O baile

816 101 89
                                    

Meta do capítulo: 80 votos e 70 comentários

~~

Quando coloquei o primeiro pé no salão principal, soube que não teria mais volta.

Theo segurou forte minha mão e me guiou por entre as pessoas enquanto fingi que não sentia suas encaradas curiosas.

Afinal, o que América Deinert está fazendo com um Sonserino um ano mais velho?

A verdade é que nem ela sabe.

Enquanto dançávamos, um pensamento martelava minha cabeça como um barulho constante e irritante. Mais que isso, era uma lembrança que eu não estava em paz.

Como estaria? Se durante a noite inteira eu estava destinada a estar debaixo do olhar julgador de Malfoy.

O loiro manteve a distância, eu não ouvi sua voz em um minuto sequer. Mas ele fez questão de estar por perto, perto o suficiente para estar sempre em meu campo de visão.

Perto o suficiente para me atormentar. Me fazer questionar.

Em um momento da noite, nos separamos.

Theo foi ficar com seus amigos e eu com os meus. Na verdade, foi até melhor assim.

Sonserinos e Grifinórios não têm tendência a se misturarem.

— Com ciúmes, Harry? — Questionei com um sorriso provocativo.

Harry desviou a atenção de Gina e voltou-se para mim. A expressão debochada de sempre.

— Ciúmes ? Dela com o Neville? Por que eu teria ciúmes?

— Aliás, — disse Rony, antes que eu pudesse responder a Harry — você sabia disso, não sabia?

— É claro que eu sabia.

— E você não me contou, Meri!

Soltei uma pequena risada enquanto negava com a cabeça.

— Ordens de Gina. — Dei de ombros. — Ela queria que fosse surpresa.

— Eu sabia! — Exclamou Hermione, deixando de lado sua taça com bebida e entrando na conversa.

— Ah, verdade. Perdão, deixa eu reformular a frase: Ela queria que fosse surpresa para vocês.

Harry e Rony trocaram um olhar emburrado e suspiros frustrados. Hermione soltou uma risadinha pequena que fez Rony subitamente se lembrar da existência da garota.

— Ei! Você! — Exclamou o ruivo, fazendo
com que a garota arqueasse uma sobrancelha, curiosa. — Também não nos contou sobre Krum.

Hermione deu de ombros.

— Não parecia tão importante.

O garoto arregalou os olhos e se projetou para a frente.

— Ele é meu ídolo!

— E meu namorado. — Rebateu ela.

— Ele foi meu ídolo primeiro!

A meia hora seguinte se passou num piscar de olhos. As conversas com o trio fluíam tão facilmente que qualquer um que olhasse de fora pensaria que somos amigos de longa data, quando, na realidade, fazia apenas pouco mais de um ano que eu os conheci.

Consegui me distrair por um período razoável de tempo, mas então, uma sensação ruim havia tomado conta de meu corpo. A aflição me rasgava por dentro e meu cérebro tentava sem sucesso manter o controle.

"Não há razão para ficar assim" dizia minha consciência. "Theo nunca te deu motivos para desconfiar".

Mas aquela pontada de insegurança fazia com que meus pés batucassem o chão e meus dedos tamborilassem na mesa.

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora