-- Estou indo. Tenha um bom dia. -- Serkan disse à Aysun, se curvando em uma rápida reverência.
-- Serkan? Posso falar com você? -- Aysun aochamou. Serkan a encarou e assentiu. -- Bem... ai, que vergonha, não sei nem como te pedir isso.
-- Apenas diga, Senhora Yildiz. – Disse desconfiado. Havia descoberto a mentira de Aysun ao dizer que Eda o queria também.
-- Será que não poderíamos morar na cidade? Digo, agora que você e minha filha estão noivos acho que seria melhor. Inclusive para a proteção dela.
-- Proteção?
-- Sim, querido. Eu não queria lhe preocupar, mas tenho que cuidar de minha criança. -- Abaixou o tom de voz. -- Tem um rapaz perseguindo Eda.
-- Por isso ela chorava ontem? -- Serkan perguntou preocupado.
-- Sim. Ela teme que ele a machuque, mas por favor não conte a ela que te contei. Ela odeia depender das pessoas, mesmo que seja para sua própria segurança. -- Disse. Serkan se viu mais irritado do que deveria.
-- Hoje mesmo arrumem suas coisas. Mandarei virem buscar vocês. Ficarão em minha casa, em quartos de hóspedes. -- Informou. -- E Aysun... -- Suspirou. -- Não me diga o nome desse infeliz, porque eu não sei o que serei capaz de fazer com ele. Apenas informe nos portões o nome dele, assim sua entrada fica proibida na cidade e ele não vai importunar Eda nunca mais. Deixarei avisado sobre tudo aos guardas. Eles apenas aguardarão o nome.
-- Oh meu Deus. Você é um anjo, querido. Obrigada. -- Disse fingindo emoção. -- Mas tem certeza que quer que fiquemos em sua casa? Podemos ficar em um hotel ou algo assim. Além do mais, não quero que falem que Eda já está morando com você antes de casarem.
-- Não se preocupe. Minha casa é bem grande e tem quarto de hóspedes para todos. Não dormirei com Eda.
-- Ótimo. O casamento pode ser em uma semana? -- Serkan arregalou os olhos em surpresa.
-- Aonde vou conseguir quem nos case e quem faça os preparativos do casamento em tão pouco tempo, Senhora?
-- Oh, querido, tenho certeza de que conseguirá de algum modo. Você é o chefe de todos. Confio em você, agora com licença. Tenho que arrumar as malas. -- Serkan, sem argumentos, apenas assentiu, se despedindo e saindo do local.
[...]
-- Você ficou louco? Como assim em uma semana? -- Engín perguntou incrédulo.
-- Em uma semana ou em um ano, ela não vai me amar de qualquer jeito, Engín. Então qual a porra da diferença?
-- Você não pode ter certeza disso.
-- Eu vejo nos olhos dela. Ela tem medo de simplesmente um esbarrar de nossas mãos.
-- Então por que vai se casar com ela, criatura?
-- Porque ninguém vai me amar da forma como espero. Já me conformei, Engin. Eda é doce e se pelo menos posso fazer com que ela não sofra nas mãos de um idiota por aí não me importo em casar com ela.
-- Selin te ama como mulher, se ela pode, qualquer outra também pode.
-- Selin só diz sentir essas coisas porque conviveu comigo desde criança, Engin. Quem não me conhece jamais sentiria nada.
-- Por quê? Você é bonito, rico, gentil... qualquer uma se apaixonaria fácil, irmão.
-- Ninguém aceita isso por aqui para suas filhas. Mesmo que elas queiram, os pais não autorizam. -- Serkan disse. -- Eles só me engolem porque sou o que manda nessa merda toda. Se meu pai não tivesse deixado tudo para mim eu nem sei o que teria sido de mim.
-- Serkan, ainda acho uma burrice o que está fazendo.
-- Eu não iria fazer, satisfeito? Mas Engin, ela suplicou. Chorou para eu casar com ela. Eu não poderia deixar ela sofrer assim sendo que posso fazer algo.
-- Você não é a porra de gênio da lâmpada para sair por aí realizando pedidos. – Falou inconformado.
-- Os dela sim. -- Serkan falou de forma imperativa. -- Passei o último semestre a olhando. Agora que posso pelo menos tê-la por perto...
-- Se você quer assinar sua sentença de sofrimento eu não vou falar mais nada. Eu já avisei.
-- Serkan? -- A voz feminina interrompeu a conversa dos dois.
-- Sim, Piril? -- Serkan disse, olhando em direção à meia cabeça para dentro da porta.
-- Desculpe incomodar, mas Selin está te chamando.
-- Diga à sua irmã que agora eu não...
-- É verdade que vai se casar? -- A voz fina invadiu o lugar, atropelando o corpo de Piril.
-- Selin, falei para não fazer isso. -- Piril reclamou.
-- Eu preciso saber se é verdade. Me diz, Serkan! -- A garota magra, de olhos azuis, cabelos loiros até seus ombros e baixa estatura exigiu aos prantos. Serkan suspirou e assentiu.
-- Sim. Vou me casar e ela e sua família vem para cá ainda hoje. Quero que os trate com respeito, por favor, pequena.
-- Nunca! -- Gritou. -- Ela me roubou você. Eu nunca a tratarei bem.
-- Ela não me roubou de você, Selin. Eu não sou seu, nunca fui. Já disse milhões de vezes que meu carinho por você é igual o que tenho por sua irmã e por seu pai.
-- Serkan... -- A mulher tentou abraçar ele, mas o mesmo segurou os dois pulsos da garota no alto, impedindo tal ato.
-- Quero que a trate com respeito, ou terei que te tirar daqui. ‐- Disse de forma suave, mas ríspida.
-- Vai me expulsar por essa...
-- Cuidado com o que vai dizer! -- Alertou. -- E eu jamais te expulsaria, apenas teria que te deixar em minha fazenda.
-- Ela irá se comportar, Serkan. Não precisa fazer isso. -- Piril intercedeu por Piril e Serkan assentiu.
-- Eu odeio vocês. -- Piril disse irritada e saiu correndo dali. Piril acompanhou com os olhos sua irmã sair do lugar.
-- Desculpe por isso, Serkan. -- Piril pediu e Serkan negou com a cabeça antes de abrir os braços para Piril, quem se aproximou e abraçou seu amigo. -- Felicidades no casamento, meu amigo. Eu sequer sabia que iria se casar, já que você é um amigo ingrato e não me conta as coisas. -- Disse rindo.
-- Obrigada, Piril. -- Replicou. -- Não contei nada porque nem eu sabia. -- Ele disse rindo de forma contida.
-- Como assim? -- Perguntou saindo do abraço deles.
-- Serkan é um eterno trouxa, Piril. -- Engín disse rindo.
-- Me respeita. Eu posso diminuir seu salário. -- Serkan brincou e Engin arregalou os olhos.
-- Se atreva a fazer isso e eu diminuo meu trabalho, aí você pode ir comandar a da infantaria. Quero ver dominar aqueles cabeças duras. -- Serkan arregalou os olhos e negou com a cabeça.
-- Pode ficar no comando deles. Eu deixo. -- Disse e Engin sorriu satisfeito.
-- Ainda quero saber por que Engin disse que Serkan é um eterno trouxa. -- Piril falou e Serkan suspirou.
-- Bem ... -- E passou as próximas horas contando para sua amiga, sendo interrompida o tempo inteiro por Engín.
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Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - Edser
Romance[Concluída] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Eda, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Cenk, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Aysun, deseja que a filha con...