Lutamos contra escorpiões

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Quando você pensa que já viu de tudo, sempre tem algo que vai te surpreender.

 Uma coisa que o acampamento nunca viu era América Deinert e Clarisse La Rue trabalhando juntas. Bom, pelo menos até hoje.

Motivação é o que não faltou, se você parar pra pensar ou a gente lutaria junta contra aquela ameaça do signo vingativo ou a gente morreria antes de completar 16 anos.

Então, fizemos o óbvio, atacamos.

Num segundo parecia que o acampamento inteiro havia chegado lá, haviam muitos campistas lutando contra os escorpiões.

Mas haviam três escorpiões naquela clareira, então, enquanto dois deles estavam focados nos campistas e nas duplas que tentavam por tudo mata-los e pegar o pacote das costas deles, havia um escorpião que não se deixou levar pela distração e continuou focado em mim e na filha de Ares.

Ele deu um golpe com sua cauda e cada uma pulou para um lado, o ferrão cravando a terra no meio de nós, bem onde estávamos alguns segundos antes.

— Cadê seu parceiro? — Gritei para ela. Clarisse levou as mãos a cabeça e apertou a bandana com força.

— Desmaiado. E o seu?

Dei de ombros e então olhei rapidamente para trás, consegui localizar Suzi ao lado de Katie Gardner, ambas tentavam fugir de um ataque das garras do escorpião gigante.

— Com os irmãos. — Respondi, me virando para ver que o escorpião havia começado a avançar devagar para cima de Clarisse.

A filha de Ares não se deixou levar pelo medo do monstro e deu uma risada.

— Parece que essa história de duplas acabou! 

Então atacou. No momento que uma das garras do monstro foi em sua direção, Clarisse desviou se jogando para o lado ao mesmo tempo que sua lança deslizava sobre as escamas do braço que havia tentado atingi-la.

O animal urrou e girou sem sair do lugar, uma das pernas atingiu Clarisse com força a jogando para o meio de arbustos. Percebi que era minha hora de agir.

Atirei três flechas de uma vez só, apenas para chamar sua atenção. O monstro girou novamente e ficou cara a cara comigo, ele abriu a boca mostrando os dentes - ou o que quer que aquilo fosse - e soltou o rugido mais estranho que eu já havia escutado na vida.

Então ele avançou novamente para cima de mim, dessa vez ao invés de tentar me perfurar com o ferrão de sua cauda, ele usou as garras para tentar me cortar ao meio. Enquanto eu desviava delas, eu também tentava atirar as flechas, cada vez em um local diferente para tentar encontrar um ponto fraco, o calcanhar de Aquiles do monstro.

Até que finalmente achei. 

As patas dos escorpiões começam mais grossas e então vão se afinando, de forma muito parecida com as pernas humanas. Uma das minhas flechas cravou de forma certeira na parte inferior da pata do animal, ele girou rapidamente e a cauda balançou de um lado para o outro rente ao chão, tive que me jogar na terra para que ela não me atingisse.

Quando senti o ferrão voando horizontalmente por cima de mim, me levantei e aproveitei a oportunidade para acertar mais uma das pernas.

Eu não entendi porque o monstro não havia se dissipado ainda, mas estava tão focada em acabar com ele que nem dei a mínima.

Quando acertei mais uma flecha, dessa vez na pata que ficava do outro lado da criatura, o escorpião guinchou novamente mas não fui tão rápida para desviar. A parte lateral de sua cauda me atingiu com força e voei alto, batendo as costas com tudo numa árvore e despencando no chão.

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora