When Worlds Collide

Último dia

Meta do capítulo: 67 curtidas e 25 comentários

~~

— Você realmente acha que isso vai dar certo? — Pergunto hesitante, desde que cheguei no Acampamento Meio-Sangue, a parede de lava sempre foi algo que me assustou.

Luke fez um gesto despreocupado com a mão enquanto dava aquele sorriso que sempre desestabilizou todas as garotas do vale.

— Relaxa, você já está aqui há um ano, já desenvolveu agilidade o suficiente para ganhar dessa lava de dez à zero!

Soltei uma pequena fungada e olhei para cima, de repente me tornando bem ciente da altura da parede e do fato de que se eu caísse, não haveria nada além de um chão de terra me aguardando.

Eu queria desesperadamente desistir, mas não podia fazer isso.

Luke era um filho de Hermes, Conselheiro-Chefe e melhor espadachim do Acampamento. O garoto era uma celebridade e todos queriam ter um pouquinho de sua atenção.

Mas, por algum motivo, ele decidiu dedicar boa parte dela a mim.

A filha de Hécate de 11 anos cujo nome ninguém sabia. A garota que dormia nos fundos do chalé de Hermes e chorava todas as noites debaixo dos lençóis com saudades do pai e com raiva da mãe.

Annabeth se encontrava comigo poucas vezes na semana, sempre estava ocupada demais sendo treinada pelos irmãos mais velhos ou estudando.

Quando eu não estava sozinha, treinava com Luke. E eu odiava decepcioná-lo pelo simples medo de, se o fizesse, ele desistiria de mim e eu voltaria a ficar sozinha.

A última lembrança que vi antes de acordar de meu sonho foi a queda que levei quando cheguei na metade da parede.

~~

Quando acordei, eu estava chorando.

Não sabia exatamente o porquê, não havia sido um sonho ruim. Na verdade, aquele dia com Luke foi surpreendentemente bom.

Eu torci o ombro na queda e passei cerca de meia hora desmaiada, mas, quando abri meus olhos na enfermaria e vi a expressão no rosto de Luke, todo o medo que eu vinha formulando dentro de mim, de repente desapareceu.

Luke não estava desapontado, na verdade, ele parecia feliz.

— É caindo que se aprende a levantar. — Dissera ele naquele dia.

Essa frase ficou escondida em algum canto de meu cérebro durante longos anos, entretanto, de repente ela estava de volta e trouxe toda uma nostalgia consigo.

A saudade de conviver com Luke apenas como dois semideuses comuns, do cheiro de mata e morangos do Acampamento e das noites na fogueira.

— Está chorando por causa de Diggory? — Questionou Parvati, retirando-me de meus devaneios.

— É como se eu pudesse ver o cadáver dele na minha frente. — Falei num tom mais sério do que pretendia, mas sabendo que minha amiga nunca saberia que eu estava falando a verdade.

Encarei o espírito deitado de frente para minha cama, a criatura assumira a forma do cadáver do garoto lufano Cedric Diggory, que havia morrido na última prova do torneio.