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Oieeeee, mais um capítulo hoje(Nem sei quantos já postei), é que estou muito animada com essa história e ver vocês comentando me mostra que também estão gostando, então vamos lá!

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Enquanto Eda mordiscava algo sem ânimo aparente, Serkan criava teorias mirabolantes sobre o que acontecia dentro da cabeça de sua esposa. Eda andava quieta ultimamente, mais do que o normal. Ela parecia triste, como se as horas não importassem; como se tudo tivesse perdido a graça.

-- Você está bem? -- Serkan perguntou, visivelmente preocupado. Haviam se casado quatro dias atrás e o aparente "entusiasmo" de Eda quanto a isso era notório.

-- Sim. -- Eda se limitou a dizer apenas isso. Seus olhos acompanharam o exato momento onde Serkan se levantou, deixando suas costas à disposição dos olhos de Eda novamente. Usava uma camisa branca. Ela se perguntou se alguma roupa que seu marido usava lhe cairia mal, pois até o momento tudo ficava bem nele.

Serkan caminhou até a geladeira, inventada a pouco tempo, e pegou leite, entornando o líquido numa leiteira e pondo a mesma para esquentar.

-- O que está fazendo? -- Eda perguntou curiosa. Rosália geralmente era a única pessoa da casa a tocar no fogão, mas a mulher havia ido à feira de domingo e por isso não estava presente. Serkan não gostava de ter outros empregados na cozinha, Rosália mesmo fazia questão de ser a única a cozinhar e, caso houvesse casos onde Rosália saía, Serkan não se importava de cozinhar. Havia aprendido muita coisa com a doce senhora, afinal, passara maior parte de sua infância com a mulher.

-- Meu pai me dizia quando eu estava triste... -- Deu uma pausa para pegar mais algumas coisas. – Que um pouco de chocolate quente ajuda.

-- Mas não estou triste. -- Eda protestou.

-- Isso é o que você, minha estrela, diz. -- Serkan disse sorrindo e Eda suspirou, fitando-o.

-- A Melo costuma dizer que chocolate quente é a melhor coisa do mundo. -- Eda disse sorrindo amplamente diante da recordação da amiga.

-- Melo? -- Serkan perguntou confuso, enquanto entornava uma barra de chocolate na leiteira, juntamente com um pouco de açúcar e começou a revolver o líquido.

-- Sim. Minha melhor amiga. -- Explicou.

-- Estava no casamento? Eu a vi?

-- Não. Mamãe achou melhor ela não aparecer por lá. -- Explicou.

-- E por quê? -- Perguntou ainda sem entender.

-- Ela não se encaixa na nobreza, de acordo com a minha mãe.

-- Vocês... Se conhecem há muito tempo? -- Perguntou assim que despejou o líquido na xícara e estendeu para Eda. A mesma ia beber um pouco, mas Serkan se apressou em falar. -- Cuidado! Está quente.

-- O nome é "chocolate quente" Por alguma razão. -- Eda disse brincalhona e Serkan sorriu, vendo sua esposa rir antes de começar a soprar o vapor de cima do líquido, experimentando logo em seguida.

-- E então?

-- Uma delícia. -- Eda disse sorrindo. -- E quanto a sua pergunta...Conheço desde que tinha treze anos.

-- Parece gostar muito dela. -- Serkan analisou.

-- A amo. -- Apontou. -- Como a irmã que nunca tive.

-- Quase consigo imaginar vocês duas correndo entre as barracas do povoado enquanto sua mãe gritava seu nome enfurecida. -- Falou rindo. -- "Eda, volte aqui sua insolente. Não foi essa a educação que eu te dei." Fez uma voz imitando Aysun e Eda arregalou os olhos, gargalhando. Eram exatamente as palavras de sua mãe.

-- Isso era algo que ela diria, com certeza. -- Sorriu. -- Melek, nome da Melo, sempre foi aventureira e, bem, correr da minha mãe era uma das melhores aventuras. -- Serkan não podia imaginar o porquê da mãe de Eda impedir sua amizade, mas ele não se importava da mesma existir, porque era nítido a importância da garota para Eda. Sem perceber levou sua mão até uma das mãos de Eda e apertou, de uma maneira respeitosa.

-- Você fica tão mais linda sorrindo. -- Disse genuinamente. -- E não estou tentando parecer galanteador, pois falharia miseravelmente. -- Assumiu rindo. -- Digo porque é a mais singela e pura verdade. -- Eda enrubesceu e baixou seu olhar para sua xícara.

-- Obrigada. -- Eda não desfez o contato das mãos. Serkan tinha um aperto calmo e mãos macias, deveriam tranquilizá-la, mas a imagem de Serkan a desejando como esposa ainda a assustava, apesar de jamais ter sido desrespeitada. O ruivo nunca havia dito que se interessava por ela, mas a forma como a olhava deixava bem nítido isso. -- Me sinto em débito com você. -- Eda confessou sem perceber que as palavras saíam em voz alta.

-- Por quê? -- Perguntou surpreso.

-- Você se casou comigo, porém não tem uma esposa que cumpra...você sabe. -- Terminou corando.

-- Mas tenho uma esposa que cumpre o papel de amiga. Estou mais do que satisfeito. -- Eda se sentiu pior ainda. Não tratava Serkan como um amigo e sim como uma ameaça. Dizia para si mesma que deveria se sentir confortável perante àqueles verdes intensos, mas não conseguia nada além de sentir-se intimidada.

As palavras de Serkan, ao invés de trazerem conforto, vieram como um soco na boca do estômago de Eda. Claro que havia momentos onde ela esquecia que era casada e ria com leveza das coisas ditas por Serkan, mas isso era apenas em uma fração de minutos. Logo estava ela sofrendo interiormente de pânico pela aproximação ou por algum toque do ruivo. Um simples esbarro em suas mãos já fazia Eda achar que Serkan mudaria de ideia e reclamaria seus direitos como marido.

-- Ambos sabemos que não sei exercer esse papel com você. -- Eda confessou envergonhada.

-- Ainda. -- Serkan não disse mais nada, apenas tratou de se concentrar em não encarar Eda. Sabia que seus olhares assustavam a garota, no entanto, não podia evitar sempre. Às vezes se pegava fitando os lábios de Eda enquanto ela falava alguma coisa.

-- Ainda. -- Eda repetiu após algum tempo, decidida a tentar dar a Serkan sua amizade. Tentaria se livrar de seus medos e confiaria que Serkan realmente só queria sua amizade, sem maldade, sem segundas intenções. Apenas sua amizade, no jeito mais puro e sincero. -- E você, não vai tomar chocolate quente?

-- Depois.

-- Por quê? Não te agrada chocolate quente pela manhã? -- Perguntou curiosa.

-- Adoro chocolate quente a qualquer hora do dia. -- Sua risada rouca fez Eda sentir-se confortável com sua presença. -- Mas a última barra de chocolate preparei para você. Vou esperar Rosália retornar. -- Eda não entendia como Serkan podia ser tão prestativo e gentil o tempo inteiro. Se permitiu examinar as feições do homem sentado a sua frente e enxergou satisfação.

Como poderia ele estar satisfeito tendo casado-se com alguém que não o ama, quase foge dele e ainda toma sua última barra de chocolate com leite?

Desviou o olhar de Serkan quando viu que o olhava por tempo demais. Era natural olhar para Serkan, Eda pensava. Todos ali perdiam longos minutos fazendo isso com suas expressões embasbacadas, provavelmente um efeito colateral por ter essa beleza cativante, pensou novamente Eda, voltando a tomar seu chocolate quente no silêncio intimidador do ambiente.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora