-- Serkan... -- Eda disse boquiaberta.
-- O que está esperando para ir abraçá-la? Suponho que a saudade seja grande. -- Falou sorrindo. Duas semanas depois de seu casamento Serkan não resistiu em contatar a melhor amiga de Eda ao perceber que ela sempre falava sobre Melek. Via o quanto seus olhos brilhavam ao falar da garota e decidiu levá-la à um passeio por sua fazenda, no qual, intencionalmente, sua melhor amiga lhe esperava na sala de estar.
Eda não demorou nem dois segundos para ir abraçar sua melhor amiga. Melo abriu os braços no mesmo instante que viu sua amiga ir em sua direção. Se abraçaram por um longo tempo e Serkan desejou que Eda lhe abraçasse com o mesmo entusiasmo algum dia. Sorriu genuinamente ao ver a cena.
-- Oh, meu Deus. Parece que não te via há anos. -- Melo disse sorrindo, analisando sua amiga dos pés à cabeça. -- Está linda, Dadá. Suponho que esteja sendo bem cuidada.
-- Obrigada. -- Eda respondeu sorrindo. -- Senta aqui, me conta como foi com a Fifi desde que saí de lá. E a Ayfer? Oh meu Deus, ela deve ter ficado louca. -- Eda falava em disparada enquanto se acomodava no imenso sofá localizado ali.
-- Eu, hm... vou deixar vocês a sós. -- Serkan disse, chamando a atenção de ambas para si. -- Vou visitar meus outros cavalos. Se precisar de mim estarei no estábulo. -- Falou se inclinando perto de Eda e deixando um beijo em sua testa. -- Com licença.
-- Não é por nada não, mas... Que olhos! -- Melo falou assim que Serkan cruzou para fora da porta e Eda não se conteve em rir.
-- Tire os olhos de cima do meu marido. -- Eda alertou em tom de brincadeira. Ambas riram até Melo suspirar.
-- Ainda não entendi o que houve. -- Falou simples. -- E Cenk?
-- Não quero falar disso. -- Disse abaixando seu olhar. A última vez que conversaram Eda ainda namorava Cenk e, provavelmente, Melo também não saiba do casamento do cretino.
-- Ele me perguntou de você esses dias.
-- Não quero falar disso! -- Eda repetiu firmemente e sua amiga assentiu.
-- Está feliz? -- Sua amiga perguntou, realmente preocupada.
-- Serkan é carinhoso, atencioso, brincalhão...
-- E tem aqueles olhos... -- Melek disse se abanando e Eda lhe acertou um tapa de leve em seu braço. -- Assuma que você também perde o fôlego com aqueles olhos. -- Eda enrubesceu e abaixou o olhar para suas mãos.
-- Melo, para com isso! -- Pediu sentindo suas bochechas arderem.
-- É seu marido. Não deveria se envergonhar. -- Falou rindo.
-- Você não liga de eu ter me casado com um... bastardo? -- Eda perguntou surpresa.
-- Quem chupa a sua intimidade diz respeito somente a você, Eda. -- Disse, fazendo Eda arregalar os olhos e enrusbescer. -- E eu jamais julgaria. Olha bem para aquele homem, um semideus. -- Disse rindo novamente.
-- Você não muda.
-- E você não respondeu minha pergunta. -- Falou enquanto voltava a franzir os olhos e as sobrancelhas de forma sugestiva. -- Ele não te tira o fôlego?
-- Ele é realmente maravilhoso. -- Eda respondeu deixando um pequeno sorriso aparecer em seus lábios sem nem perceber.
Conversaram por horas naquela sala sobre as últimas semanas, sobre Fifi e Ceren, sobre a Ayfer, que ficava de cabelos em pé com as discussões das meninas, sobre a perspectiva de ambas para o futuro e apesar de Serkan já não ter o que fazer em sua fazenda, em momento algum ousou interromper a conversa das garotas.
-- Hey, garoto, voltei. -- Serkan disse à um de seus cavalos. -- Vou ficar mais um tempo aqui com você. -- Falou se apoiando na madeira que separava ele do animal. -- Parece que Eda ficou feliz com a surpresa. -- Ele falou sorrindo, lembrando-se do sorriso de sua esposa.
