Revertério

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Naruto esteve fora durante todos os dias desde que retornou para o País do Redemoinho. Uma infinidade de reuniões e discussões era preciso para reforçar as forças de segurança do país, nomeando pessoas de confiança para os cargos recém criados. Ao final da reunião, ele espreguiçou-se e alongou os braços. Estava cansado e sonhava com um banho quente e cama. Mesmo assim, ainda estava disposto a agradar Sasuke e Saiichi, comprando algo para eles.

Ao caminhar no início daquela noite pelo distrito, Naruto sentiu um cheiro agradável vindo de uma barraquinha. Ele aproximou-se e comprou a comida, mantendo-a bem quente para levar para casa.

Assim que se virou, encontrou Sakura, ao seu lado estava Kakashi carregando uma cesta. Já fazia um tempo que Naruto e Sakura não se encontravam. Apesar de ele não a ter responsabilizado pelo fornecimento da raiz de Valeriana, Sakura ainda se sentia culpada pelo ocorrido. Os dois pararam um na frente do outro, enquanto Kakashi acenava com a mão livre.

— Estão aproveitando a noite? — Naruto disse, sorrindo, enquanto ouvia Kakashi explicar que estava levando a cesta de compras de Sakura que estava pesada. — Sakura, quando puder, nos faça uma visita.

— Claro, quando eu estiver livre. — Ela passou a mecha de cabelo para detrás da orelha e moveu a cabeça, concordando. — Como está o bebê?

— Momo está bem, ela é bem esperta. — Naruto não poupava palavras para elogiar a sua filha. Ele corou levemente e riu. — Acho que todo pai deve falar isso de seus filhos, não é?

— Eu fico feliz que estejam todos bem. — Sakura voltou a mover a cabeça, dessa vez o corpo curvou-se mais, para cumprimentá-lo, despedindo-se em seguida.

Naruto não sabia como reatar aquela amizade do ponto de quando eles se sentiam mais à vontade na presença um do outro. Ele voltou a caminhar pelas ruas, acenando para as pessoas que o cumprimentava e enviava as recomendações variadas para a boa saúde da família, principalmente da pequena Momo.

Assim que chegou em casa, Naruto sentiu um pouco de frio. A lareira da sala estava apagada e o lugar possuía poucas lanternas acessas com a luz da vela. Ver o ambiente escuro daquele jeito causou um arrepio em sua espinha. Rapidamente, Naruto correu, largando o saco de comida no chão.

No quarto das crianças, Momo dormia no berço e Saiichi estava deitado em sua cama. Naruto respirou aliviado, levando a mão ao peito. Depois, ele foi até o seu quarto, encontrando Sasuke sentado na cama com vários pergaminhos e livros espalhados.

Ele parecia concentrado na leitura, com os cabelos amarrados e algumas mechas caindo sobre seu rosto. Assim que notou a presença de Naruto, ele sorriu e jogou esses fios para o lado com a mão.

— Ainda estudando? — Naruto perguntou, pegando um dos livros sobre a cama. Era um antigo diário de pesquisa sobre as terras não exploradas do país do redemoinho. Já fazia alguns dias que Sasuke pediu para analisar os documentos e livros da história daquele lugar. Ele dizia que era para manter-se ocupado, mas Naruto começava a notar que ele poderia estar procurando alguma coisa.

— Você sabia que um grupo de pessoas viveu naquele lugar por mais de cinquenta anos antes de serem resgatados? — Sasuke perguntou, seu olhar direcionado para as folhas do livro, enquanto Naruto sentava-se ao lado dele e passava sua mão sobre o seu ombro.

— Os denominados Okura? — Naruto retornou a pergunta e Sasuke confirmou. — Pelo que me lembro isso foi antes do meu avô nascer.

— Muito antes, houve um deslizamento de terra e uma construção desabou, impedindo-os de retornarem até que um dia foram encontrados por uma equipe que achava que eles já estavam mortos. Mesmo assim, haviam conseguido viver e se reproduzir.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora