O barulho dos pássaros cantando e o se mexer de outra pessoa na cama fez com que Eda abrisse os olhos rapidamente. Avistou um Serkan com o cabelo desarrumado, de bruços, abraçando o travesseiro e logo se lembrou de que havia se casado no dia anterior. Se virou e olhou no relógio, constatando ser sete e meia da manhã.
Por que acordara tão cedo não soube explicar. Voltou a encarar Serkan e não levou mais que alguns segundos para Eda reparar o quão lindo seu marido realmente era. Se sentia aliviada por Serkan tê-la deixado dormir noite passada e essa foi só mais uma das coisas que Serkan havia feito para provar à Eda que podia confiar nele.
Decidiu se levantar da cama sem fazer barulho e então trocou de roupa ali mesmo, percebendo que Serkan não acordaria naquele exato momento. Escovou os dentes e os cabelos rapidamente e saiu do quarto na ponta dos pés, encostando a porta com o maior dos cuidados. Caminhou lentamente pelos corredores do lugar e, ao entrar na cozinha, se deparou com dois rapazes desconhecidos para ela. Deu graças por ter trocado de roupa e não saído naquela camisola pela casa, até porque tinha homens que moravam ali, seria um tanto estúpido sair em trajes inapropriados do quarto.
-- Bom dia, Senhora Yildiz Bolat. -- Um dos rapazes a cumprimentou. Queria entortar a boca perante o nome, mas não podia negar que seus nomes juntos soavam um tanto bonito demais.
-- Bom dia, senhores. -- Ela disse, se sentando em uma das cadeiras do local. Não tomavam café ali, mas tendo em vista que todo o resto da casa, incluindo salas de estar, de jantar, e salão principal, estavam um desastre devido à festa do dia anterior, se sentou ali mesmo.
-- Uuh, olha só quem acordou cedo. -- A voz de Rosália preencheu toda a cozinha. A mulher parecia estar de bom humor. -- Como está meu menino? Ainda dorme? -- Eda sorriu e assentiu.
-- Sim. Eu não quis acordá-lo, parecia cansado ontem.
-- Uuh, eu posso mesmo imaginar. -- A gargalhada da mulher se prolongou ali. -- Mas coma, precisa repor as energias. -- Falou, estendendo um maravilhoso bolo de chocolate para a menina. Eda franziu o cenho, mas logo se lembrou do que todos naquela cidade pensavam que Serkan e ela haviam feito na noite anterior.
-- É... obrigada. -- Disse pegando um pedaço e começando a comer.
Passou seu café da manhã inteiro conversando com Rosália, a mulher demonstrava ser muito atenciosa e Eda logo fizera amizade com a mesma. Assim que se levantou para ajudar Rosália a retirar a mesa escutou passos ecoarem no assoalho de madeira. Olhou rapidamente para ver um Serkan estacado no lugar, olhando paralisado para os rapazes ali presentes.
-- Bom dia, meu amor. -- Serkan de repente disse, enlaçando os braços no corpo de Eda, a abraçando por trás. Eda preferiu ignorar o arrepio que percorreu sua espinha ao sentir o delicado beijo em seu pescoço.
-- B-bom dia. -- Respondeu, sentindo Serkan soltar de seu aperto. Suspeitou que ter Serkan fazendo tal coisa tinha algo a ver com os dois paspalhos ali parados, que analisaram meticulosamente o ato de seu marido.
-- O que tem para comer? Estou faminto, Rosália. -- Perguntou, caminhando até a mulher e lhe dando um beijo no rosto. -- Ontem só nos serviram bobeiras.
-- Cadê meu bom dia? -- Perguntou acertando o pano de prato no rapaz. -- Dormiu comigo por acaso? -- A risada de Serkan fez Eda sorrir involuntariamente.
-- Desculpe. -- Pediu sorrindo como uma criança que aprontou algo. -- Bom dia, flor do meu jardim.
-- Agora sim. -- A mulher falou sorrindo satisfeita. -- Vou pegar mais bolo. Sente-se aí. -- E assim Serkan o fez.
-- Então, senhores... -- Serkan disse limpando a garganta. -- O que fazem aqui tão cedo?
-- Protocolo, Senhor. Apenas protocolo. -- Serkan assentiu sem dizer mais nada. Assim que terminou de comer se retirou do lugar, segurando a mão de sua esposa, quem achou estranho o toque repentino, mas não protestou, nem poderia.
-- Para onde vamos? -- Eda perguntou.
-- Para um lugar mais tranquilo. -- O corpo de Eda enrijeceu pensando que Serkan poderia ter mudado de ideia, mas o ruivo tratou de se explicar. -- Apenas conversar. -- Eda assentiu e a acompanhou. Assim que chegaram no jardim Serkan se sentou ao pé de uma árvore e Eda olhou para o banquinho ali perto, mas preferiu acompanhar o marido, se sentando ao seu lado na grama.
-- É algo... sério?
-- Digamos que... mais ou menos. -- Disse dando um riso fraco. -- Eu gostaria de te pedir um favor.
-- Diga.
-- Esses homens que estavam na cozinha, bem, eles vão meio nos seguir pelos primeiros meses de casamento no mínimo. -- Começou. -- E se eles descobrirem que, você sabe... não obedecemos às leis do casamento eles podem tirar meu posto de comandante por mentir diante de algo tão sério. A honestidade é algo a ser levado a sério em nosso trabalho e mesmo eu sendo o herdeiro posso ser arrancado como líder a qualquer momento.
-- E o favor seria...? -- Eda tinha uma ideia do que era, mas preferiu perguntar.
-- Eu não gosto de mentiras, mas realmente amo o meu trabalho. -- Começou. -- Por isso peço que diante deles me trate como marido. -- Pediu envergonhado.
-- Com mãos dadas, abraços, beijos e tudo mais? -- Perguntou.
-- A parte do beijo pode ser só selinho. Não precisamos de demonstrações mais íntimas do que isso. -- Falou sincero e Eda suspirou aliviada. Era melhor do que realmente ter que fazer isso sempre. -- Se não quiser eu posso dar um jeito, sei lá... Posso tentar...
-- Tudo bem. -- Eda concordou rapidamente, o cortando de entrar em alguma espécie de crise e Serkan assentiu mais tranquilo. Aqueles homens poderiam destruir sua vida caso implicassem com o casamento deles.
-- Obrigado. -- Sussurrou, deixando seus olhos verdes pousarem em Eda. -- Então... como foi sua noite? Dormiu bem?
-- Sim. Estava bem cansada, para ser sincera, e sua cama foi como um sonífero para mim. -- Falou rindo.
-- Nossa cama é realmente muito macia. Comprei ela exatamente por isso. Durmo igual um bebê. -- Respondeu rindo, corrigindo sutilmente sua esposa.
-- Percebi. -- Disse risonha. -- Agora vamos, quero andar naquela corda. -- Eda disse, se levantando e puxando Serkan consigo. -- Hoje pretendo ficar mais tempo nela.
-- E se você cair eu prometo não rir. -- Serkan respondeu rindo em tom de brincadeira, levando um olhar de reprovação de Eda antes de começarem a andar. Ele percebeu que a morena não soltou sua mão e sorriu internamente, mesmo que não tenha sido por vontade própria. -- Brincadeira. Quis dizer que se você cair vou estar lá para te segurar.
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Esse casal é tudo pra mim 😍😍
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Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - Edser
Romance[Concluída] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Eda, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Cenk, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Aysun, deseja que a filha con...