Enquanto caminhavam em direção à Selin, que estava na cozinha, conversando alguma coisa aleatória com Aydan e praticamente tendo ignorado o pedido de Serkan de dar o fora da casa, Eda pensava em tudo que havia vivido até ali. Havia sofrido para aceitar um lindo destino. Destino este que tinha olhos tão verdes como esmeraldas e um sorriso mágico; destino esse que tinha um enorme coração e um toque tão suave que era como se algodão lhe tocasse a pele.
A mais nova até tentou, mas não conseguiu identificar o exato momento onde se apaixonou por Serkan. Um dia simplesmente tinha certeza; nada de melhor poderia ter lhe acontecido.
-- Onde está neste exato momento, minha senhora Yildiz-Bolat? -- Serkan perguntou apertando suavemente a mão de Eda, parando na porta da cozinha.
-- Em algum lugar entre o brilho dos seus olhos e o gosto do seu beijo. -- Eda murmurou e Serkan sorriu.
-- Obrigada por ter me deixado entrar em seu coração. -- Sussurrou, colocando uma mecha de cabelo de Eda atrás de sua orelha.
-- O mérito é todo seu. Eu jamais deixei. -- Falou rindo. -- Você simplesmente entrou; se alojou aqui... -- Falou segurando a mão de Serkan e a colocou sobre seu coração. Ele se aproximou, sentindo os doces lábios de Eda esbarrarem nos seus em um suave beijo. -- Hora de expulsar a bruxa. -- Disse sorrindo com os olhos.
-- Certo. -- Serkan disse, adentrando a cozinha. -- Oh meu Deus, Eda, como pôde me trair? -- Perguntou querendo rir, vendo Selin sorrir com a cena.
-- Serkan, eu juro que próxima noite te deixo dormir do seu lado da cama. -- Falou rindo, vendo de soslaio Selin franzir o cenho.
-- Então tudo bem... Está perdoada. -- Serkan disse, dando um selinho em Eda enquanto sorria.
-- Você perdoou a traição dela? -- Selin perguntou incrédula, enquanto Aydan apenas se retirou ao notar que o clima pesaria.
-- Sim.
-- Serkan, ela transou com outro, na biblioteca. Como pode perdoar isso?
-- Perdoando, oras. -- Sekin trincou o maxilar e inflou as narinas.
-- Ótimo. Então continue beijando a boca dela após ela ter chupado o membro do ex-namorado.
-- Como sabe o que ela fez, Selin? E como sabe que foi na biblioteca? -- Serkan perguntou, vendo a loira empalidecer.
-- Ele me disse. -- Mentiu, vendo Eda rir baixinho.
-- Pelo menos gostou? -- Eda perguntou. -- Porque todo esse trabalho deve ter que ter valido para algo, não acha?
-- Do que está falando?
-- Não precisa bancar a desentendida. Já sabemos o que fez. -- Eda explicou. -- Desceu muito baixo dessa vez, Selin. Eu realmente queria ser sua amiga; queria erguer a bandeira da paz; mas se era guerra que você queria... deveria ter se lembrado que a meu marido é o comandante.
-- Serkan, eu não sei do que ela está falando. -- O ruivo suspirou ao ouvir isso.
-- Eu vi o bilhete. -- Serkan assumiu, vendo o exato momento onde Selin fechou os olhos ao perceber a estupidez de deixar sua letra legível.
-- Eu só queria ter a chance de você me notar. -- Selin por fim confessou, começando um choro alto.
-- Se esse fosse o caso... Não acha que transando com outra pessoa faria eu te notar menos?
-- O que você...
-- Sabemos que transou com ele. Cenk confessou. -- Serkan disse. -- Olha Selin, essa parte não me interessa, tudo bem? Com quem você decidiu ter relações e afins. A parte que me interessa é...
-- Eu não iria transar com ele! -- Ela disse baixo, encarando o chão. -- Eu só iria... fazê-lo ficar excitado. Me perdoa, eu só queria que você me amasse. -- Ela disse voltando a chorar. Eda revirou os olhos e a encarou. -- Eu só queria que visse meu amor por você.
-- Você me fez acreditar que Eda tinha me traído. Que tipo de amor é esse onde mesmo sabendo que eu sofreria optou por mentir?
-- Aysun me persuadiu a mentir. Eu não faria algo tão grave por conta própria.
-- Minha... Minha mãe? -- Eda perguntou surpresa.
-- Sim. O plano dela era fazer Eda ingerir a bebida batizada e ir para a biblioteca, onde sabia que Cenk a forçaria a um beijo achando que ela queria, Serkan entraria no lugar graças a mim e veria que Eda retribuía o beijo, mas na verdade só não teria forças para se afastar. -- Confessou em seu ímpeto. -- Cenk, por ter sido menos dopado, contaria a verdade à Serkan e Eda não conseguiria mover um músculo. Serkan acreditaria e eu o teria livre, o seduziria após el ter bebido, porque ele sempre bebia quando estava triste, pensei que não mudaria. -- Assumiu. -- E transaríamos a noite inteira. Serkan não aguentaria a culpa de tirar minha virgindade e me pediria em casamento, mas Eda não bebeu o champanhe que lhe dei e o que houve foi improviso, eu não tinha certeza do que aconteceria.
-- Sua... -- Eda tentou ir para cima de Selin, no entanto Serkan a impediu, segurando-a por seus ombros.
-- Não vale a pena, meu amor. -- Ele sussurrou, fazendo Eda se acalmar devido ao tom manso de seu marido.
-- Você era virgem antes de Cenk? -- Eda perguntou e Selin negou com a cabeça.
-- Faria Serkan crer nisso. -- Eda riu em sua raiva e lhe fitou fuzilante.
-- Você está se ouvindo? -- Perguntou irritada. -- Armou a droga de um drama imenso tudo por querer Serkan para você. Quanto egoísmo! -- Proferiu. -- O que minha mãe ganhava com isso?
-- Dinheiro e uma casa. -- Selin confessou.
-- Ótimo. Será isso que tirarei dela. -- Eda disse, fazendo Serkan lhe olhar surpreso. -- E você... Rua! -- Disse para Selin, quem assentiu tristemente.
-- Eu já tinha preparado as malas. Serkan me mandou para a fazenda ontem. -- Eda riu e balançou a cabeça.
-- Acho que você não entendeu... Então deixa eu ser mais clara. Você está na rua. Não ficará em nenhuma das propriedades do meu marido. -- Selin arregalou os olhos e olhou para Serkan em meio ao desespero.
-- Serkan... -- O ruivo olhou para ela, mas a voz de Eda o fez desviar a cabeça em sua direção.
-- Você vive me dizendo que o que é seu é meu. -- Eda recordou. -- Então repito, Selin está proibida de entrar em qualquer de nossas propriedades. Está na rua! -- Falou convicta. -- Quem sabe assim ela não aprende a gastar o tempo dela em algo útil ao invés de o desperdiçar tentando nos separar. -- Serkan apenas suspirou e assentiu.
-- Seu pedido é uma ordem. -- Ele sussurrou, selando os lábios de Eda em um beijo casto.
-- Eu não tenho para onde ir... -- Selin disse desesperada. -- Não conheço ninguém.
-- Para não dizer que sou tão ruim assim te deixo ficar na casa da minha mãe. -- Eda falou. -- Lá no meio do mato, como você costuma chamar o vilarejo.
-- Sua mãe vai deixar? -- Serkan perguntou confuso.
-- Eles deviam a casa. O seu dinheiro mantém ela lá. Então a expulso, trago meu pai para viver aqui comigo se ele quiser e a Selin fica na casa.
-- Sua mãe vai viver onde?
-- Ela tem parentes por aí. Que se vire!
-- Que esposa rancorosa a minha. -- Serkan disse rindo, enlaçando a cintura de Eda com um de seus braços.
-- Não tenho rancor de ninguém, apenas não dou oportunidade para se meterem no nosso casamento de novo. -- Eda informou. Selin inflou as narinas e disse furiosamente:
-- Você vai se arrepender de ter escolhido essa vagabunda, quando fui eu que sempre estive ao seu lad... -- Sua fala foi cortada por um tapa estalado de Eda em seu rosto. Seu orgulho a fez sair correndo dali sem jamais olhar para trás outra vez.
-------------------------------Preparados para o fim?
Já já venho com o último capítulo 💔
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Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - Edser
Romance[Concluída] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Eda, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Cenk, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Aysun, deseja que a filha con...