Eu quero pintar meu cabelo (?)

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Descobri que estou num lugar chamado Casa do Brooklin. 

Isso me trouxe um alívio imediato, saber que eu estava tão perto de casa. Mas também me fez entrar em desespero, isso significava que o perigo estava perto e eu não faria a menor ideia disso se não tivesse sido salva por Sadie e Carter.

Aliás, Sadie e Carter são mágicos como eu, mas não são bruxos, são magos.

Magos egípcios descendentes dos antigos faraós.

Se eu pensava que ser filha de uma deusa era legal, imagine ser descendente um faraó egípcio.

Lhe contei um pouco da minha história: os deuses gregos são reais, eles tem filhos com mortais comuns, esses filhos são chamados semideuses e correm perigo constante e blá blá blá.

Para Sadie e Carter, essa história foi um máximo, mas para mim, que já havia a contado e recontado um milhão de vezes, foi um tanto quanto entediante.

— Espere aí — pediu Carter, interrompendo minha explicação. O moreno se virou para Bastet. — Você tem filhos?

Bastet - que eu descobri ser a deusa dos gatos - arregalou os olhos e suas bochechas ficaram vermelhas.

— Carter! — Exclamou a divindade egípcia. — Não mude de assunto!

Ela me olhou de uma forma que eu não soube interpretar, então achei melhor continuar falando. Quando se trata de um deus, todo cuidado é pouco, mesmo se ele for egípcio.

Falei sobre Cronos e a guerra que se aproximava. Expliquei a Grande Profecia e a promessa dos três grandes de nunca terem filhos. Aproveitei para contar sobre Percy e nossa ida ao labirinto.

Em momento algum mencionei Luke. Ou Hogwarts. Ou minha péssima relação com minha mãe. Isso é assunto meu e, além disso, esses dois já tem problemas demais.

Depois que eu terminei, foi a vez de Sadie compartilhar sobre a própria vida, Carter fazendo pequenas intervenções para contar sua versão. Eles começaram sua história quando Carter e seu pai foram passar o natal com ela em Londres e pararam no momento atual, onde ela está no Brooklin dando aula para cerca de vinte adolescentes sobre magia e coisas egípcias.

A Casa do Brooklin (ou Vigésimo-Primeiro Nomo) é um lar para adolescentes magos e descendentes dos antigos faraós egípcios, que, por incrível que pareça, correm perigos assim como os semideuses. O mundo é muito mais perigoso do que eu pensava.

Esse lugar é imenso e todo decorado com uma temática egípcia, há amuletos e hieroglifos por toda parte. O salão principal é imenso, com uma área de lareira grande o suficiente para estacionar um carro. Além disso, há uma enorme TV de plasma, dois sofás de couro e bem no centro, há uma estátua de Thoth, um deus egípcio.

Tudo aqui me lembra o Acampamento Meio-Sangue: os adolescentes treinando, animais mágicos (eles tem um crocodilo chamado Filipe da Macedônia), algum adulto questionável sendo o supervisor, os perigos constantes e a ameaça do mundo acabar. Enfim, casa.

Ou melhor, parecido com casa. Durante todo o tempo que fiquei na Casa do Brooklin senti uma sensação estranha, como se minha presença ali fosse errada. Uma angústia que estava ficando cada vez mais difícil de ignorar.

Mas o que eu poderia fazer? Minha perna estava realmente infeccionada e eles não tinham néctar e ambriosa, eu comi o que havia restado mas, mesmo assim, o ferimento teimava em não ir embora. Ele estava melhorando sim, mas demorando mais do que o normal.

Nem mesmo os feitiços de magos egípcios pareciam dar certo.

E Sadie e eu... bom, posso dizer que acabamos nos aproximando mais do que eu imaginava. 

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora