E em pouco tempo, fomos capturados.
Sim, mal entramos novamente no labirinto e fomos capturados, lindo, não?
Imagine nossa surpresa quando uma dracaena e um gigante surgiram do nada e disseram que um tal de "anfitrião" ficaria muito feliz em nos ver.
Fomos levados para uma arena, ela é circular com piso de terra de terra, grande o suficiente para alguém contorna-la de carro, desde que andasse rente a beira. No centro da arena lutavam um gigante e um centauro, que parecia em pânico. Galopava em torno do inimigo, usando a espada e o escudo, enquanto o gigante agitava uma lança do tamanho de um poste telefônico e a multidão aplaudia.
Bancos simples de madeira estavam postos na arquibancada e quase todos os lugares estavam ocupados. Haviam dracaenaes, demônios com asas de morcego, outras que pareciam meio humanos e meio aves, repteis, não sei definir exatamente. Além de, é claro, semideuses.
Imagine minha surpresa quando identifiquei meus próprios irmãos em meio a multidão.
Alabaster não estava ali, mas consegui ver Kate, Otto e Prim. Os três pareciam tão concentrados na luta que estava acontecendo que nem repararam quando eu cheguei, mas eu com certeza reparei neles.
Quando os meus irmãos sumiram, eles se foram de uma vez. Todos seguiam Alabaster, ele era o líder da prole de Hécate, para onde ele fosse, os outros iam. Então, numa noite eu fui dormir e eles estavam ali, quando acordei no dia seguinte, eu era a única filha de Hécate.
Os outros filhos dos deuses menores foram logo em seguida, aos poucos, cada dia um diferente sumia.
Eu tentava não pensar nos meus irmãos do outro lado da guerra, para mim era melhor, era mais fácil pensar que eles estavam mortos. Ver eles ali só era uma lembrança de que eles estavam vivos e me matariam se pudesse.
Por isso eu tenho que mata-los primeiro.
Mas não consigo. Eu já dividi o mesmo quarto que aquelas pessoas, já conversamos sobre nossos medos e inseguranças, eu já os chamei de irmãos. E, justamente por conhece-los, eu sei que eles são leais a nossa mãe, mais leais do que são aos próprios irmãos. Sei que eles não vão hesitar em me matar.
No meio de tudo, na parede dos espectadores haviam uma bandeira com o tridente de Poseidon, vi Percy fazer uma careta.
Ah, e é claro que haviam caveiras, postas por toda parte como decoração entre as fileiras dos bancos e pendiam do teto por correntes. Não havia um sinal de magia sequer naquele lugar, quem quer que tenha construído aquilo usou as próprias mãos.
Acima da bandeira de Poseidon, sentado num lugar de honra, estava a última pessoa que eu queria ver no mundo.
— Luke. — Eu e Percy falamos em uníssono, entretanto, em tons diferentes. A voz de Percy saiu determinada enquanto a minha... hesitante, temerosa.
Percy olhou para mim.
— Você está bem?
Assenti com a cabeça e desviei o olhar para o chão, não conseguia encarar Percy sabendo que Luke quase o matara. E não conseguia encarar Luke sabendo que, mesmo depois de tudo, eu ainda não o considerava um vilão.
Annabeth deu um pequeno passo, ficando do meu lado esquerdo. Sua mão caminhou devagar até a minha onde ela segurou firme, quase como se eu fosse uma âncora, algo para mantê-la ali. Ela estava apavorada, desesperada pela presença de Luke e sabia que eu estava também.
Apertei sua mão com força e levantei a cabeça para ver o que ela encarava, e é claro que era Luke.
Ele sorria friamente para Percy, mas quando percebeu que nós duas o encarávamos seu sorriso murchou e ele ficou sério, pareceu até atônito.
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When Worlds Collide
FanficVocê conhece a história de Percy Jackson, o semideus grego mais forte e famoso da atualidade. E também conhece a história de Harry Potter, o bruxo mais conhecido do mundo. Conhece suas histórias e seus universos. Bem, você vai conhecer a vida de uma...