Cristal - Livro 3

Capítulo 7

Cristal

  O que tinha acabado de acontecer? Noah, meu Deus eu beijei o Noah, nos beijamos, e eu não me lembro de já ter sentido tanto fogo com apenas um beijo, o beijo que foi sem dúvidas para o primeiro lugar dos melhores beijos da minha vida, e foi com a pessoa que mais me provoca no mundo inteiro.

  Eu sabia que uma parcela grande da tensão entre nós dois era sexual, a minha parte da tensão pelo menos, mas eu tinha tido a prova de que da parte dele também existia um desejo ardente.

  Porquê é que estou indo embora de perto dele como o diabo foge da cruz então? Eu não sei a droga da resposta, e isso me deixa pocessa, porque eu sei a resposta para muitas coisas, muitas mesmo, assim que volto para os estábulos desço quase correndo e sigo direto pra dentro da casa.

- Meu Deus o que aconteceu com você? - Paro quando escuto a voz de Aileen.

- Cai no rio. - Faço minha melhor cara de inocência. - Por isso voltei.

- Meu Deus!

- Você já disse isso, acho que ele ouviu da primeira vez.

- Sim eu sei, mas... - Ela se aproxima e me olha atentamente. - Você se machucou?

- Por sorte não, e como já estava lá dentro decidi mergulhar, a água é maravilhosa. - E beija muito bem.

- Realmente é um belo rio e nesse calor não tem nada melhor.

- Sim, é o rio mais bonito que já vi, e estava maravilhoso, mas agora estou toda molhada, você se importa se eu for tomar um banho e tirar essa roupa molhada? - Aponto para a porta a minha frente.

- Claro que não, os outros estão descansando antes do jantar, você não fez isso, tente dormir um pouco, a viagem foi longa.

  Balanço a cabeça e entro no quarto, tiro as roupas molhadas do corpo e tomo um banho morno, em seguida visto a roupa mais confortável que tenho e tento segui o conselho de Aileen deitando para dormir.

  Peguei no sono segundos depois, quando acordei já estava escuro, coloquei um vestido longo de alcinhas e uma rasteirinha confortável, um pouco de maquiagem é um pouco de perfume, prendi o cabelo em coque alto já que ele tinha virado um caso perdido

  Sai do quarto ao mesmo tempo que meu pai, ele sorriu e corri ao seu encontro pegando seu braço estendido e também sorrindo, bom, alguns hábitos nunca mudam e correr feliz para meu pai era um desses, agora que morávamos longe um do outro qualquer chance de estarmos juntos era agarrada.

- Você parece confusa. - Olho para seus olhos azuis.

- Não estou confusa papai.

- Não? Então estou perdendo o jeito.

- Você nunca vai perder o jeito... Talvez eu esteja, só um pouco confusa. - Ele sorri pequeno e da uma batidinhas em minha mão.

- Quer conversar sobre isso?

- Não agora papai, mas obrigada.

- Quando quiser sabe que estou sempre com você não é? Não importa a hora.

- Sim pai. - Beijo sua bochecha antes de entrarmos no jardim.

  Uma grande mesa estava posta, era tão grande que eu tinha certeza de que alimentariam um batalhão ali, quase todos já estavam sentados, na primeira cadeira estava sentado o senhor Dominic seguido por Anna, Matt, Aileen, Scarlet, tio Will, tia Cristina, Brandon, mamãe, Loren, Mason, Tyler, Heidi, Mariah e sobravam as últimas três cadeiras.

  Eu quase corri para me sentar ao lado do pai de Matt, mas meu pai parecia ter planos de passar o jantar conversando com o homem, puxou a cadeira vazia do meio para mim e eu não pude negar, não na frente de todos, e eu sabia quem era a única pessoa que faltava ali, e essa passaria metade da noite sentada ao meu lado.

  Menos de um minuto depois Noah saiu de dentro da casa, e Deus, estava magnífico, com uma calça jeans e uma camisa polo vinho, aquele tipo de calça deveria ser proibida no mundo, o homem estava tão gostoso nela que quase derreti na cadeira, e pra piorar quando olhei para seus rosto ele tinha um sorriso cretino nos lábios, fui pega no flagra quase babando por ele.

  Noah deu a volta na mesa e se sentou ao meu lado na única cadeira vaga da mesa e quando senti o cheiro do seu perfume quase me levantei e fui sentar na mesinha das crianças.

- Sua pele está ótima. - Ele disse como quem não quer nada. - Tomou sol esta tarde?

- Eu passei a tarde muito bem, até ter sido atrapalhada por uma situação inconveniente, seu cretino.

- Ora, ora, aí está a pequena megera que eu conheço, me diga está solteira por opção ou... Não, com certeza é porque ninguém aguenta você.

- Esse é o pensamento de um homem fraco, que com certeza não daria conta de uma mulher como eu. - Olho ao redor e todos interagem enquanto a comida é servida, alheios a nós dois, então decidi provoca-lo um pouco - Eu tenho um apetite sexual difícil de saciar, não sou como qualquer uma dessas mulheres com quem você costuma almoçar, mas me diga Noah onde ela está? Bom, acho que ela não te aguentou por muito tempo não é?

  Satisfeita me viro para agradecer ao ao empregado que encheu minha taça de vinho e depois olho para comida que parece deliciosa, até então eu não lembrava que estava com tanta fome.

- Você tem razão. - Olho para Noah de boca aberta, tenho? - Ela não aguentou, acho que preciso procurar uma mulher com o apetite sexual mais difícil de saciar, você sabe, em cima, em baixo, de quarto, de lado, no chuveiro, em qualquer parede e até mesmo no chão, duro e forte.

  Pisquei aturdida sentindo um calor descomunal passar pelo meu corpo e se instalar lá, no meio das minhas pernas, minha respiração ficou mais rápida e respirei fundo, mas quando fechei os olhos imagens da mais diversas posições vieram a minha cabeça, eu deveria matar Noah, sumir com o corpo e viver bem pelo resto da minha vida até virar a tia dos gatos.

  Peguei os talheres com força e comecei a comer imaginando como seria enfiar qualquer faca no pescoço de Noah, ou em cima, e no braço, ou embaixo, no estômago? E de lado...
  Isso não ia dar certo, não mesmo, eu estava tão, tão ferrada.