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-- Desculpa a demora, Eda. -- Serkan sussurrou ao deitar-se na cama ao lado de sua esposa. Já havia tomado seu banho e estava exausto. Ao chegar do trabalho se deparou com Eda dormindo serenamente e entendeu absolutamente, afinal chegara quase uma hora da manhã em casa. Aplicou um beijo no rosto de sua esposa e se reclinou na cama.

-- Desculpo. -- A voz baixinha de Eda assustou Serkan, que achava que ela estava dormindo.

-- Desculpa ter te acordado. -- Serkan pediu, surpreso.

-- Não dormi nem meia hora e que bom que acordei, preciso passar sua pomada. -- Disse com a voz ligeiramente rouca.

-- Não precisa, está cansada e eu também. Amanhã eu faço isso. -- Disse em tom cansado.

-- Não, senhor! Quero que essas marcas saiam logo. -- Impôs, se levantando desajeitosamente e pegando o tubo já conhecido por ambos. -- Seu ombro está melhor?

-- Já não dói quase nada. Foi só de raspão, vai cicatrizar rápido. -- Disse enquanto desatava o laço de seu roupão preto, abrindo o mesmo e o retirando de seu corpo.

-- Se já sabe o procedimento... -- Eda começou, fitando paralisada o abdômen  completamente exposto de Serkan. -- Por que não se vira de uma vez?

-- Vou ter que virar depois de frente de qualquer jeito... -- Serkan disse sorrindo cinicamente. -- Por que já não começa na frente hoje? -- Eda suspirou e assentiu, engolindo em seco ao ver a cueca branca que quase nada escondia de seu marido.

Sentou-se na beira da cama e levou a pomada gelada aos seus dedos, começando a fazer os movimentos circulares nos hematomas de Serkan, hoje menos arroxeados que no dia anterior.

-- Estão muito melhores hoje. -- Eda disse analisando as marcas no corpo do rapaz e ele assentiu.

-- Já não doem também. -- Alegou.

-- Isso é bom. -- Respondeu contente pelo resultado da pomada estar surtindo efeito. -- Por que chegou tão tarde? -- Não era ciúmes ou cobrança em sua voz e sim curiosidade.

-- Quiseram mudar nossa estratégia diante à guerra e aceitei. Tivemos que refazer todo o plano de cada compartimento. Infantaria, cavalaria, artilharia...

-- Nossa, parece cansativo. -- Falou sorrindo ligeiramente. -- Senti sua falta quando fui treinar na corda hoje.

-- Treinou hoje? -- Serkan perguntou surpreso.

-- Sim. Depois de ter ajudado Rosália na cozinha. -- Explicou. -- Ah! Espero que não se importe de que eu tenha montado em um de seus cavalos hoje.

-- Nossos cavalos. -- Corrigiu, levando uma mão à sua boca, bocejando logo em seguida.

-- Certo. -- Eda disse. Se sentia intimidada com o olhar de Serkan fixo nela. Duvidava que algum dia se acostumaria com isso. -- Por que me olha assim?

-- Assim como? -- Serkan perguntou arqueando uma sobrancelha.

-- Como se só existisse eu no mundo. -- Falou ruborizando.

-- Você é linda demais para eu desperdiçar a vista e, bem, tecnicamente no meu mundo só existe você.

-- Não seja tolo! -- Censurou envergonhada. -- Existe Engin, Piril... Selin. -- Disse mordendo a parte interna de sua bochecha para não parecer enciumada.

-- Oh, sim. Principalmente Selin. -- Serkan disse brincando, mas recebeu um olhar tão, mas tão mortal que se arrependeu instantaneamente pela brincadeira que fez. -- Estou brincando, Eda.

-- Hm. -- Falou olhando apenas para o lugar onde aplicava a pomada. -- Quer saber, Serkan? Aplique essa merda sozinho. Eu estou com sono. -- Disse tentando se levantar, mas a mão de Serkan segurou seu pulso suavemente.

Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - EdserOnde histórias criam vida. Descubra agora