-- Eu gosto de quando ela sorri. É bonito. -- Voltou a falar enquanto levou uma mão ao animal, acariciando a crina do mesmo. -- Você precisa vê-la. É linda em sua forma mais pura. -- Falou suspirando. -- Acho que ela está perdendo o medo de mim. Às vezes até segura em minha mão sem que eu precise pedir. Eu sei que é para manter as aparências, mas mesmo assim...
-- Serkan? -- Deu um pulo ao ouvir a voz de sua esposa. A garota riu baixinho. -- Desculpe te assustar.
-- Tudo bem. -- Falou se aproximando, se recompondo do susto.
-- A Melo precisa ir embora, mas a convidei para ir em sua casa algumas vezes. Tem problema?
-- A casa é sua também. -- Falou sorrindo calmo. -- E não. Pode convidar quem e quando quiser para lá. -- Falou e Eda assentiu. -- Bem, vamos?
-- Claro. -- E quando Serkan começou a andar sentiu seu corpo ser parado por uma mão segurando seu antebraço.
-- Serkan?
-- Sim? -- Respondeu se virando para a mais nova. A garota parecia envergonhada por algo.
-- Obrigada por isso. -- E, sem dizer mais nada, abraçou bruscamente seu marido. Serkan foi surpreendido pelo ato, mas logo devolveu o abraço da mais nova.
-- Não precisa me agradecer.
-- É claro que preciso. -- Eda falou afastando a cabeça de ombro de Serkan, mas não suas mãos do redor do pescoço dele. Encarando-o nos olhos lembrou das palavras de sua amiga e riu. Claro que o olhar de Serkan sobre si a tirava o fôlego, e agora, depois de sua amiga confessar que Serkan tirava o fôlego de qualquer uma, percebeu que não tem problema em admitir isso.
-- Por que ri? -- Serkan indagou confuso.
-- Não sei. -- Eda respondeu. -- Talvez a percepção de algo nos deixe idiotas.
-- Percepção?
-- Seus olhos... Eles são lindos. -- Serkan abriu a boca sem reação. Jamais esperaria um elogio de Eda.
-- Obrigado. -- Serkan disse sentindo seu coração se aquecer. -- Mas ainda prefiro os seus.
-- Castanho é uma cor comum demais.
-- Em você nada é comum. -- Ele tratou de responder rapidamente. -- É tudo um conjunto único. -- Eda corou e Serkan limpou a garganta, não querendo parecer oportunista por estar aproveitando-se de um simples elogio. -- Vamos?
-- É...Certo, vamos. -- Se desfez da proximidade de Serkan. Caminharam por toda a extensão da fazenda, pois ambos entraram em comum acordo de que era bom tomar um pouco de ar fresco.
-- Seyfi... Volto logo para dar um passeio em meus bebês. -- Sentiu os dedos de Eda se entrelaçarem nos seus, mas, quando iria se iludir com tal feito, viu um dos guardas analisando longinquamente ambos.
-- Sim, senhor. -- A cabeça de Eda se encostou em seu ombro em sinal de cansaço e Serkan se despediu logo do rapaz.
-- Hora de levar minha fada para descansar. -- Serkan falou calmo.
-- Estou com frio. -- Eda disse com voz manhosa e Serkan riu baixinho, soltando a mão dela e passando seu braço ao redor da garota.
-- Melhor? -- Eda assentiu ao sentir a mão de Serkan subir e descer em seu braço com intenção de aquecê-la. Não viu maldade no ato, ou segunda intenção, até porque não havia. -- Ótimo.
Serkan se sentia terrível por estar desfrutando de uma situação armada, onde sua esposa só fazia essas coisas para provar para os outros o quanto esse falso casamento era real, enquanto Eda nem sequer havia reparado que havia um guarda ali, agira por impulso, mas não ligava, afinal de contas, Serkan não havia reclamado. Sentia-se feliz por finalmente ter começado a ver que Serkan não era um bicho de sete cabeças. Claro que sabia da gentileza da rapaz, mas o pânico de se estar casada a perseguia antes. Começar a sentir-se à vontade com Serkan era bom, incrivelmente bom.
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Lütfan, Eda, beija logo esse homem kkkkk
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Over the rainbow(Além Do Arco-íris) - Edser
Romantizm[Concluída] Over the Rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Eda, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por Cenk, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Aysun, deseja que a filha con...