Cartas en la mesa

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Valentina Carvajal ~ Punto de Vista

Assim que Juliana saiu do carro eu não sabia o que fazer eu acabei de retribuir o beijo dela mesmo depois de tudo o que aconteceu, esse impasse de ir embora e voltar, e eu aceitar ela todas às vezes que ela volta, esta acabando comigo.

- Inferno. - Falo alto batendo no estofado do carro.

- Tudo bem Srta. Valentina? - Alírio fala me olhando pelo retrovisor

- Sim, Alírio está tudo bem. - Falo para ele, porém, eu estava precisando acreditar nisso.

Pego meu celular e vou ao contato da Juliana, eu estava cansada desse joguinho adolescente dela.

"Nós precisamos conversar"

Mando a mensagem e não tenho resposta então jogo o celular na bolsa e me encolho mais ainda no carro. Assim que entramos pelo portão da minha casa, subo direito para o meu quarto, eu não queria ninguém.

Meu celular toca assim que olho para o visor vejo ser Juliana, eu já me sinto totalmente idiota por ela, com ela longe imagina agora com ela estudando na mesma universidade que eu.

- Oi! - Respondo assim que atendo a ligação.

- Olá, o que foi? - Juliana fala como se não tivesse acontecido nada, e isso me dá mais ódio ainda, como ela pode ser tão cínica.

- Como eu disse, precisamos conversar, mas conversar de verdade Juliana. - Falo com a voz um pouco mais alterada.

- Tá! Bom, eu vou aí. - Ela fala.

- Não, eu vou aí, chego em 15 minutos. - Falo para ela e desligo a chamada, não estava com paciência nenhuma para esperar qualquer que seja resposta dela.

Saio do meu quarto, provavelmente os motoristas estariam ocupados, então optei por pedir um táxi e foi o que eu fiz, cerca de uns treze minutos ou mais eu estava na casa dos Valdês, dou meu nome no portão e me deixam entrar. Sou recebida pela senhora que me atendeu na última vez que eu estive aqui, sempre muito educada.

- A Srta. deseja algo? - Ela fala olhando para mim.

- Não muito obrigada. - Falo enquanto mexia nos meus dedos de forma ansiosa.

Vejo Juliana descendo as escadas e droga, como ela podia ser tão linda, como ela poderia mexer tanto comigo simplesmente enquanto descia o inferno das escadas.

- Oi! - Ela fala logo após chegar até mim.

- Oi! - Falo sendo a única coisa que eu poderia responder.

- Vamos? - Ela fala para as escadas, no qual suponho que iriamos para seu quarto.

Eu apenas começo a subir, mas quando chega no último degrau deixo ela passar na minha frente para me mostrar o caminho. Ela abre a porta do seu quarto para que eu entrasse e nossa o seu quarto exalava o seu cheiro doce e, ao mesmo tempo, amadeirado, perfeito. Observo que ainda tinha algumas coisas fora do lugar até porque ela acabou de voltar não era para menos que ainda esteja algumas coisas fora.

- Pode falar. - Juliana fala se sentando em sua cadeira e virando para mim.

- É.., eu tava com tanto ódio de você depois que você saiu do carro, na verdade, eu ainda estou, mas eu esqueci totalmente o que eu iria falar. - Falo olhando para Juliana ainda em pé, na sua porta, ela fica me olhando com uma cara de cínica como se soubesse exatamente o efeito sobre mim. Com certeza ela sabia.

- Bom, vejamos já que não sabe eu posso começar. - Ela fala se aproximando de mim. - Me desculpa pelo que aconteceu de verdade, eu to confusa ou estava não sei dizer, mas eu gosto de você Valentina. - Juliana fala novamente e fica de frente para mim.

- Eu to cansada desse seu drama adolescente, Juliana, você me deixa sozinha, volta do nada falando que quer conversar como se nada tivesse acontecido, você me beija depois foge, e volta de novo como se tivesse tudo bem. - Falo olhando para ela. - Eu não sei o que você pensa que eu sou, mas eu não sou idiota, eu posso sim, me sentir fortemente atraída por você e até gostar de você, mas eu não vou ficar esperando você decidir o que você quer, eu também estava com medo e eu preferi enfrentar isso com você, mas foi embora como sempre faz, ou você se decide ou me deixar ir embora - Falo de novo tirando aquele peso dos meus ombros.

- Eu não sei Valentina. - Juliana fala se afastando de mim.

- Como não sabe? Você teve um mês inteiro para se decidir, você sumiu literalmente sumiu, foi como se você não tivesse existido, mas sabe qual é o problema contigo, eu não consigo parar de pensar em você. - Falo para Juliana. - É melhor eu ir embora você não vai se decidir e não sou eu, que vou ficar no seu caminho, mas não me procura mais, nunca mais. - Falo para Juliana girando a maçaneta.

- Eu não quero que você saia - Juliana fala com a voz mais baixa que o normal e segura meu braço.

- Por quê? - Pergunto tirando a sua mão do meu braço.

- Porque... se você não estiver é inútil, porque eu estou sozinha há anos, e eu acreditei ser melhor assim, mas é mentira, mal nos conhecemos e sinto que estive esperando por você a vida toda. - Juliana fala com os olhos cheios de lagrima e aquilo certamente acabou comigo, vê-la tão frágil, seguro em sua mão e vou abraçar não sabia se isso seria a melhor coisa a se fazer, mas eu não podia continuar vendo ela chorando.

- Me desculpa Vale, eu quero muito mesmo, mas eu to com medo. - Juliana fala enquanto namoradas.

- Juls, eu também tenho medo, mas eu quero isso, mas eu preciso que você me fale o que quer, eu não posso ficar esperando a vida toda por uma pessoa que não se decide. - Falo para Juliana.

- Só me da mais uns dias, eu juro que eu vou me decidir. - Ela fala olhando para mim.

- Ta bom, mas é melhor eu ir embora, depois a gente se fala. - Falo para Juliana enquanto dava um beijo na sua bochecha. - Até logo! Juls. - Falo novamente e saio do seu quarto.

...


Juliana Valdês ~ Punto de Vista

Depois que a Valentina saiu do meu quarto eu fui tomar banho, eu estava me sentindo extremamente exausta e cansada, eu estava tão confusa, claro que eu gostava dela mais que uma simples amizade, ouço alguém batendo na porta logo depois que eu saio do banho, enrolada na toalha.

- Entra. - Falo e me sento na cama.

- Oi! Filha, vi a Valentina saindo daqui às pressas, está tudo bem entre vocês? - Lupe fala fechando a porta atrás de si.

- É.., ela veio conversar comigo, pediu para eu me decidir sobre o que eu queria com ela. - Falo para ela.

- E você decidiu? - Minha mãe pergunta

- Não, eu nem sei que tanto eu tenho medo, mas eu ainda não to preparada para isso. - Falo para Lupe e abaixo a cabeça.

- Juli, você tem que se decidir ela simplesmente não pode ficar se machucando e muito menos você, se você quer amizade dela fala, mas deixa isso bem claro. - Lupe fala enquanto pegava o celular que estava tocando. - Preciso atender é seu pai. - Lupe fala e sai do meu quarto.

Meu pai eu não vi ele desde quando eu voltei de Madri, descobri com a Mercê que ele foi viajar a negócios no qual eu não fazia a menor ideia do que se tratava, mas deve ser algo sobre a nova sociedade.

Termino de me secar e vou escolher algum pijama qualquer precisava descansar, já que eu não tive uma noite de sono boa desde quando eu voltei, pego meu celular e vou olhar algo nas redes sociais, meu inconsciente acabou clicando no perfil da Valentina, ela estava em algum bar ou em algum lugar que eu não conhecia, a garota que aparentemente estava namorando ou ficando estavam juntas e aquilo só me confundiu ainda mais, pois se ela queria algo comigo porque ainda estava com aquela garota.

- Aí juliana. - Falo alto e desligo a tela do celular.

N/A: Feliz Año Nuevo

ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora