Investigação

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O sangue escorria pelo chão, enquanto Sasuke tinha a mulher ferida em seus braços. A ponta da flecha reluzia em prata diante de seus olhos, com o sangue pingando de sua lâmina afiada.

Ele não sabia o que fazer, suas mãos tremiam, pedindo desesperadamente para que a mãe aguentasse um pouco mais. Sem muita experiência, nada do que ele sabia era de grande ajuda.

Sasuke deitou a cabeça da mãe com cuidado no chão e fechou a porta. Depois, ele apagou algumas velas e, sem conseguir erguer a mãe no colo, ele a puxou, segurando-a por baixo dos braços e arrastando para um lugar seguro, caso mais flechas fossem atiradas, eles precisavam conseguir se proteger e ganhar tempo.

Sasuke conseguiu chegar até o quarto, a mãe balbuciando algumas palavras, enquanto ele pegava uma caixa com faixas e uma pomada. Nada daquilo resolveria o problema.

— Mãe, eu sou um inútil, como posso tirar isso? — Sasuke segurou a haste da flecha. Mikoto cuspiu sangue e abriu a boca com dificuldade para falar.

— Não... — Ela falou em um tom de voz doloroso. A flecha a feriu no lado direito do peito, o sangue ainda escorria e Sasuke tentava conter a hemorragia. — F-fuja. Fu-ja.

— Eu não vou deixar você aqui.

— S-sasuke. — Mikoto conseguiu erguer a mão até o rosto dele. — O bebê, pense no seu bebê.

— Mãe, eu não vou... — Sasuke parou de falar de repente. Ele ouviu passos do lado de fora e pela janela pode ver a luz da vela de uma lanterna. A pessoa não fez questão de se esconder, vindo direto para eles, deixando claro sua presença.

Sasuke procurou pela adaga que Naruto guardava embaixo da cama. Era um a adaga bem guardada para que Saiichi não a visse, por isso ele precisou forçar a cama para pegá-la. Ficou em pé atrás da porta, a mãe deitada ainda agonizando pela dor. Por um momento, Mikoto prendeu a respiração, sem dar nenhum gemido alto.

Os passos pararam por um tempo. Sasuke sentia seu coração acelerado, e com aquela descarga de adrenalina, ele estava pronto para atacar. A porta da sala foi arrastada e aberta, Sasuke apertou os dedos em volta do punhal com força, a pessoa que entrasse naquele quarto receberia um golpe certeiro. Houve um silêncio, depois mais passos e então a porta do quarto se moveu. Sasuke olhou seriamente para a mãe e depois para a porta que se abriu e um homem de estatura mediana entrou. Sasuke subiu o braço com a adaga e direcionou toda a sua força para aquele golpe.

Porém, o movimento foi lento demais, porque o homem jogou o corpo para trás e a ponta da adaga passou rente às lentes de seus óculos.

Ele riu, dando alguns passos para trás e se estabilizando do ataque sofrido, enquanto Sasuke ficava de frente para a mãe deitada no chão.

— Você? — Sasuke perguntou irritado. Ele se recordava da face daquele homem, ele esteve em seu casamento ao lado de Orochimaru. — O que você quer?

— Se você abaixar essa adaga, eu posso curar sua mãe. — O homem disse de forma calma, olhando para Mikoto. — Ela vai morrer se não conter a hemorragia.

— Você atirou na minha mãe e agora quer salvá-la? — Sasuke gritou.

— Na verdade, não fui eu, foi um soldado. Sim, ele está comigo, mas isso não vem ao caso. Eu não tenho interesse nessa mulher. — Esse homem deu um passo para frente e ergueu as mãos. — Abaixe a adaga e eu farei um curativo antes de irmos embora.

— Ir embora?

— Abaixe a adaga, não se preocupe, eu não posso te machucar. — O homem disse, enquanto seu tom de voz ia aumentando, como se a sua paciência estivesse se esgotando.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora