Uma nova amiga

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Enquanto Annabeth estava indo para Manhattan para ter seu encontro com Percy e Grover estava ocupado treinando com Juníper para sua seção no Conselho dos Anciãos Do Casco Fendido, eu não tinha muita coisa para fazer.

Tentei chamar Lee para treinar arco e flecha comigo, ou quem sabe apenas para matar o tempo e foi isso que ele me disse:

— Não posso agora, América. Tenho que treinar meus irmãos na enfermaria, quem sabe mais tarde ?

Eu havia esquecido completamente que Lee era um dos Conselheiros Chefes, portanto, como líder do chalé 7 ele tinha responsabilidades e deveres a cumprir.

Não podia negar que estava com um pouquinho de inveja, por ser um Conselheiro Chefe, Lee era respeitado e tinha direito a frequentar reuniões de Conselho dos Chalés, sabia de informações sigilosas e tinha direito de tomar decisões importantes.

Um conselheiro-chefe é o membro de chalé que está a mais tempo no Acampamento ou o mais qualificado. Normalmente acabam sempre sendo os mais velhos pois consequentemente eles acabam sendo mais fortes e fazendo mais missões.

É claro que pode-se desafiar o conselheiro-chefe para tentar tomar o seu lugar, caso você tenha mais missões do que o conselheiro atual você pode desafia-lo e se vencer, toma o lugar dele.

O chalé 11 atualmente possui dois Conselheiros-Chefes, que é o que normalmente acontece quando são irmãos. Travis e Connor, apesar de serem um pouquinho infantis e estarem sempre apontando alguma, são ótimos conselheiros de chalés e representam bem seu pai.

No começo eu me importava bastante em não ter um chalé só para mim e para meus irmãos, mas agora, sou a última filha de Hécate que continua no Acampamento então para que me serviria um chalé? Eu ficaria sozinha.

E, apesar de nunca ter tido muitos amigos, eu nunca cheguei a dormir sozinha, sempre estive rodeada de gente e acabei me acostumando a dormir com o barulho de roncos e pessoas levantando durante a noite.

Para ser honesta, o silêncio na hora de dormir me assustava. Apesar de eu com certeza apreciar o silêncio, ele era bom só quando eu estava acordada, atenta e com os olhos bem abertos.

Com os olhos fechados parecia só... macabro demais, até pra mim.

Eu estava andando sem rumo pelo Acampamento, sentindo o Guia dos Espíritos pesar no bolso do meu casaco. Eu estava procurando uma desculpa, qualquer coisa que me distraisse e pudesse me impedir de abrir o livro e estuda-lo de fato.

Ah, eu definitivamente não queria estudar.

E parece que as parcas finalmente estavam conspirando a meu favor porque vi entrando na clareira dos Chalés um sátiro com uma garotinha ao seu lado.

Caminhei em direção a eles até que nos encontramos. A garotinha tinha cabelos morenos e pele oliva, usava duas trancas e uma calça jeans, não parecia ter mais de 10 anos.

— E aí, Greengrass! — Cumprimentei o satiro, ele bateu os cascos no chão em animação.

— Deinert! Bom te ver.

Apontei com a cabeça para a menina, que observava nós dois com os olhos bem abertos, revelando íris verdes curiosas.

— Quem é sua amiga ?

Ele baliu e colocou uma mão na cabeça da garota.

— Essa é Suzanna.

— Ah, como a personagem de Nárnia! — Exclamei tentando usar o tom de voz que eu normalmente usava com crianças, o satiro revirou os olhos.

Sátiros tem uma relação longa de amor e ódio com as Crônicas de Narnia, longa história que começa com um sátiro que realmente existiu, chamado Tumnus.

When Worlds CollideOnde histórias criam vida. Descubra agora