Forget Or Face

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⚠️Aviso de cap pesado! Pode conter gatilhos sobre suicídio e auto mutilação.⚠️

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Uma ligação.

Foi o suficiente para que eu saísse correndo da casa de Taehyung e fosse para minha antiga moradia. Eu estava tensa e minhas mãos tremiam pelo nervosismo. Quando saí o garoto ainda dormia, então resolvi não perturbá-lo com os meus problemas.

Era por volta das cinco e meia da manhã, quando chego no escuro beco. Ainda receosa, pulo a janela de meu quarto e entro na casa. Minha porta continuava arrombada desde aquele dia, então fui cuidadosa ao entrar no cômodo. Minha mãe se encontrava sentada no sofá, e seus olhos estavam escuros e chorosos. Sua aparência era pálida e magra, ela estava acabada, e isso era o que aquele homem havia causado.

— Mãe? — A chamo receosa.

Oh, minha filha, ainda bem que você chegou. — Diz com a voz trêmula.

Ela então vem até mim e me abraça forte, me surpreendendo. Sinto seus músculos relaxarem, e ela aproveita o momento de calma para me contar o ocorrido.

— Seu pai está mudado. — Ela insistia em dizer que aquele cara era meu pai. — Ele trouxe uma arma para casa e anda me fazendo ameaças, minha filha. Ele já apontou aquele negócio na minha cabeça. — Ela diz e eu arregalo os olhos. A que ponto havia chego aquela situação?

Nós podemos finalmente denunciá-lo? — Pergunto e a mesma assente.

— Esperei ele sair para te ligar. Venha rápido.

A mesma me leva até uma gaveta que tinha tranca. A mais velha pega um grampo e após um tempo consegue abrir, revelando um revolver e alguns papéis envelopados. Eu pego um dos envelopes e, com um pano, coloco tudo o que havia na gaveta ali dentro. Logo fechando a mesma. Olho para minha mãe e a mesma assente, corajosa.

De repente escuto o barulho de chaves, minhas mãos tremem, minha barriga gela e eu fico imóvel. Dirijo o olhar para minha mãe, que também parecia assustada. A mais velha sussurrou para que eu me escondesse, e foi o que eu fiz. Corri para a cozinha, que também dava acesso à saída do beco, caso precisasse fugir.

O homem, dessa vez, não cheirava a bebida, mas continha um olhar assustador em seu rosto. Ele se dirige ao quarto enquanto minha mãe sentava no sofá, como antes. Provavelmente procurava pela arma, quando deu um berro e chamou pela minha mãe.

— Você mexeu na minha gaveta? — Pergunta exaltado. — Onde está?

— Onde está o que? — Ouço a voz da minha mãe.

Em seguida ouço tapas e socos. Minha visão ficou borrada e lágrimas escorriam pelo meu rosto. Minha mão cobria minha boca para que nenhum barulho fosse feito. Pego meu celular com minhas mãos que tremiam e disco o número que vem em minha mente, logo mandando uma mensagem, com palavras que talvez não fizessem sentido pela tremedeira. Ligo minha localização e choro ainda mais quando escuto gritos de dor vindos de minha mãe.

O celular escorrega de minhas mãos, fazendo barulho e eu me encolho, num ato de tentar me proteger do que viria a seguir. O cômodo ao lado ficou em silêncio e passos vinham em direção à cozinha. Me encosto ao lado do fogão, de modo que, quem viesse não conseguisse me ver. Os passos param e eu deduzo que o homem procurava o causador do barulho.

— Sabe querida Yuna, talvez você devesse ser um pouco mais cuidadosa. — Diz. Minha barriga gela e lágrimas escorriam pelo meu rosto, borrando a pouca maquiagem que tinha ali. — Yuna... Yuna... Yuna... — O homem repetia o nome que eu tão odiava.

One Last Time | KTH Onde histórias criam vida. Descubra agora