Proteção

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A demora de Naruto preocupou Sasuke. Fazia mais de quinze dias que ele havia partido para o país dos Rios, onde seria realizado uma nova reunião com os representantes de Clãs de vários outros países. A situação entre a fronteira do país da Chuva e o país da Grama havia sido controlada, e os tratados de paz estavam em fase de negociações. A mudança de líderes foi responsável pela mudança. O herdeiro do país da Chuva não possuía uma visão mesquinha como de seu pai, já a líder do País da Grama, foi coroada logo depois da morte de seus pais em batalha. O principal objetivo agora, era manter a segurança e a vida das pessoas, os dois países concordaram que poderiam manter a diplomacia e a paz.

— Papai! — A voz de Saiichi soou chorosa. Sasuke fechou a porta da varanda e foi até o quarto do menino. Encontrou o filho em cima da cama com as pernas dobradas, abraçando-as com força, enquanto ele chorava descontroladamente.

— O que houve? — Sasuke sentou-se ao lado dele na cama e Saiichi imediatamente aceitou os braços abertos, se encolhendo no colo de Sasuke. A gestação já estava na vigésima quarta semana, e sua barriga era visível quando ele usava quimonos, mesmo que largos.

Saiichi o abraçou com força, enquanto Sasuke se arrastava pela cama para mantê-lo em seu colo, após o impulso que ele deu.

— Eu quero meu papai. — Saiichi continuava chorando, enquanto Sasuke acariciava os cabelos negros dele. Os fios eram finos e a franja caía livremente pela testa suada.

— Papai está viajando, mas ele vai voltar logo. — Sasuke prometeu, mesmo não sabendo exatamente quando Naruto iria voltar.

— Mas eu quero agora. — Saiichi falou em um tom mimado e Sasuke o sentou novamente na cama.

— O que seu pai disse antes dele ir viajar? — Sasuke perguntou, segurando as mãos pequenas do menino que estava prestes a fazer sete anos.

— Que eu precisava ser corajoso e cuidar do meu irmãozinho ou da minha irmãzinha. — Saiichi disse com a voz embargada pelo choro. Sasuke limpou suas lágrimas e o beijou na cabeça, bagunçando seus cabelos em seguida.

— E o que você vai dizer para o papai quando ele retornar? — O seu olhar era tenro, sabendo que Saiichi faria aquela expressão manhosa.

— Que eu cuidei bem de vocês. — Saiichi ensaiou um sorriso e depois seus olhos voltaram a marejar. — Eu não quero que ele demore.

— Eu também não quero. — Sasuke virou-se na cama e esticou as pernas sobre o colchão. Saiichi se deitou ao seu lado, tomando cuidado para que seu joelho não esbarrasse na barriga onde estava o irmãozinho. — Papai está trabalhando muito duro para ajudar as pessoas dos outros países. Ele só está demorando porque ele quer que todo mundo tenha uma casa e uma família feliz como a nossa.

Sasuke acariciava as costas do filho, enquanto ele fungava, controlando as lágrimas que foram diminuindo.

— Quando eu crescer, também quero cuidar das pessoas. — Saiichi ergueu a cabeça e Sasuke sorriu com a sua revelação. — Ninguém mais vai ser abandonado e nunca vão chorar na rua com fome.

Sasuke sorriu, o sonho de seu filho era que ninguém passasse pelos sofrimento ao qual ele passou, antes de ser adotado. Naruto e Sasuke não tiveram qualquer contato com a família de Saiichi, alguns diziam que os pais do menino era uma família de comerciantes no País do Som, e que eles não tinham condições de manter mais uma criança com os novos impostos direcionados aos ômegas. Uma completa crueldade. Nos primeiros meses, Saiichi não conseguia dormir a noite inteira. Era sempre despertado com sustos, após seus pesadelos. Levou algum tempo até que os pesadelos foram diminuindo e ele se sentiu seguro.

Alvorecer da primaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora