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Após vários minutos sozinho no banheiro Piril chegou para ajudar Serkan a retirar sua roupa. Eda escutava alguns resmungos de dor vindos do banheiro e queria loucamente entrar lá, mas sabia que Serkan não a permitiria ajudar em nada. Depois do que havia parecido uma eternidade para Eda, Piril foi para seu respectivo quarto e Serkan foi para sua cama. Eda já estava deitada, mas não dormiria sem tentar novamente falar com Serkan.

Puxou a coberta para facilitar o trabalho de seu marido e o mesmo apenas lhe olhou, se sentando na cama vagarosamente, para então se acomodar deitado.

-- Tem pomada em nossa cômoda, quer que eu passe nos hematomas? -- Eda perguntou com cautela.

-- Vou chamar a Piril de n...

-- Você não vai chamar ninguém! -- Eda decretou. -- Eu estou aqui e posso passar. Eu sou sua esposa e não ela, droga. -- Reclamou bufando. Serkan a encarava sem dizer nada. -- Me deixa te ajudar.

O ruivo lhe olhou fixamente por vários segundos, se notava dor em sua mirada, para então se virar para o outro lado sem dizer nada. Eda decidiu se levantar, trancar a porta e pegar a pomada.

-- Eu sei que você pode estar me odiando agora, mas acredite que quando digo que não é por pena que quero te ajudar eu estou falando a verdade. -- Disse se sentando na cama e erguendo a mão cautelosamente até o primeiro dos botões da camisa de Serkan. Ele odiava dormir com camisa de botão, mas, para não ficar erguendo o braço para retirar a camisa cada vez que iria trocar de roupa e não piorar suas dores, optou por uma camisa assim, já que dormir sem camisa não era um opção há muito tempo, para Eda se sentir mais confortável ao seu lado.

Eda sentiu a mão de Serkan segurar delicadamente seu pulso e suspirou, ainda não desistindo.

-- Pense que a pomada vai ajudar nos hematomas. Você me disse que ama o seu trabalho, me deixe te ajudar a voltar para ele. -- Sentiu os dedos de Serkan irem se afrouxando do aperto e entendeu como um sim. Começou a desabotoar todos os botões da camisa dele e, conforme a camisa ia revelando sua pele branca, Eda teve que manter seus pensamentos em linha reta.

-- Você poderia me... ajudar a deitar de bruços? -- Serkan pediu meio contrariado. -- Eu vou ficar sem camisa e não quero que você vomite em cima de mim. -- Eda entortou a boca ao ouvir aquilo, mas ignorou, ajudando o rapaz a se virar e, assim que o fez, Eda respirou fundo e deslizou a camisa de seu marido de seus ombros lentamente, não querendo causar mais dor para ele, a colocando em um canto qualquer.

Pegou o tubo de pomada e colocou um pouco em seus dedos, começando a traçar círculos em cima dos hematomas de Serkan. Não pôde evitar reparar no quão macia sua pele era; os traços desenhados dos músculos; a pele branca; os cabelos levemente bagunçados jogados para o lado; tudo contribuía para a visão ser totalmente sexy.

-- A-ai. -- Serkan gemeu baixinho quando Eda aplicou pressão demais em uma das marcas roxas. Ela havia se distraído com a visão.

Passou vagarosamente o dorso de sua mão em uma carícia de baixo para cima e desceu seu dedo indicador na curva da espinha do homem, em um ato que fez com que Serkan se arrepiasse inteiro.

-- Eda... -- Ele alertou e Eda mordeu seu lábio inferior.

-- Desculpe. -- Pediu baixinho, voltando a passar a pomada nos lugares arroxeados. Assim que terminou se curvou, tentando parar seu próprio corpo, mas não conseguiu, por isso acabou aplicando um leve beijo na nuca de seu marido. -- Vire-se. Preciso passar na frente. -- Sussurrou e Serkan engoliu em seco ao sentir os lábios de sua esposa contra sua pele, e depois o sussurro lento fazendo ele ser capaz de sentir a respiração de Eda esbarrando no pé de seu ouvido. Se virou lentamente com a ajuda de sua esposa para não tocar ombro machucado no colchão.

Eda paralisou ao ver o peitoral perfeitamente desenhado de Serkan e o abdômen completamente definido.

Passou mais pomada em seus dedos, desviando os olhos do peitoral de seu marido para então começar a fazer os mesmos movimentos circulares nos hematomas da barriga e costela.

-- Piril já limpou a ferida, então não precisa... -- Serkan esclareceu e Eda logo entendeu, assentindo, tensa demais para dizer algo. Ela estava desejando beijar aquela pele, aquele corpo, o que estava dando nela? Ele estava machucado, magoado, ela não tinha o direito de pensar naquilo, menos ainda quando ele a aludiu para casar-se com ela.

Respirou fundo e retirou o short de Serkan, o vendo apenas de cueca, se concentrou em fazer os mesmos movimentos nos hematomas de suas pernas. Ao voltar a ficar na altura dos olhos dele aplicou mais pomada em seus dedos e começou a acariciar lentamente seu rosto.

-- Deus... te machucaram feio. -- Eda disse tristemente. -- Eu odeio te ver assim.

-- Terminou? -- Serkan perguntou desviando seu olhar de Eda.

-- Sim. -- Ela disse vendo a pomada sumir por entre os poros do rosto de Serkan. -- Amanhã vai estar bem melhor.

-- Obrigado. -- Serkan disse tentando se abaixar para pegar sua camisa, mas Eda o impediu.

-- Não precisa se vestir, eu tranquei a porta. -- Eda disse em um tom brando. -- Deve ser horrível colocar roupa com esse monte de machucados.

-- Tem certeza? -- Serkan perguntou e Eda assentiu, se inclinando e deixando um beijo no pescoço do rapaz, um dos únicos lugares onde não havia machucados.

-- Boa noite, Bolat. -- E se virou para o outro lado. Não seria capaz de dormir vendo Serkan seminu do seu lado. Na verdade, ela não sabia se seria capaz de dormir sabendo que Serkan estava naqueles trajes na mesma cama que ela.

Mordeu o lábio inferior tentando tirar a imagem do corpo do rapaz de sua mente. Ela jamais havia sentido tanta atração por alguém em toda a sua vida. Péssima hora para isso aflorar.

E foi no meio da madrugada quando acordou percebendo estar dormindo de conchinha com Serkan. Seu braço direito abraçava possessivamente a cintura dele. Se inclinou, analisando o rosto de seu marido. "Tão lindo mesmo com todos esses machucados." Pensou, passando longos minutos contemplando ele dormir, tão sereno e calmo. Desejou que ele jamais houvesse feito o que fez.

Desceu seus olhos para o corpo do homem, vendo que ele estava ainda seminu, e não resistiu em aplicar um beijo no ombro bom do rapaz, para depois subir uma pequena trilha de beijos castos até a curva de seu pescoço. Sua mão coçou para subir um pouco mais e acariciar seu peitoral, mas seria errado fazer isso enquanto ele dormia. Pior ainda pela briga que haviam tido.

Inalou o cheiro da pele dele e apertou forte os olhos, se contendo de fazer alguma besteira, para logo deitar de novo na cama.

-- O que está fazendo comigo, Serkan? -- Sussurrou baixo antes de colar seu corpo no dele novamente, devagar suficiente para não acordar seu marido e tampouco machucá-lo mais.

Caiu no sono logo, no aconchego do calor do corpo de Serkan colado no seu, só não sabia que ele estivera acordado todo esse tempo. Não pôde dormir devido às dores e presenciou toda a cena, dando graças aos céus por Eda não ter percebido sua pele toda arrepiada perante seu toque.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora