Escolhas e consequências

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"And when I felt like I was an old cardigan
Under someone's bed
You put me on and said I was your favorite
...
A friend to all is a friend to none.
...
Chase two girls, lose the one"

— Cardigan, Taylor Swift

(tradução na descrição no fim do capítulo)

**

Quando eu vi a faca em minha direção, pensei que fosse morrer.

Quanto mais eu me aprofundava no livro, mais eu sentia-o me consumindo. Como se ele tivesse poder próprio.

Eu não conseguia parar de pensar nele, nos feitiços que ainda faltavam eu aprender e naqueles que já havia aprendido mas me recusava a usar.

Eu também sentia que estava ficando maluca.

Comecei a escutar vozes. No começo, eram só sussurros, gritos de almas semelhantes a aqueles que se escuta no Mundo Inferior.

Mas depois, eles começaram a tomar forma e gênero. Eram pessoas de verdade, mortas.

Pessoas cujas histórias já acabaram e cujas almas estavam de alguma forma ligadas com aquele maldito livro.

Me perguntei várias vezes como Alabaster lia aquelas páginas e andava casualmente pelo Acampamento, como se não tivesse acabado de presenciar o horror e a crueldade em forma de magia.

Me questionava mais ainda como ele tinha a coragem de ensinar aquilo para os nossos irmãos e como eles pareciam realmente interessados em aprender feitiços obscuros.

Magia negra.

O livro é extremamente detalhado, com imagens, insígnias s e passos a passos. Encontrei métodos de tortura, formas horríveis de "reviver" pessoas e como se comunicar com os mortos das mais diversas maneiras.

Cada feitiço, cada encantamento e cada ritual me deixavam assustada. Enojada.

E, a pior parte, era saber que Alabaster já tinha todas aquelas páginas decoradas. Era a única razão de ele dar aquele material para mim de bom grado.

Então, eu tinha que aprender tudo também.

Mas não se aprende tudo só ficando na teoria. Haviam coisas que eu precisava testar.

A magia de hoje, teoricamente não era para ter funcionado.

Dar "vida" a objetos é algo que somente os filhos de Hefesto mais habilidosos conseguem fazer. Tais criaturas são chamadas de autômatos.

Agora, colocar uma vida em um objeto é algo... que digamos, nenhum bruxo comum em sã consciência teria ao menos noção da existência desse tipo de magia.

É claro que O Guia dos Espíritos não foi feito para bruxos comuns.

O ritual é complicado e exige habilidade e atenção total. Por essa razão, eu tinha certeza que não conseguiria.

Veja bem, habilidade eu sei que eu tenho de sobra agora atenção... eu tenho um caso sério de TDAH, conseguem ver onde quero chegar?

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora