MAIA
Já passa da meia noite quando coloco o carro na garagem e salto dele correndo para dentro de casa. Dirigir não é algo que eu goste tanto, ainda mais a noite, mas quando meu melhor amigo me liga dizendo que sua namorada de anos terminou com ele nada me impediria de estar com ele.
Assim que entro vou até nossa porta compartilhada e entro em sua sala. A luz da sala está acesa, mas ele não está nela então vou para o quarto onde o encontro dormindo sem camisa, com três latas de cerveja vazias ao lado da cama e a luz acesa.
— Sério, Dev? Não podia me esperar? — Eu murmuro baixo e me abaixo pegando as latas do chão tentando não fazer barulho.
Levo as garrafas para a lixeira e antes de voltar para o quarto envio um áudio para Mark avisando que estou de volta a Atlanta. Então volto para o quarto e apago a luz me enfiando na cama com Devon.
Tem sido assim nossa vida, nossas piores noites foram passadas assim, dividindo a mesma cama. Ele nem se mexe enquanto me deito, ele apagou real.
Ou pelo menos por um tempo, porque quando sou acordada pelo movimento na cama e olho pela janela o céu ainda está escuro, o que significa que não dormi muito.
— Ei...
Me viro para o olhar, vendo apenas um pouco graças a iluminação que vem dos postes da rua e entra pela janela.
— Não queria te acordar. — Ele está sério enquanto olha para cima sem se virar para mim. — Que horas chegou?
— Um pouco depois da meia noite. — Me deito mais de lado estico minha mão mexendo no cabelo dele. — Quer conversar?
Espero que ele diga sim, é por isso que eu dirigi até aqui, para o ouvir desabafar. Afinal são anos de relacionamento e um término inesperado, deve ter muito que ele quer dizer. Na verdade a parte do inesperado não sei se é tão real, porque na última vez que ela esteve aqui eu senti algo estranho, a falta de empolgação deles e o conflito de cada um querer viver em um lugar. Eu acendi o alerta vermelho, mas mas não disse a ele. Talvez se eu tivesse dito algo ele estaria preparado.
— Relacionamentos terminam. — Dev diz essas duas únicas palavras.
— Sim, e como se sente em relação a isso? Você e Barb estavam juntos há muito tempo, não deve ser fácil. — Eu tento estimular ele a falar porque meu terapeuta sempre diz que precisamos colocar tudo para fora.
— Eu não disse eu te amo para ela.
Eu me sento e olho na direção do rosto dele sem entender muito bem o que ele está falando. — Não disse eu te amo quando? É por isso que terminaram?
— Não. — Devon respira fundo uma vez antes de se sentar também. — Ela disse que nos tornamos só conhecidos com pouco em comum, que nem nos esforçávamos para nos ver mais, que nos acomodamos do jeito que estava. A gente se acostumou a não ter a presença um do outro.
Pesado, mas ela tem um bom ponto, e a falta de empolgação deles quando estavam aqui juntos depois de quase três meses sem se verem comprova isso. — E você discorda dela?
— Talvez, eu não sei, ela disse tudo com tanta convicção que eu não consegui encontrar nenhum argumento forte o bastante para rebater.
— Não conseguiu ou não tinha nenhum, Dev? — Pergunto a ele. — Sei que são quase seis anos e eu nunca vi um casal tão perfeito um para o outro aos dezessete anos, mas vocês se afastaram, nós não temos mais dezessete anos, as coisas mudam. Eu honestamente achei que se casariam e teriam três filhos, mas será que talvez todos nós não estávamos idealizando vocês dois e não vendo a realidade atual de tudo?
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Por toda a vida (Metrópoles #1)
RomanceSpin-off de Astros de Duke Maia e Devon são melhores amigos desde que ela nasceu quatro horas depois dele e suas mães dividiram um quarto na maternidade. Quando foram para a faculdade Maia entrou na Universidade da Carolina do Norte e Devon em Duke...