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-- Criança, você está bem? -- Aydan perguntou ao ver Eda entrar quase sem cor no ambiente. Selin estava sentada à mesa comendo cereal.

-- Deve ser o calor... -- Eda disse forçando um sorriso.

-- Está bem mesmo? -- Selin perguntou lhe fitando curiosa. -- Digo, não que eu me importe.

-- Estou. -- Eda disse com o olhar perdido em algum ponto da mesa. Jamais imaginaria que se apaixonaria tanto por Serkan e que desejaria que Cenk desaparece de sua vida, mas a vida surpreende, correto? Ela segue fazendo esse tipo de jogo onde você pensa que está ciente de todos os seus passos, mas tudo não passava de uma simples pegadinha.

Nem sabia quando havia desenvolvido tais sentimentos, contudo, Serkan era desse tipo de pessoa que te envolve e você só percebe que é essencial em sua vida quando a perde. Eda não havia perdido Serkan, mas o desprezo e mágoa na voz de Serkan no dia que havia voltado da batalha fez Eda estremecer. Não poderia suportar aquele olhar vindo de seu marido. Não quando Serkan sempre a olhou com carinho e ternura. Não quando sempre foi doce e gentil. Não quando sempre lhe sorria. Sentiu um frio percorrer sua espinha. E se Serkan voltasse a olhá-la daquela maneira?

-- Quer comer algo, criança? -- Aydan perguntou.

-- Só... gostaria de tomar um copo de chá, por favor. -- Aydan entortou a sobrancelha.

-- Tem certeza? A senhora odeia...

-- Na verdade tem razão. Eu não gosto de chá. -- Falou e Selin franziu o cenho.

-- Onde está Serkan? -- Selin perguntou.

-- Não biblioteca com o novo administrador e com Engin. -- Respondeu e Selin olhou para Aydan. Eda nunca respondia sem rispidez à Selin quando perguntava de Serkan. Algo não estava certo.

-- Querida... -- Aydan disse puxando uma cadeira e se sentando ao lado da garota.

-- Não deveria estar sentada no horário de serviço. -- Selin disse.

-- Você cala a boca. Ela se senta na hora que quiser. -- Eda a defendeu irritada.

-- Concordo com Selin, ela não deveria estar sentada. -- Serkan disse ao adentrar a cozinha, fazendo Selin sorrir vitoriosa. Eda olhou severamente para Serkan, fazendo o rapaz suspirar rendido. -- Mas Eda é tão dona quanto eu, então pode permanecer sentada. -- Falou secamente. Aydan sabia que Serkan só estava agindo assim por raiva. Ele jamais ligava quando a mais velha se sentava junto à uma delas a mesa.

-- Vou terminar meus afazeres. Com licença. -- A mulher disse se levantando às pressas.

-- Eu disse que seria rápido. -- Serkan disse sorrindo, se sentando no lugar onde Aydan estava segundos atrás. -- Já podemos ir andar a...

-- Na verdade prefiro ficar aqui em casa. Não me sinto muito bem. -- Falou, fazendo Serkan a olhar preocupado.

-- O que você tem?

-- Não é nada. Logo vai passar, não se preocupe. -- Serkan assentiu segurando uma das mãos da esposa sobre seu colo. Selin deixou seu prato de cereal sobre a mesa e saiu dali disfarçadamente. Odiava ver os dois juntos. -- Serkan...

-- Sim?

-- Aquele homem...

-- Peter?

-- Sim. -- Disse acariciando a mão dele.

-- O que tem ele?

-- O que ele queria? Digo, o que ele fazia aqui?

-- Ele é o novo administrador, minha alma. Irá trabalhar aqui.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora