One Last Time | KTH

Cruel mind

⚠️ Aviso de capítulos com gatilhos⚠️

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Estranhamente, as luzes de Daegu estavam mais coloridas que o normal, talvez fosse pelo efeito das bebidas que eu havia misturado e tomado mais cedo. As lágrimas insistiam em cair, borrando toda e qualquer maquiagem que eu havia feito naquele dia. Havia ligações perdidas tanto de Jeongguk, como de Taehyung, mas eu pensava em apenas uma pessoa: Kim Namjoon.

Os flashbacks dele me salvando das crueldades as quais eu era submetida quando estava no fundamental, vinham constantemente, tais como suas ligações pela tarde me ensinando Ciências e me contando sobre suas plantas preferidas, e de como queria um lindo jardim em frente de sua casa. Ele era uma pessoas simples e de bom coração, um grande amigo para todos os momentos.

Lembro de nossas brigas com a bibliotecária por falar alto demais enquanto líamos nossos livros prediletos. Ele talvez fosse realmente a luz do meu dia antigamente. Embora eu também tivesse Jeongguk, sua ajuda não fora tão impactante quanto a do Kim, e convenhamos que o Jeon não ajudava em nada, tudo o que ele sabia era tirar sarro de mim.

Parei em frente a mesma cabine telefônica da outra vez. Entrei, disquei seu número e comecei a chorar. De acordo com a polícia, seu último registro de chamada foi aquela que eu havia feito para ele naquele dia. Se eu não tivesse desligado, talvez Namjoon estivesse seguro e bem hoje em dia. Mais uma coisa na qual eu me culpei, e como me culpei.

Eu chorava desesperadamente, tanto de saudades, como de medo de tê-lo perdido para sempre. Em pensar que nosso último encontro seria nossa briga, quando o Kim despejou verdades em minha cara, sobre minha personalidade e modo de agir. Ele odiava o que me tornei, ele odiava a vadia que eu tinha me tornado, tal como eu também odiava.

Sem forças eu caí pelo chão da cabine. O telefone na caixa postal e eu me derramava em lágrimas.

Segui até a parte mais distante do Rio Han e sobre lá me sentei, pensativa e distante. Naquele momento eu queria morrer. Todas as ameaças e humilhações que aconteceram comigo naquela época voltaram como flashbacks, aqueles malditos flashbacks. Eu tampo meus ouvidos e jogo meu cabelo para o lado em uma tentativa falha de me desvencilhar daquilo tudo.

Eu estava tendo uma crise ansiosa.

E não havia ninguém para me ajudar naquele momento.

Minha respiração era rápida e desesperada, minhas mãos tremiam, minha boca secou e minha visão escurecia a todo tempo. As lágrimas surgiram novamente e os suspiros escapavam hora ou outra. Eu tinha a intenção de simplesmente me jogar dali para obter alguma paz interior, algum tipo de livramento de todas as minhas dores.

Meu coração doía, e não poderia ser curado com remédios.

Eu me agarrava e me arrastava pelos corrimões,na tentativa de permanecer de pé. Minhas pernas estavam trêmulas e fracas, eu sentia rachaduras em minha boca. Eu simplesmente não conseguia respirar. Procurei pelo meu remédio nos bolsos da calça e na pequena mochila que eu carregava comigo, mas não estava lá.

Então eu simplesmente desabei no chão, sem conseguir ficar de pé. Eu chorava e soluçava de frustração e raiva acumulada por todos aqueles dias. Algumas das pessoas que passavam, olhavam rapidamente para mim, mas logo ignoravam por pensarem que eu estava bêbada.

Eu estava perdendo quase todos os meus sentidos, quando senti mãos quentes e grandes rodearem minha cabeça. A minha frente estava Kim Taehyung. Ele estava com um grande casaco felpudo, botas e fones de inverno.

Parecia um ursinho de inverno e isso me fez sorrir brevemente. O Kim me abraçou e sussurrou em meu ouvido que tudo ficaria bem, seguido por tapinhas em minha costas. Eu o abracei fortemente e chorei de saudades que estava dele. Além de tudo, ele nunca havia saído do meu coração.