Negociação

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Naruto se afastou e indicou o caminho para Sasuke seguir, o banquete iniciaria em breve e todos aguardavam os noivos. Sasuke andou rápido, passando pela ponte. Pensou em qual seria o outro motivo para que Naruto quisesse casar com ele, afinal de contas, disse que não era apenas por questões diplomáticas. E não acreditava muito bem no fato dele estar apaixonado.

Deixou a curiosidade morrer em seu peito, quando entrou na mansão ao lado de Naruto e todos os saudaram com palmas. Naruto ficou ao lado dele e acenou para os convidados, agindo naturalmente. Algo que Sasuke não conseguia, poderia até se esforçar, mas não conseguiria ficar a vontade no meio de tantas pessoas. Mesmo que alguns rostos ali fossem conhecidos. Como Hashirama Senju, que conversava com Madara e Kakashi.

Para evitar o tio-avô e sua pergunta nada conveniente, Sasuke decidiu acompanhar Naruto. Ele o apresentou para um grupo de amigos que estavam reunidos próximo as portas da varanda, compartilhando um tabaco enrolado com cheiro muito forte. A mulher de cabelos rosados entregou o cigarro para o colega do lado e com um movimento gentil, fez uma mesura assim que Naruto a apresentou. Sasuke não conhecia o Clã Haruno, mas soube que eles eram especialistas em ervas medicinais.

— Ela é a melhor da Vila. — Naruto afirmou, enquanto a jovem corava com o elogio oferecido. Sakura tinha expressivos olhos esverdeados, mas não parecia exprimir jovialidade ou alegria como as outras jovens que vira. Sasuke reconhecia pessoas tristes com facilidade, e algo parecia incomodar ela constantemente.

— Se precisar de qualquer coisa, minha loja fica próximo da praça central, não tem como errar. — Ela disse, com um sorriso constrito. A conversa fez Sasuke se lembrar de que havia trazido pouco dos ingredientes que precisava para um remédio. Agora já possuía uma referência de onde conseguir os itens.

— Shikamaru é meu amigo de longa data, desde que nascemos, ele pode ajudar no que precisar também. — Naruto recomendou, mas o rapaz não pareceu contente com o que ele dizia, reclamando que era um saco ter que trabalhar mais do que necessário.

Sasuke não se ofendeu, já que Shikamaru não era obrigado a fazer nada por ele. E por último, Chouji, do Clã Akimichi. Esse já era conhecido de Sasuke, um dos grandes Clã de Alfas do País do Redemoinho, ouviu a mãe falar de Chouji algumas vezes, mas pelo visto foi descartado por Madara, pois ele já possuía um enlace. Mas isso também não era mais importante agora.

As pessoas passavam por eles e os cumprimentava e faziam elogios sobre a beleza de Sasuke. Isso não o incomodava, mas era desgastante ter que ouvir sempre as mesmas coisas. Não se gabava por sua beleza, era muitas vezes julgado apenas por essa qualidade, e era isso que o incomodava mais.

— Vem, vou te mostrar mais uma coisa. — Naruto falou baixinho e segurou a mão dele, levando-o para longe das pessoas. Todos os observavam, mas ignoravam, ou fingiam não ver.

As convenções sociais no País do Redemoinho pareciam mais avançadas se comparado a lugares do País do Fogo, onde os noivos não podiam sequer ficarem a sós antes do casamento.

Sasuke sentiu a mão quente de Naruto apertar em volta da sua, e depois que chegaram a biblioteca, ele o soltou devagar.

— Achei que ia gostar daqui, tem poucas pessoas. — Naruto disse, fechando a porta dupla de madeira atrás de si. — Eu senti como ficou mais tenso quando as pessoas nos cercaram.

— Como... — Sasuke já ia perguntar como ele poderia saber. Esquecendo-se momentaneamente que era possível para o Uzumaki. — Estranho.

— O que é estranho? — Naruto ainda estava no mesmo lugar, enquanto Sasuke andava pela biblioteca, admirando os diversos livros enfileirados nas prateleiras. Também havia pergaminhos e materiais para escrita sobre uma mesa.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora