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-- Hey... -- Eda disse adentrando a cozinha. Fazia pouco mais de uma semana do ocorrido. -- Como está?

-- Surpresa por ele ainda não ter me despedido. -- Aydan disse. Eda fazia questão de dar seu total apoio a ela. Sabia que a mulher amava seu filho incondicionalmente e a maior prova disso foi ter contado a verdade apenas porque entendeu que Eda queria um relacionamento consistente com seu marido e esconder coisas poderia afetar isso. Eda também se sentia culpada, por culpa dela Serkan fingia não ver Aydan ali.

-- Ele não irá fazer isso. -- Tentou confortá-la.

-- Se fizer eu entenderei. -- Disse sincera.

-- Eda... -- A voz vinda do jardim fez Eda olhar para Aydan como se estivesse se desculpando.

-- Ele só precisa de mais um tempo. -- Falou, logo dando un beijo no rosto da mulher, pedindo licença e indo ver o que seu marido queria.

-- Oi. -- Eda disse sorrindo.

-- Olá, olhos castanhos. -- Serkan disse sorrindo, fazendo sua esposa não resistir e se inclinar, tomando os lábios de Serkan em um beijo manso. Depois de muito chorar, dias atrás, Serkan voltou a agir como se tudo estivesse normal. Isso preocupava Eda, mas pelo menos o rapaz não estava um caco.

-- Não acredito que vai sair, Serkan. -- Eda reclamou entre o beijo assim que viu seu marido arrumado.

-- Não vou. Só vou ali na biblioteca resolver umas coisas sobre o trabalho.

-- Hoje não. -- Eda disse enquanto tinha seus braços envoltos no pescoço de Serkan. Suas bocas praticamente encostadas uma na outra e Serkan caminhava lentamente, fazendo Eda caminhar para trás. -- Hoje é domingo, então está proibido de sair de perto de mim. -- Disse se inclinando e sentindo o gosto dos lábios de Serkan novamente.

-- É coisa rápida, Eda. -- Ele respondeu rindo. Não podia deixar de sorrir diante das reações de Eda. Cada dia mais atenciosa e carinhosa. Não falavam sobre isso, mas era inevitável a troca de carícias e a ação sempre partia de Eda.

-- Não quero saber. -- Eda disse mordendo o lábio inferior de seu marido. Aquele gosto era mais do que viciante. -- Fica aqui comigo. -- Pediu fazendo cara de cachorro pidão e Serkan suspirou.

-- Te chamei para avisar caso você fosse me procurar. Volto em um segundo, prometo. -- Insistiu. Eda assentiu, resignada a isso e deixou um leve beijo no pescoço de Serkan, fazendo seu marido quase desistir de ir para qualquer lugar que fosse longe de seus beijos.

-- Depois promete ir passear a cavalo comigo? -- Eda perguntou e Serkan sorriu assentindo. Não tocavam no tema de Aydan, Eda preferia dar um tempo à ele.

-- Prometo, minha vida. -- Eda quase se desmanchou diante do apelido que ganhara.

-- Ótimo. -- Disse sorrindo, enquanto voltava a ficar na ponta dos pés, colando seus lábios nos de Serkan. A língua macia percorria sua boca livremente enquanto sentia Serkan agarrar com mais força sua cintura. Sorriu entre o beijo ao saber que Serkan provavelmente estava ficando excitado. Ótimo, porque ela também estava.

Eda riu baixinho ao perceber a reação da pele de Serkan se arrepiando inteira ao ouvir Eda gemer baixinho entre o beijo. Foi quando Serkan aprofundou ainda mais o beijo ao sentir Eda arranhar as unhas de leve em sua nuca, deslizando sua língua deliciosamente pela de Eda, que escutaram um pigarro, fazendo ambos olharem para o local.

Eda quase se engasgou ao ver quem estava ali parado diante delas. Ficou pálida e sem reação ao ver ninguém menos que Cenk ao lado de Engin. Não imaginava que veria o rapaz tão cedo, aliás, não imaginava que voltaria a vê-lo algum dia.

Sentiu suas pernas fraquejarem e se soltou de Serkan. O rapaz lhe fitava sério, com olhos magoados. Eda sorria entre o beijo com Serkan e isso ele presenciara, não havia sido dito por alguém, ele vira com os próprios olhos.

Enquanto ele havia passado meses de infelicidade, Eda havia compartido a cama com outra pessoa, caído nos gracejos de outro alguém, beijado outros lábios. Ela não poderia negar que estava gostando.

-- Desculpem atrapalhar. -- Engin disse segurando o riso.

-- Tudo bem, Engin. -- Serkan disse calmo, agarrando a mão de sua esposa da maneira que sempre fazia.

-- Esse aqui é Peter Leroy, o novo administrador. -- Engin disse. Eda piscou lentamente tentando entender o que acabara de ouvir. Ele estava se passando por outra pessoa. Com qual intuito?

-- Muito prazer, Peter. -- Serkan disse estendendo a mão livre para o homem, quem trincou o maxilar antes de segurá-la e sorrir falsamente. -- Será um prazer trabalhar com o senhor. Esta é minha esposa. Eda Yildiz Bolat. -- Falou e o homem a olhou antes de se aproximar.

-- Com todo o respeito. -- Ele disse à Serkan antes de agarrar a mão de sua amada e deixar um beijo na mesma. A pele macia de Eda não havia mudado, o que havia mudado era o jeito que percebeu que Eda queria contrair a mão ao sentir seu toque. -- É um prazer, Senhora. -- Eda estava atordoada. Não sabia o que pensar.

-- Eu... Eu preciso ir. Serkan... Eu tenho... lembrei de algo... -- Serkan a olhou confusa.

-- Está bem, Eda? -- Serkan perguntou acariciando sua mão. Eda prendeu a respiração e assentiu.

-- Sim. Só... Vá resolver suas coisas. Mais tarde nos vemos. -- E ia saindo. Serkan segurou levemente seu pulso e se inclinou, tocando seus lábios no rosto de Eda. Havia percebido que sua esposa havia ficado tensa e mesmo sem entender decidiu não forçar a barra.

-- Até mais tarde, então. -- Ele disse, acompanhando com os olhos Eda sair dali visivelmente alterada.

Eda não sabia o que fazer. Não esperava ver Cenk. Não esperava que ele fosse ali, com um nome falso. Por que razão faria isso? Talvez não soubesse que Serkan havia liberado sua entrada na cidade.

Os olhos azuis do homem lhe fizeram sentir o estômago revirar e o coração acelerar, mas não por algum sentimento bom, senão por medo. E se Serkan achasse que ela combinou com ele sobre mentir? E se ela contasse a verdade à Serkan e o mesmo decidisse que, pela mentira, Cenk deveria ser castigado? Não amava o homem, mas não queria o mal para ele. Era um bom homem.

Tampouco queria perder Serkan. Nos últimos meses se viu caindo profundamente de amores por seu marido. O queria, o desejava, era totalmente apaixonada por ele. Havia pedido à Deus para ter algo bom além do arco-íris e o que encontrara era muito mais do que bom. Nenhuma riqueza e nem nada poderia se comparar ao que sentia por Serkan.

Era algo puro, sincero, que crescia a cada dia. Mas quem poderia julgá-la? Serkan era o homem mais doce, paciente e compreensivo que conhecia em toda a sua vida. Qualquer pessoa se apaixonaria.

-- E agora? O que faço? -- Sussurrou para si mesma.

Por semanas havia desejado Cenk de volta, mas agora só queria que o homem fosse embora para ser feliz longe dali. Tentou, mas não conseguiu decifrar o que o rapaz estava fazendo ali. O que ele pretendia se passando por outra pessoa? Precisava descobrir.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora