20

1.2K 120 6
                                    

-- Não preciso de ajuda para subir. -- Eda disse rindo. -- Sei montar a cavalo desde que tinha doze anos. -- Esse havia sido um dos motivos pelo qual havia se irritado com Cenk, dizer à sua verdadeira esposa que lhe ensinava a montar a cavalo era mais que uma ofensa, uma vez que ela montava muito melhor do que ele.

-- Ora, ora. Tenho uma esposa que não para de me surpreender. -- Serkan disse rindo, vendo Eda já montada sobre o cavalo. Decidiu caminhar até seu cavalo e acariciar o mesmo, antes de subir nele.

-- Uma corrida de cem metros? -- Eda propôs balançando sua sobrancelha e sorrindo. Já estavam casados havia pouco mais de um mês.

-- Não quero fazer feio na sua frente. -- Serkan disse.

-- Está com medo, Bolat? -- Provocou arqueando uma sobrancelha.

-- Talvez. -- Falou se inclinando para o lado e tocando os lábios na bochecha esquerda de Eda. -- Te vejo na chegada, mon amour. -- E deu partida, fazendo Eda o olhar incrédula e boquiaberta antes de começar a correr com seu cavalo logo atrás.

Eda até tentou, mas, pela vantagem de Serkan, foi praticamente impossível ultrapassá-lo.

-- Não vale. Você roubou! -- Eda disse descendo do cavalo e cruzando os braços de forma birrenta. Serkan soltou uma gargalhada ao ver a cara de sua esposa.

-- Tem razão. Roubei. -- Confessou descendo de seu cavalo. -- Mas foi engraçado ver sua cara.

-- Pois eu não achei.

-- Claro que não, você não viu. -- Serkan respondeu. -- Tudo bem, desculpe. -- Pediu ao ver que Eda não sorria.

-- Só se assumir que eu ganharia caso não tivesse roubado.

-- Bem, isso eu não posso dizer, porque não tenho certeza.

-- Vamos correr de novo. -- Eda propôs e Serkan respirou fundo.

-- Tenho uma ideia melhor. -- E sem dizer mais nada estendeu a mão no ar para Eda subir em seu próprio cavalo.

-- Por que no seu? -- Eda perguntou arqueando uma sobrancelha.

-- Suba e descubra. -- Eda, por ser curiosa demais, não resistiu e subiu no cavalo de Serkan. O ruivo caminhou até o cavalo de Eda e o amarrou ali. -- Já já alguém vem te buscar, amigo. Vou providenciar isso. -- Falou para o cavalo e Eda sorriu ao ver que seu marido se importava com o bem-estar do animal.

-- E então? -- Eda perguntou animada, mas sentiu seu corpo se enrijecer ao ver Serkan subir no mesmo cavalo que ela.

-- Você me disse no dia em que nos conhecemos que tinha vontade de voar em um zepelim. -- Serkan disse, enlaçando seus braços pela cintura de Eda. -- É... -- Disse um pouco constrangido. -- Você guia ou...

-- Pode guiar. -- Eda disse, deixando Serkan segurar as rédeas do animal. Sentia-se extremamente nervosa com a respiração de Serkan tocando-lhe o pé do ouvido. Sentiu Serkan apoiar o queixo em seu ombro e fechou os olhos tentando controlar a própria respiração. -- Então vamos voar hoje?

-- Exatamente, Senhora Yildiz-Bolat. -- A voz rouca disse em meio a um riso. O cheiro do shampoo de Eda tão próximo de si fez Serkan suspirar bobamente.

-- Acho que gosto dos nossos sobrenomes juntos. -- Eda confessou um tanto mais nervosa do que deveria estar para um passeio normal a cavalo.

-- Gosta, é? -- Em seu mais profundo interior Eda assumia para si mesma que a voz de Serkan era demasiadamente sexy. Seus olhos se desviaram para as mãos do ruivo segurando as rédeas e Eda mordeu o próprio lábio diante do pensamento que teve. Não havia ninguém os vigiando ali, não precisava de teatro, mas o que Eda queria fazer não seria teatro e esse era o problema, porque não tinha uma desculpa para fazê-lo. Fechando os olhos rapidamente para tomar coragem, os voltou a abrir apenas para deslizar lentamente seus dedos finos pelos braços de Serkan, até alcançar os dedos dele.

Olhou de relance para Serkan e o viu sorrir. Então, percebendo que não fizera nada de errado, entrelaçou seus dedos nos de seu marido, sentindo a suave mão acolher o aperto. Seguraram juntps as rédeas e foram o resto do caminho sem falar mais nada.

-- Pois bem. -- Serkan disse aplicando um beijo lento no rosto de Eda. Não queria sair dali, mas não queria exceder nenhum limite. -- Chegamos. -- Decretou. Ia soltar do aperto de suas mãos, mas Eda o impediu.

-- Espera! -- Disse ao sentir Serkan tentar soltar de sua mão. Não tinha o que falar, só não queria que Serkan a soltasse.

-- Que foi?

-- É... Andar nesse negócio é seguro, não é? -- Disse a primeira coisa que lhe veio à mente. Se permitiu soltar seu peso sobre o corpo do mais velho. A risada de Serkan ecoou pelos quatro ventos.

-- Está com medo, Yildiz? -- Repetiu a pergunta que sua esposa lhe fizera minutos antes.

-- Talvez. -- Disse em meio a um risinho.

-- Eu jamais te colocaria em algum lugar que não fosse seguro para você. -- Serkan disse abraçando o pequeno corpo contra si, antes de soltar das mãos de Eda e descer do cavalo.

-- Se eu morrer a culpa será toda sua. -- Eda disse dramaticamente, descendo do cavalo. Serkan o deixou com um de seus funcionários e foram caminhando até a frente do enorme zepelim. Seus olhos percorriam cada detalhe. -- Uau, é muito maior de perto. -- Constatou boquiaberta enquanto subiam a bordo.

-- E como diz o ditado: Para o alto e avante! -- Serkan disse sorrindo.

E, enquanto o enorme transporte subia, Eda ria bobamente. Adorou o vento tocando seus cabelos daquela forma tão intensa, mas assim que chegaram lá em cima se arrependeu de não ter levado nenhum abrigo. Sentiu os braços de Serkan rodearem sua cintura e permitiu deitar sua cabeça no peito do mais velho. Sentia frio ali em cima, mas o abraço de Serkan fazia tudo ficar mais aquecido.

-- Eu adoro a paz que essa vista propõe. -- Serkan confessou admirando toda a cidade abaixo deles. Eda desviou os olhos para Serkan, ainda em seus braços.

-- Obrigada. -- Sussurrou e Serkan sorriu sem mostrar os dentes.

-- Tudo o que te fizer feliz me fará também, então acho que quem tem que agradecer sou eu. -- Disse de modo terno. Viu o exato momento em que Eda desviou os olhos para seus lábios, prendendo a atenção por vários segundos ali. O momento foi interrompido por um longo suspiro de Eda, que logo em seguida voltou a apoiar a cabeça no peito do rapaz e a contemplar a vista de toda a cidade.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora