Caça a Bandeira

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Caso você venha para o acampamento meio-sangue, um aviso: escolha bem seus amigos e tome cuidado, nunca se sabe quando uma flecha pode acertar sua comida.

Hoje é quinta, o que significa que é dia de Caça a bandeira, as regras são simples: Dois times, duas bandeiras, um vencedor. As bandeiras ficam nas extremidades da floresta a vista de todos, a equipe que conseguir pegar a bandeira do oponente e atravessar o rio com ela, ganha.

Bem parecido com um caça bandeira normal, só que com armas perigosas nas mãos de crianças sem supervisão de um adulto responsável (não digam para Quíron que eu disse isso). 

O vencedor é agraciado com tudo aquilo que um semideus mais quer: glória.

E eu estava com saudades de ter meus momentos de glória. Podiam até me evitar, não gostar de mim, mas no campo de batalha, era difícil me derrotar.

Os pratos do jantar foram levados embora e Annabeth entrou correndo no pavilhão carregando o estandarte de ceda cinza com a pintura de uma coruja em cima de uma oliveira. Do outro lado do pavilhão, Clarisse entrou segurando um estandarte vermelho vivo com a pintura de uma lança com sangue e uma cabeça de javali.

As equipes eram as mesmas quase sempre, a equipe azul: Atena, Apolo, Hermes, Poseidon. Do outro lado, a equipe vermelha: Ares, Dionísio , Demeter, Afrodite e Hefesto. Os outros chalés: Zeus, Hera e Ártemis estavam vazios.

O nosso lado tem mais campistas, Apolo e Hermes são os chalés mais cheios, Hermes porque ele abriga todos os semideuses, filhos dele ou de deuses menores, e Apolo porque... bem Apolo é Apolo, né? Como Thalia disse uma vez, Apolo é quente.

Apesar de termos mais gente, os de Ares valem como um batalhão, são extremamente fortes e agressivos, certamente são um problema dos grandes. Nunca entre numa batalha contra eles, da última vez, Clarisse quebrou meu braço e fiquei sem atirar por uns dois dias enquanto me recuperava.

Quíron observou todos como se estivesse prestes a dizer: vocês vão tentar se matar por um jogo idiota enquanto eu fico só olhando, boa sorte, mas não foi isso que ele disse.

Em vez disso, bateu o casco no mármore e falou:

— Heróis, vocês conhecem as regras, o riacho é o limite! A floresta inteira está valendo. Todos os itens mágicos e tipos de magia são permitidos — Ele falou isso olhando especificamente para mim, parece que vou poder jogar do meu modo, sorri com o pensamento — A bandeira deve ser ostentada de modo destacado e não deve ter mais de dois guardas. Não é permitido matar nem aleijar. Servirei de juiz e médico no campo de batalha. Armem-se! E senhorita Deinert... nada de teletransporte.

Acenei com a cabeça para Quíron, com uma expressão séria no rosto. Embora por dentro, eu estivesse decepcionada mas não surpresa. 

Percy e Annabeth se olharam e gritaram:

— Equipe azul, para frente!

Gritamos e agitamos nossas armas, fizemos muito barulho, batemos os pés no chão e eu levantei o arco para cima, gritando.

Annabeth se virou para mim.

— Já sabe o que fazer. 

Assenti e me virei para trás, encarando nosso batalhão.

— Companhia norte! — gritei — Comigo!

Um grupo de cerca de quinze campistas, entre eles arqueiros e espadachins seguiram logo atrás de mim. Eu seguiria com minha divisão pelo Norte, os arqueiros subiriam nas árvores e tentariam avançar para o território inimigo passando despercebidos, enquanto o resto ficaria no chão servindo de isca, desviando o foco da atenção da equipe vermelha.

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora