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Uma menina de cabelos vermelhos veio correndo pelo longo corredor da mansão em direção ao pai. Ao chegar bem próximo dele, ela parou com os pequenos pés ansiosos e faz um gesto de cumprimento com as mãos paradas na frente do corpo, conforme o pai ensinou.

Depois disso, Narumi virou-se para o convidado e fez o mesmo gesto. Madara apenas moveu a cabeça em cumprimento, não se dando conta de como aquela menina estava se esforçando para agradar ao pai que acabara de chegar, após alguns meses longe de casa.

— Bem vindos. — Shiro disse, assim que se aproximou deles, pedindo para a filha ir brincar, enquanto os adultos conversavam. A menina virou-se, mas, antes de deixá-los a sós, ela recebeu um carinho nos cabelos vermelhos e sorriu para o pai. — Vou mandar trazer algo para comerem, se preferirem, podem tomar um banho.

Madara aceitou o banho, provavelmente Itachi levaria mais dois dias para chegar até o país dos Rios. Shiro indicou para um empregado acompanhar Madara. Assim que ele se afastou, Shiro virou-se para o outro empregado pedindo para que ele preparasse o banho de Enji em seu quarto privativo.

— Não é necessário. — Enji falou e caminhou pelo corredor, ele levantou a mão e pediu para que os empregados os deixassem a sós. Shiro ainda estava no mesmo lugar, quando ele se virou e falou: — Por que você mesmo não me acompanha ao nosso quarto?

Shiro ofereceu para ele um sorriso e concordou, aceitando também o braço que Enji estendeu, capturando em seguida sua mão.

Os dois dias se passaram tão lento, que Madara já não sabia mais o que fazer. Ansioso, ele caminhou até o jardim e encontrou Narumi brincando ao lado de um carrinho de madeira feito para bebês. As duas crianças tomavam sol e ele decidiu não as incomodar, desviando o caminho.

Uma lembrança tomou forma em sua mente, de quando ele era criança e levava Izuna para brincar próximo do rio. Ele sorriu, com esse pensamento, depois sentou-se ao lado de uma fonte no centro do jardim. Já fazia tanto tempo desde a morte de Izuna e ele ainda não conseguia se perdoar, ainda sofria por não ter estado ao lado de Izuna naquela época.

Não havia qualquer prova sobre a sua morte prematura, senão a palavra de Kau Matsuri. Mas o coração de Madara dizia que algo estava errado. Quando a morte, por suicídio, foi confirmada, Madara usou tudo o que tinha para investigar. Infelizmente, a situação mudou e ele não conseguiu mais apoio. Uzumaki Enji se aproximou dele alguns anos depois disso, pelas sombras, sem ninguém saber que ele estava também investigando o Clã Matsuri e Ryuchi. As ações desses clãs sempre foram discretas e pouco expostas para todos terem conhecimento. Enji procurava naquela época pelo desaparecimento de pessoas que era reportado, mas que ninguém de fato se interessava em buscar.

Para manter o sigilo, Enji até mesmo se infiltrou nas reuniões desses clãs, deixando a própria família acreditar que ele os estava traindo. Madara precisava dele para encontrar uma pessoa. A única pessoa que conviveu com Izuna durante o tempo em que ele se casou, até sua morte. Para isso, os dois trabalharam juntos durante esses anos.

***

Na manhã seguinte, Itachi chegou acompanhado por um grupo peculiar de pessoas que Madara já havia conhecido em outra ocasião. Eles escoltavam a mulher, que trabalhou na mansão em que Izuna se mudou após o casamento. Ela era a chave para a verdade escondida todos esses anos. Madara estava ansioso, mas precisava se controlar.

Essa mulher era uma senhora de idade avançada e mancava de uma perna, caminhando com a ajuda de uma muleta. Depois que ela foi recepcionada por Shiro, Itachi e Madara se encontraram a sós, enquanto a mulher era alimentada e bem tratada.

— Como está meu irmão? — Foi a primeira pergunta de Itachi, sentando-se sobre uma almofada e estendendo o braço para receber o copo de chá oferecido. Madara olhou para o sobrinho e moveu a cabeça.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora