When Worlds Collide

Outra lâmina maldita

Quanto mais velho fica um semideus, mais forte fica o seu cheiro e mais chances tem de monstros te encontrarem e você sofrer de uma morte precoce. No meu caso espero que monstros não consigam chegar em Hogwarts, porque isso seria um problema, um grande problema. E eu não estou afim de dar uma de Percy e ser expulsa dessa escola. 

Como em todos os outros dias estou tomando café no Grande Salão e as corujas começam a chegar, logo, avisto Ártemis, ela passa por cima de mim e deixa cair um pequeno pacote.

Analisando o pacote, observo que tem algo escrito em grego nele, grego antigo. De repente, me sinto pega desprevenida, meus amigos meio-sangues escrevem para mim em inglês. Se uma mensagem foi escrita em grego antigo só pode significar uma coisa: problema.

Algo está muito errado.

Observando melhor, sinto como se o mundo todo tivesse parado, de repente não sinto mais fome, não consigo mais respirar, algo dentro de mim entra em pânico com o bilhete.

Olá irmãzinha, 

Ainda posso te chamar assim, né? Fiquei sabendo pela sua mãe que não irá se juntar a nós, uma grande pena, fiquei muito decepcionado com você, poderíamos ser grandiosos juntos. E não pense que não senti pena de Annabeth quando ela segurou o céu, acredite em mim eu senti, não gostei nada de vê-la sofrendo daquela maneira mas ela escolheu esse caminho, assim como Percy, assim como você e assim como eu.

Apesar de tudo eu ainda te considero minha irmãzinha e tinha de te dar feliz aniversário, ainda que atrasado.

Lembre- se de mim toda vez que for usa-la, dei uma parecida para Annabeth a uns anos atrás, a diferença é que a sua tem um toque especial, eu me lembro quando você falou que amava gatos...

Até qualquer dia(ou batalha).

Luke Castellan

Uma lágrima solitária cai de meu olho e desce pela minha bochecha, a limpo instantaneamente. Me sinto envergonhada pelo ato, não posso chorar por Luke, não posso nem ao mesmo chorar, é ridículo de minha parte sentir tanto assim por uma carta minúscula.

Mas eu amava Luke, deuses como eu o amava. Ele era meu irmão. Ele me ajudava com tudo no acampamento, me metia fora de encrencas, me dava presentes, me treinava com atenção especial. Ele dizia que eu estava destinada a coisas grandes, que um dia eu seria a maior de todos os semideuses modernos. Para Luke, eu era imbatível. Por muito tempo, ele foi meu único amigo de verdade no Acampamento.

Parti meu coração ao descobrir que ele havia roubado o raio-mestre e traído todos nós.

E agora, ele estava do lado oposto. Ele podia me matar e eu podia mata-lo. Mas será que quando a hora chegasse, eu conseguiria faze-lo? Eu conseguiria enfiar uma espada em seu torço? 

Só de pensar na possibilidade, eu sinto calafrios. 

Hesitante abri o pacote e o que tinha lá dentro iria me assombrar pelos próximos anos.

Era uma adaga.

Ela tinha um cabo prateado com desenhos de ouro. No centro, na parte de cima do cabo, uma figura de um gato estava entalhada. 

Era obviamente uma adaga de bronze celestial. Tentei pensar nos milhares de significados que essa adaga poderia ter, uma ameaça? um último presente? 

De uma coisa eu estava certa, era um aviso. Luke havia se juntado a Cronos e com certeza não pensaria duas vezes antes de me matar.

Num ato impensado, deixei a adaga cair na mesa de madeira, de repente ela parecia tóxica. Eu não queria toca-la, não queria nem ao menos olhar para ela. Desviei o olhar para minhas mãos e percebi que elas tremiam, percebi que minha respiração estava acelerada e eu respirava com dificuldade pela boca.