When Worlds Collide

Humanos são iludidos

Na manhã seguinte, Quíron convocou um conselho de guerra, só que dessa vez era na arena de esgrima.

Somente os Conselheiros-chefes participavam do conselho, mas, pela primeira vez em anos, me permitiram participar dele.

Eles precisavam de alguém com conhecimento mágico e precisavam de alguém que conhecesse Luke. (E eu posso ter pressionado um pouquinho Quíron sobre participar do conselho de guerra até que ele finalmente disse sim, mas aqui estou eu então deu certo).

Além do mais, se existisse um chalé de Hécate então eu seria uma Conselheira-Chefe e estaria naquela mesa de qualquer forma. Aliás, eu já morava no Acampamento a mais tempo do que a maioria das pessoas ao redor daquela mesa e já tinha ido a mais missões do que muitos deles.

Me corrigindo... nem sempre só os Conselheiros-chefes participavam. Hoje, por exemplo, Grover, Tyson, Juníper e Argos também estavam presentes.

Annabeth falava enquanto todos estavam quietos e prestando atenção nela.

— Luke devia saber sobre a entrada para o Labirinto— disse ela— Ele sabia de tudo para o acampamento.

Uma memória voou rapidamente e atingiu meu cérebro com precisão, a fala de Annabeth me lembrou de algo que havia acontecido a alguns anos atrás. Me levantei, todos se viraram para mim.

Só o fato de eu estar ali chamava muita atenção, uma filha dos deuses menores num Conselho de Guerra não era exatamente algo de que os outros semideuses filhos dos doze olimpianos devem se orgulhar. Mas ali estava eu, e iria falar, ser útil.

— Eu me lembro dele ter mencionado o labirinto para mim, na época eu não me toquei que era o labirinto mas... ele uma vez falou que achou algo interessante na floresta. — Disse enquanto passava os olhos por todos ao meu redor. — Algo que permitisse que entrassem no acampamento sem precisar passar pela barreira mágica, e que era tão antigo que não sabia como nunca foi usado.

— E você nunca nos falou sobre isso? — Questionou Percy, parecendo mais decepcionado do que surpreso.

Juníper pigarreou e eu dei graças aos deuses por isso. Eu não tinha resposta para Percy.

— Era isso que eu estava tentando lhes dizer ontem a noite. A entrada da caverna está ali a muito tempo. Luke costumava usa-la.

Silena Beauregard franziu a testa.

— Você sabia sobre a entrada do labirinto e não disse nada?

O rosto de Juníper ficou verde

— Eu não sabia que era importante. Para mim era só uma caverna. Não gosto de cavernas velhas e nojentas

— Ela tem bom gosto— observou Grover.

— Eu só prestei atenção... bem porque era Luke— A dríade ficou mais verde ainda.

— Esqueçam o que eu disse sobre bom gosto.

Ah sim, e ainda tinha isso. Luke era bonito, não só convencionalmente bonito. Ele tinha um charme, algo que o fazia extremamente atraente. Eu nunca havia de fato ligado para isso, afinal, ele sempre foi muito mais velho do que eu, eu o via como um irmão, apenas isso, mas nem todo mundo no Acampamento tinha a minha idade.

Luke Castellan nunca havia quebrado nenhum coração, pelo menos não que eu soubesse. Ele nunca havia namorado com ninguém e nunca havia magoado ninguém, mas ele tinha sim uma fama de... bem, pegador.

Mas, ei, um cara lindo, atraente, inteligente e guerreiro, quem pode julgar?

Todo mundo via Luke como um deus na terra. De repente, me pergunto onde o tempo foi parar? Como aquele garoto se tornou o maior vilão desse lugar?