava de adoçar seu chá e olhou em choque para a quantidade de açúcar que o mais velho colocava na sua caneca. Depois ele colocou quase metade do conteúdo com leite. Harry colocou a quantidade de sempre que era suficiente apenas para deixar a cor do líquido meio fosca. Tudo isso no silêncio constrangedor que tinha voltado.

— Louis, eu sinto muito pela apresentação ter sido adiada— Harry falou finalmente sem aguentar mais o silêncio.

— É, bem, acho que eles não ficaram muito comovidos comigo— o mais velho falou cheio de mágoa.

— O que? Claro que o problema deles está claramente comigo— Harry respondeu com tanta mágoa quanto— Não estou conseguindo executar a minha parte da coreografia direito!

— Você não acha que a culpa é minha? — Louis perguntou realmente surpreso.

— Claro que não! Eu tenho certeza que a culpa é minha.

— Então talvez John tenha razão.

— O que ele disse?

— Ele me pediu pra não achar que era culpa minha, porque foi um mero ajuste de datas e só isso mesmo.

— E por que você acha que ele tem razão?

— Porque eu não acho que você está tão ruim também— Louis disse tomando um grande gole do chá.

— Não acha?

— Eu acho que você está sendo completamente mimado em não aceitar a minha ajuda e que eu estou sendo um tanto infantil por não te corrigir como estou corrigindo qualquer um— Louis desabafou. Já que era pra isso que eles tinham vindo, ele não iria poupar sinceridade.

— Eu... você... é— Harry tentou achar as palavras— Tá, você tem razão. Estou sendo um mimadinho de merda— admitiu sem pensar muito.

— Mas— Louis levantou um dedo para enfatizar o que ia dizer— Você não está tendo tantas dificuldades quanto qualquer bailarino principal.

— Não?

— Você tem que parar de perguntar tudo que eu acabei de falar, Harry— Louis respondeu com uma risada menos nervosa agora. A conversa estava indo muito bem, por incrível que parecesse.

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