Runny girl

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Finalmente era sábado. Eu procurava um quarto para alugar, ou qualquer coisa do tipo. Faria de tudo para sair daquela casa o quanto antes. Só eu sei o que aguentei todos os dias sem nem saber onde eu iria passar a noite.

Eu me encontrava em uma lanchonete no centro da cidade. Trazia comigo meu notebook e celular para conversar com os proprietários. Taehyung trabalhava hoje, e confesso que sentia falta dele. Ok, talvez eu devesse parar de ser tão carente, ou seria ruim para mim mais tarde.

Pedi mais um café para a atendente que me olhou preocupada, talvez fosse porque aquele era o quinto café que eu pedia em menos de uma hora. Mas naquele momento nada importava, precisava estar focada até encontrar algo, e nada me deixaria assim se não o tão querido café.

Ao buscar meu pedido no balcão, recebo uma notificação em meu celular e não demoro para verificar. Era de um número desconhecido e eu não responderia se não tivesse dado meu número a Deus e o mundo em busca de um quarto.

Você

Quem fala?

Número desconhecido

Me chamo Park^^ vim pelo
anúncio que dizia que você
estava procurando por um
quarto~

Você ainda tem interesse?

Você

Olá Park, eu tenho sim

Quanto seria o aluguel?

Número desconhecido

Se você ajudar na faxina
e na separação do lixo
poderá pagar R$400,00

Está bom para você??

Você

Está ótimo

Quando posso me mudar?

Proprietário Park

Pode vir quando quiser,
o quarto já está disponível :)

Já te mando o endereço

Até mais👋

Você

Certo, até mais

Pelo tom utilizado na conversa, pude ter certeza que se tratava de uma garota, então fiquei mais tranquila. Por enquanto eu não contaria nada para Taehyung, não queria preocupá-lo, e se ele soubesse disso, me faria morar na casa dele, o que seria de certa forma constrangedor.

Termino o café — Já frio — pago e saio rapidamente do lugar. Passaria em casa antes e pegaria o máximo de coisas que pudesse, e isso teria que ser feito sem que ninguém soubesse.

Já no escuro beco, encontro a janela de meu quarto e pulo para a mesma, usando de impulso as falhas do muro que ficava ao lado. Ao entrar, rapidamente tento escutar qualquer ruído que indicasse que eu não estava sozinha, e, mesmo após não ter ouvido nada, resolvo trancar a porta para que não houvesse imprevistos.

Vou até meu armário e encontro a grande bolsa de viagem que minha mãe havia me dado quando íamos viajar, antes de meu padrasto estragar tudo. Tiro as roupas que eu mais gostava dos cabides e rapidamente as coloco na bolsa, eu realmente não tinha tempo a perder. Além disso, pego outras coisas necessárias como maquiagens, chapinha, calçados, acessórios e produtos de higiene pessoal.

One Last Time | KTH Onde histórias criam vida. Descubra agora