Extra II: Presente

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A nova égua da coudelaria foi batizada como Tamashi. Ela cresceu saudável e inteligente, criada especialmente para Narumi, a segunda filha de Enji Uzumaki. Em seu aniversário de treze anos, Narumi a recebeu como sua companheira.

A garota, que agora era uma adolescente alta e de longos cabelos vermelhos, estava exultante com a novidade. Ela subiu nas costas da égua e fez uma carícia em seu longo pescoço, dando um comando para Tamashi começar a andar.

Suzu, a filha mais nova de Enji e Shiro, questionou porque ainda não tinha uma égua só para ela.

Enji segurou sua mão e a olhou nos olhos, seu rosto era delicado e fino tal como o pai Shiro, além de possuir cabelos negros como os dele.

— Ainda é cedo, Suzu, você só tem seis anos. — Enji falou, rindo em seguida da expressão emburrada da filha.

— Suzu, você ainda é muito nova. — Shiro disse, levando a filha para dentro de casa.

— Não é justo, a Narumi pode fazer tudo e eu não. — Suzu saiu correndo e Shiro a chamou de maneira calma, pedindo para ela ter paciência.

Enji aproximou-se e acariciou as costas de Shiro.

— Eu não sei como isso aconteceu. — Shiro falou, olhado para o marido.

Um sorriso delineou os lábios de Enji e ele aproximou a cabeça de Shiro, beijando-o no rosto.

— Eu sei, ela é igualzinha você. — Enji o beijou mais uma vez, antes de sentir a mão de Shiro desferir um tapa em seu peito. — Estou mentindo?

— Ora, não seja assim tão insolente com seu marido. — Shiro virou o rosto, mas Enji o segurou em seus braços.

— Me diga que eu menti. — Enji sussurrou próximo do ouvido de Shiro. — Me diga que, quando você quer algo, faz tudo para obter o que deseja.

Shiro sentiu o corpo estremecer e em seguida deixou-se aninhar nos braços fortes do marido.

Enji estava certo, sua filha era como ele.

A família Uzumaki se reuniria para o aniversário de Narumi. Era uma tradição da família de Shiro receber muitos convidados para o aniversário. Por isso, ele mandou preparar com fartura doces e salgados para todos que viessem visitar Narumi e entregar presentes para ela.

Shiro também estava ansioso pela chegada da filha mais velha de Enji, cauteloso com todos os detalhes da festa e exigente com a organização. Percebendo o nervosismo de Shiro, ao entardecer, depois que retornou com Narumi do passeio com a égua, Enji convidou o marido para beberem juntos no quarto deles.

— Está se preocupando à toa, Kushina é uma pessoa simples. Ela vai gostar de você, assim como todos gostam. — Enji serviu uma dose pequena de bebida no copo de Shiro, e uma dose extra no seu próprio copo.

— Eu sei que estou me comportando como um adolescente. Mas é inevitável, afinal, é a sua primogênita. — Shiro suspirou, pegando o copo e virando o conteúdo na boca de uma vez, deixando o marido surpreso. — Quero que ela goste de mim.

Enji sorriu para ele, bebendo todo o líquido de seu copo e servindo mais um pouco para cada um.

— Ela vai gostar. — Enji aproximou-se e segurou a mão de Shiro, beijando seus dedos com carinho. — Todos que conhecem você, sentem isso. É inevitável.

— É mesmo? — Shiro moveu a cabeça, ele usava uma pequena presilha para prender apenas uma mecha dos longos cabelos negros. Usava calças de seda pura na cor verde claro e o haori era um tecido leve, bordado com fios dourados. — Com você não foi assim tão inevitável.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora