Melancolia

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Sasuke acordou com um sobressalto, ele tentou se levantar, mas suas mãos e pernas estavam amarrados e presos na cama. A vela ao lado havia sumido e agora uma lanterna com chamas fortes iluminava o quarto. Aquele era um novo lugar, as paredes eram mais claras, assim como o ambiente possuía mais iluminação com outras lanternas acesas.

O corpo de Sasuke estava fraco, ele respirou fundo, tentando se mexer novamente na cama, mas só conseguiu ganhar mais alguns machucados ao redor dos pulsos e dos tornozelos presos por corda.

— Não se mexa mais, eu já fiz curativos em seus pulsos, você vai acabar se cortando novamente. — Aquela voz era familiar e Sasuke virou seu rosto na direção dele. O homem de cabelos brancos e óculos andou até a cama, segurando algo em sua mão, parecia um tubo de vidro com algum líquido espesso vermelho.

— Afaste-se! — Sasuke gritou, em seguida, ele pensou em seu filho. — Onde está Saiichi? O que fez com ele?

— Além de dar banho e alimentar? — O sorriso dele era frio, assim como a expressão de desinteresse, seu olhar percorria por todo o corpo de Sasuke, parando em sua barriga. Aquela expressão de desprezo fez Sasuke sentir um arrepio. Ele queria poder sair daquela cama, virar-se, não permitir que aquele homem o olhasse mais daquele jeito, mas estava amarrado.

De repente, aquela voz de antes soou dentro do quarto, Sasuke virou o rosto em direção aquela pessoa e ele tremeu quando viu o sorriso daquele homem.

— Kabuto, não o assuste. — A presença de Orochimaru não era uma visão, mas real. Ele ainda sorria, conforme caminhava devagar pelo quarto com as mãos atrás do corpo. Orochimaru parou bem próximo da cama e ergueu mão perto do rosto de Sasuke.

— Não me toque! — Sasuke disse ruidosamente, enquanto olhava nos frios olhos de Orochimaru. Mesmo sentindo todo o seu corpo em espasmos e seu coração vibrar violentamente no peito, Sasuke ainda continuou o encarando, não deixando que o medo o dominasse tão completamente. Ele não sabia por que, mas aquele homem possuía algum efeito negativo para com seu corpo.

Orochimaru não deu mais atenção para Sasuke, ele se virou e andou até Kabuto.

— Está tudo bem com o bebê? — A pergunta de Orochimaru deixou Sasuke ainda mais irritado.

— O que vocês fizeram? — ele perguntou, mas suas perguntas eram todas ignoradas pelos dois homens.

— Poderia estar melhor, seu corpo não se desenvolveu por completo, por isso a gravidez é arriscada. Há resquícios de envenenamento no corpo. — Kabuto balançou a cabeça e deu um riso falso na direção de Sasuke. — Se sobreviver ao parto, essa será a única criança que ele poderá gerar na vida. A próxima, é possível que um dos dois não sobreviva.

Aquela notícia causou um impacto angustiante em Sasuke. Ele tentou se soltar, mas em vão. Orochimaru se aproximou da cama e, dessa vez, não atendeu as exigências de Sasuke. Ele ergueu a mão e acariciou a barriga do Uchiha.

Sasuke, que usava um quimono de algodão, não sentiu a mão fria de Orochimaru sobre sua barriga, mas todo o seu corpo gelou com aquele toque. O bebê, por sua vez, parecia encolher-se completamente do lado oposto a mão invasiva sobre a barriga. Sasuke abriu a boca no mesmo instante para respirar, aquele chute nas costelas foi doloroso.

Sasuke lamentou não poder ter sido mais forte e proteger seus filhos.

— É uma pena, jovens saudáveis no Clã Uchiha são raros. — Orochimaru falou, ainda alisando a barriga de Sasuke, parecendo divertir-se com a reação de pai e filho. — Itachi também não pode ter filhos, assim como Madara. Parece que os homens ômegas do seu clã não são assim tão incríveis.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora