A união

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O homem de cabelos vermelhos vinha montado em um cavalo de peito largo e crina branca. O animal possuía duas cores distintas, marrom por todo o seu robusto corpo e pernas e a barriga era toda branca. Ele trotava diante da tropa, de cabeça erguida. Naruto não poderia julgar a expressão que o avô fazia, pois ele estava ainda longe. Mas quando chegou perto, Enji Uzumaki ergueu a mão fechada em punho e então a tropa parou. Os cavalos relincharam e os cochichos iniciaram de trás até chegarem aos ouvidos de Enji.

— Alto! Quem vem a frente? Revele sua identidade. — Ele ordenou seriamente e sua voz espantou até mesmo alguns passarinhos que pousavam sobre os galhos das árvores.

Naruto deu um leve sorriso, olhando para Sasuke, transmitindo um pouco de esperança para ele. Seu avô era um homem experiente em batalhas e ele saberia distinguir a presença de pessoas nas florestas com facilidade, afinal, era sua maior habilidade. Por isso era sempre tão temido.

Com o corpo cansado, Naruto esgueirou-se pela mata e então saiu para a estrada. Naquela distância, Enji poderia reconhecê-lo facilmente. Afinal, aquele era seu neto, ele estava lá quando Naruto nasceu e pegou-o no colo quando ele ainda tentava abrir os olhos. No entanto, Enji não sabia por que, mas não conseguia sentir a presença de Sasuke e as crianças. Mesmo assim, não era inteligente de sua parte avançar com descuido, já que não sabia qual era a situação de Naruto.

E, enquanto Enji pensava nisso, a mesma dúvida passava pela cabeça de Naruto. Ele não poderia revelar Sasuke e seus filhos sem saber de que lado o avô estava naquele momento. Apesar do avô ter apoiado sua ida até o País do Som, e oferecido homens para escoltá-lo, Naruto não sabia o que havia acontecido entre ele e Orochimaru desde a última vez que eles se viram e conversaram na mansão.

Suspeitar de seu avô o deixava sempre incomodado. Mas sua família, agora, era mais importante.

— Sou eu, Uzumaki Naruto. — Ele disse e então viu o avô descer do cavalo, entregando as rédeas nas mãos de um auxiliar. — Vocês vêm da ponte?

— Naruto! — Enji se aproximou sem responder sua pergunta. Ele o olhou seriamente de baixo para cima, como se procurasse algum ferimento. — Onde estão os outros?

— Vovô, eles estão seguros.

— Seguros? Nessa floresta? — Enji endureceu a sua face. — A floresta Akuma não é segura para um homem como eu, quem dirá para um grupo com um recém-nascido.

Era verdade que Naruto não conhecia muito bem aquela floresta, mas nada ocorreu até o momento, então ele não poderia dizer que aquele lugar era tão terrível como estava estampado na cara dos soldados.

— É melhor do que ficar nas mãos de Orochimaru. — Naruto suspirou, ele não poderia perder mais nenhum minuto naquela conversa. Seus filhos estavam com fome e seu marido voltou a ter febre, o que precisava agora era de segurança e saber que poderia confiar em Enji.

— Traga-os, vamos levá-los. — Enji falou sério, enquanto virava-se em direção a tropa.

— Espere, me diga, vocês estão vindo da ponte?

— Sim. — O auxiliar de Enji respondeu, mas logo calou-se quando o mestre o olhou.

Enji virou-se novamente para Naruto, seu olhar era severo, mas ele não parecia bravo com Naruto e sim com a situação. A ponte era a ligação mais importante entre os países do Fogo e do Som. Com as constantes mudanças de leis no país do Som, o lugar vinha sendo monitorado constantemente para impedir que os moradores deixassem o país. Por outro lado, Hashirama exercia a política do acolhimento. Orochimaru não deixaria para menos as tentativas do Senju em demonstrar sua política de boa vizinhança e por isso bloqueava o lado da ponte, impedindo a passagem.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora