Serkan caminhava despreocupado pelos corredores da enorme casa, tendo entre sua mão direita os dedos de Eda entrelaçados aos seus. Era quase como se não precisasse se vingar de ninguém, como se ter Eda ao seu lado fosse suficiente. De fato, realmente era, no entanto, Serkan não poderia deixar as coisas como estavam. Se Selin realmente tivesse feito algo seria justo deixá-la achando que poderia aprontar sempre? Óbvio que não.
Parou em frente ao quartinho localizado ao lado da biblioteca, que era onde Cenk estava alojado. Bateu três vezes e não demorou muito para a porta ser aberta. Sobre a cama estava uma pequena mala e o rapaz estava vestido como se estivesse prestes a sair.
-- Eu só não fui embora ontem porque eu estava passando mal. -- Se justificou. -- Até tentei, mas fiquei com medo de passar mal na rua. Sinto muito. -- Ele disse, com uma mão apoiada na porta. Seus olhos desviaram para Eda e a mais nova pôde ver quase desprezo contido neles.
Serkan respirou tranquilamente, enquanto adentrou o ambiente sem permissão. Eda o seguiu, estranhando o olhar sereno de Serkan. Bem, isso até ele fechar a porta com força, causando um forte ruído no local.
-- O negócio é o seguinte, Cenk... -- Serkan disse lhe olhando calmo. -- Vai desmentir na minha cara as merdas que disse ontem, tudo bem? E depois disso vai me dizer por que as inventou. -- O homem lhe olhou confuso, antes de desviar o olhar para Eda, negando com a cabeça.
-- Você realmente o fez acreditar que eu menti, não foi? -- O homem perguntou, batendo palmas ironicamente logo em seguida. -- Eu não sei o que eu te fiz para estar me magoando desse jeito, Eda. Não sei porque disse que me ama e agora está fazendo isso... -- Falou sentindo que foi traído. -- Só queria saber como era me pau dentro de você? Era isso? -- Gritou. -- Responde, sua vadiazinha de merda!
Serkan respirou fundo e passou a língua pelos lábios antes de estalar o pescoço e empurrar Cenk até uma das paredes, apertando a gola de sua camisa com as mãos.
-- Me escuta bem, seu pedaço de lixo ambulante... -- Ele disse rangendo os dentes. -- Se voltar a faltar com respeito com Eda novamente... -- Sentiu Cenk tentar atingir seu rosto, mas foi mais rápido e segurou seu punho, o torcendo quase a ponto de quebrá-lo. -- Eu não sou a porra do comandante dessa merda toda apenas por ser o herdeira do título. -- Ele sussurrou irritado.
-- Serkan? -- Eda disse sentindo aflição. Tinha pavor de sangue e, ao que tudo indicava, Serkan não estava para brincadeira.
-- Eda, desculpe estar fazendo você ver isso. -- Disse se acalmando um pouco, afrouxando o aperto. -- Vamos do começo, Cenk... Por que inventou isso?
-- Eu não... Ai, ai,aiii. -- Gemeu ao sentir Serkan dobrar seu pulso com força. -- Eu juro, eu juro... Por favor... -- Gemeu. Serkan apertou o maxilar e soltou Cenk com força.
-- Desgraçado. -- Sussurrou, se controlando para não quebrar ele inteiro. Não era agressivo, mas quando o assunto era Eda ele perdia o autocontrole. -- Me conta do começo. -- Cenk assentiu assustado e olhou para Eda.
-- Bem... -- Ele começou arrumando a gola de sua camisa. -- Eda me enviou um bilhete...
-- Deixa eu ver o bilhete. -- Cenk assentiu e caminhou até o criado mudo, abrindo a primeira gaveta e retirando o mesmo de lá. Se dirigiu à Serkan e o entregou a ele. Serkan o olhou sério antes de abrir o papel e respirar aliviado.
-- Essa não é a minha letra. -- Eda alegou assim que se aproximou de Serkan.
-- É claro que não é. -- Ele respondeu. Não que tivesse dúvidas sobre Eda, mas ter provas reais de que tudo não passara de um mal-entendido era reconfortante.
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Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - Edser
Romance[Concluída] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Eda, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Cenk, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Aysun, deseja que a filha con...