Meus melhores amigos se beijam (finalmente)

844 95 59
                                    


Eu pensava que gostava do Egito.

Até sermos perseguidos por uma Esfinge que só sabia perguntar coisas de escola como: "Qual a capital da Bulgária?"  "Qual a raiz quadrada de 16" ou até " Qual presidente Americano assinou a proclamação da Emancipação?" 

E por incrível que pareça a única que sabia era a da raiz quadrada e mesmo assim eu ficaria uns dois minutos pensando antes de chegar a resposta final.

Em minha defesa 1º eu sou brasileira, não ligo para a história dos Americanos. 2º o sistema de ensino de geografia dos Estados Unidos é horrível. 3º Essas matérias não são importantes para mim, se eu quiser seguir um cargo no mundo bruxo só vou precisar saber as matérias de Hogwarts. E, cá entre nós, eu nem sei se vou conseguir sobreviver o suficiente para entrar numa faculdade.

A maioria dos semideuses morre antes mesmo de fazer dezoito anos. Faculdade é um sonho tão distante que eu nem sei que curso eu poderia escolher.

Caso você não esteja entendendo, nos separamos de Nico e entramos no labirinto. Depois de andarmos por, eu não sei, talvez algumas horas? Finalmente encontramos a oficina de Hefesto, foi relativamente fácil considerando que Eurytion deu a Annabeth uma aranha robô que nos guiou pelo labirinto.

A sala dele era enorme, parecia uma oficina mecânica, com vários elevadores hidráulicos. Ferramentas penduradas nas paredes e um Corolla 98.

Hefesto usava um macacão sujo de óleo e fuligem. O ombro esquerdo era mais baixo que o direito de modo que parecia inclinado mesmo quando estava de pé. Uma fisionomia carregada e uma barba preta. Suas mãos eram do tamanho das luvas de um apanhador de baseball.

Ele é feio, da para entender por que Hera o jogou do Olimpo.

Ele segurava a aranha que nos guiou até aqui com uma habilidade incrível, a desmontou em dois segundos e depois a remontou.

— Pronto— murmurou para si mesmo, ignorando completamente nossa presença. — Muito melhor.

Ele nos lançou um olhar ameaçador.

— Eu não fiz vocês, fiz?

— Hã— disse Annabeth— não senhor.

—Bom—grunhiu o deus— Trabalho sem qualidade.

Examinou eu Percy e Annabeth

— Meio-sangues—resmungou— Poderiam ser autômatos, é claro, mas provavelmente não.

Depois de muito insistirmos, sério, insistimos mesmo, Hefesto decidiu que ia nos ajudar a achar Dédalo se fossemos ao Monte Santa Helena e descobríssemos quem está usado sua forja sem permissão. 

A pior parte? Ele não havia dito como descobriríamos o caminho até lá.

Eu havia sido a última a alcançar a porta para ir embora, mas antes que eu pudesse colocar o pé para fora, Hefesto chamou:

— América. 

Me virei para ele, percebendo que os outros haviam continuado andando e nem reparado que eu havia parado, ou que Hefesto havia me chamado por meu nome. Algo que ele não fez com nenhum dos outros durante a conversa.

O deus soltou o autômato aranha, que caiu no chão de pés, fazendo um som metálico alto que me fez querer arrancar os ouvidos. 

— Você pode viver um milhão de vidas e nunca vai merecer o garoto.

Passei os olhos pelo deus dos ferreiros e me virei, deixando a porta se fechar sozinha atrás de mim.

~~~

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora