Noah
Olhei mais uma vez para o relógio, Aileen e Matt estavam distraídos e Cristal tinha sumido, será que tinha acontecido algo com a maquiagem? Ela só foi retocar o batom, quanto tempo isso poderia levar afinal.
Um garçom se aproximou da mesa e me entregou um papel dobrado e saiu apressado, estranhei mas não me importei muito, desdobrei e quando li senti o sangue deixando meu corpo, "Estou com sua linda pedra azul, ache a sala de descanço certa filho, estamos esperando. "
Me levantei imediatamente ignorando os olhares de espanto, caralho, corri em direção ao banheiro e entrei sem pensar, estava vazio, se ele tocasse nela eu o mataria, sai em disparada procurando qualquer sala, eu nem sabia se naquele lugar haviam salas de descanso, abri todas as portas que encontrei.
Deus do céu, era um lugar enorme, cheio de salas, e eu peguei um casal que estava em um momento bem íntimo, mas nem se quer me importei em pedir desculpas, eu só pensava em encontrar Cristal, nada além disso, quando estava quase desistindo e voltando para chamar a segurança quando abri uma última porta.
Ela estava sentada em um divã, parecia estar com raiva e tinha uma postura desafiadora, mas eu sabia que estava assustada, estava meio encolhida, e com os braços cruzados, assim que entrei vi Joseph de pé perto de uma janela, sem pensar duas vezes fui ate ele com raiva, mas Cristal correu e se colocou entre nós dois.
- Calma Noah! - Não desgrudei meus olhos daquele homem nenhum segundo.
- O que você acha que está fazendo? Eu vou matar você! - Tentei avançar mais uma vez, mas teria que machucar Cristal para passar - Você trouxe ela pra cá a força?
- É melhor se controlar garoto, só estávamos conversando. - Empurrei Cristal para o lado e segurei o colarinho dele - Se eu fosse você não faria isso, uma queixa de agressão deve me dar mais vantagem para ter meus filhos de volta.
- Ele tem razão Noah, eu estou bem, ele não me machucou. - Ela segurou meu braço e me puxou para trás.
- Você veio pra cá por que quis? - Pergunto segurando seu rosto e ela nega, tensiono o maxilar com tanta força que sinto meus dentes doerem, fecho os olhos e levanto a cabeça - Vou matar você Joseph.
- Não sei se é de bom tom me chamar pelo nome, sou seu pai. - Olho para ele, olho no olho.
- Você não é meu pai, eu tive um ótimo pai, que felizmente não era você.
- Se quer assim, por mim tudo bem, mas devo confessar que fiquei surpreso quando descobri, que dia foi mesmo? - Ele coloca as mãos nos olhos e levantou a mão - Ah sim, foi quando você roubou meus filhos.
- Não roubei nada Joseph, você as estava maltratando, não dava amor e nem carinho a eles, sei de tudo o que você fazia, tem ideia de que elas precisam de um psicólogo? Tem ideia do que fazia? Eu não roubei, eu salvei eles, se você fosse um pai ao menos razoável eu não teria feito nada além de ajudar.
- Que caridoso, sabe Noah, eu acho que não te reconheci porque você não se parece com ela, eu achava que você lembrava alguém, mas não sabia quem, talvez eu tivesse descoberto se você tivesse nascido com olhos azuis como ela, afinal de contas só me envolvi com Sthefania porque era uma mulher muito bonita.
- Não fale dela, não diga o nome dela. - Aponto o dedo em forma de aviso - Vamos Cristal.
- Se eu fosse você escutaria o que eu tenho a dizer.
- Porquê eu faria isso Joseph, escutei sua voz irritante mais tempo do que devia, acredite.
- É mesmo? Pode ir, mas saiba que não vou parar.
- Parar? - Me viro novamente e observo ele se sentar calmamente em uma cadeira, só então percebo que ele está vestido com uma roupa igual a dos garçons - Parar com o que exatamente? Não tenho medo de você.
- Ora, parar de tentar tira-los de você, nunca vai poder leva-los para morar na Itália, nunca vai ter sossego, porque vou fazer questão de ir à imprensa, tenho certeza de que você nunca vai ter paz, nem sua família, nem eles, nunca vão conseguir ter uma vida normal porque vou sempre estar atrás de vocês. - Sinto uma vontade ainda maior de socar a cara do desgraçado, mas eu tinha que pensar nas crianças.
- O que você quer? - Pergunto impaciente.
- Quero o restaurante de volta, você vai fazer o grande favor de doa-lo para mim.
- Tudo bem. - Digo por fim, eu tinha aprendido a gostar do restaurante, mas se aquele era o preço pra ficarmos em paz - Posso fazer isso em breve.
- Ótimo, e tem mais... - O homem estava testando todos os meus limites - Quero uma quantia mensal.
- Você sabe quanto aquele restaurante está valendo e faturando? É mais do que suficiente pra você ficar rico. - Falo entre dentes.
- Tem razão, mas não quero apenas ser rico, fiz meu dever de casa, e vou te confessar que se eu soubesse o quanto você é rico... Digo, milionário, eu teria te procurado muito antes, nao vai ser tão fácil, sei que você fatura muito dinheiro.
- Eu trabalho para isso!
- Sim, sim, é claro, quer que eu diga que estou orgulhoso? Na verdade não, eu te odeio.
- Saiba que é muito mais do que recíproco seu velho babaca do caralho!
- Pelo amor de Deus! - Cristal solta meu braço e da um passo ficando entre nós dois - Diga de uma vez o que você quer Joseph, você já encheu minha paciência, se não falar de uma vez eu mesma vou fazer um escândalo, porque vou socar sua cara. - Ela aponta o dedo para o nariz dele - Pode apostar que já fiz isso!
- Quero o restaurante. - Ele agora fala para ela e sorri - E dois milhões por mês, e nunca mais chego perto de vocês.
- Você está louco? Acha que não tem nada melhor pra ser feito com esse dinheiro? Acha que alguém é idiota? - Não ousei dizer nada, Cristal pela primeira vez estava ficando brava.
- Isso não é nada pra ele mocinha, não vai fazer falta no bolso dele.
- Não me venha com essa seu velho interesseiro, você me fez ficar aqui mais de vinte minutos na sua triste companhia, me falando que queria resolver tudo, mas você só quer dinheiro, não se importa com nenhum dos seus filhos. - Ela deu mais um passo na direção dele - Pois saiba que ele não te dará o que quer, não vai te devolver o restaurante, muito menos sustentar você e suas prostitutas, você não vai mais nos procurar.
- Acho que está enganada, posso fazer da vida de vocês um inferno. - Ela sorriu e revirou os olhos.
- Acredite, eu sou Cristal Immers, minha família é muito mais do que influente, quero que pesquise sobre mim como fez com ele, e depois verá que eu é que vou fazer da sua vida um inferno, e pior, você vai sair disso sem nenhum tostão, porque é um homem hipócrita e aproveitador, sempre foi, estou cansada de você. - Ela novamente faz pose de durona - Ele não vai te dar o restaurante, nós vamos te dar um milhão de dólares e você vai sumir, e isso é só por piedade, porque você é o pai deles, estamos entendidos?!
- Não!
- Ótimo, agora vão ser só quinhentos mil, vamos marcar em algum lugar pra você pegar o dinheiro, estou farta. - Ela não abaixou o dedo, ficou lá encarando ele nos olhos por segundos intermináveis - Agora estamos entendidos?
- Sim.
- Ótimo, vamos Noah, quero ir embora desse lugar. - Nós nos viramos e começamos a andar.
- Você tem personalidade, achei que fosse só uma mulher fútil, mas além de inteligente é muito bonita, se você tivesse nascido em outra época eu com certeza iria tentar conquistar você, com certeza seria uma ótima esposa. - Sem pensar dei meia volta e soquei a cara dele, ele cambaleou e colocou a mão na bochecha.
- Não olhe para ela assim nunca mais, se tocar nela outra vez eu te mato, e pode apostar que estou falando sério, não me teste Joseph, não sou minha mãe, não sinto nada além de repulsa por você.
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Cristal - Livro 3
RomanceCristal Immers é sem dúvidas espirituosa, muitas vezes sem papás na língua mas sem dúvidas uma observadora nata. Cristal é mais uma das jóias Immers, dotada de grande beleza, atitude, independência e exóticos olhos azuis, Cristal não é uma mulher qu...