MAIA
Normalmente eu me assustaria se acordasse e tivesse alguém no meu quarto. Mas não quando é Devon, porque essa cena já se repetiu mais vezes do que posso lembrar.
Nossos pais sempre nos deixaram entrar e esperar dentro do quarto se o outro ainda estivesse dormindo. Só que normalmente faríamos isso e ficaríamos mexendo no celular, mas Dev está sentado na beira da cama me olhando.
— Ei bela adormecida. — A mão dele segura em minha perna por cima da coberta.
Sorrio torto, por preguiça e também porque lembro que ele provavelmente está chateado por eu contar a Barbara. E, principalmente, porque a essa altura talvez já tenham reatado o namoro. E, eu não consigo ficar brava com ele, obviamente eu amo esse homem, e iria amar estar com ele romanticamente falando. Mas também estou feliz por não o perder totalmente, nós ficaremos bem.
— Que horas são? E a quanto tempo está aqui?
Me sento devagar me encostando na cabeceira, e passo a mão pelo cabelo para o ajeitar.
— São mais de seis e meia, acho que estou aqui há quase meia hora. — Ele responde e olha pela janela. Já começou a escurecer lá fora. — Você não me respondeu o fim de semana todo.
— Uhum. Estava um pouco preguiçosa. — Me justifico. — Como foi tudo em Nova York?
Isso é conversa fiada, mas é melhor do que falarmos sobre Barbara ou sobre nosso breve "Eu nunca". Esses assuntos podem ficar para trás.
— Bem. — Devon tira o sapato e sobe na cama se sentando ao meu lado puxando a coberta sobre ele também. — Consegui os investidores. E ontem fui beber na mansão do Brayden Cross.
Ele tem aquele brilho de animação nos olhos quando diz isso. É claro não é todo dia que você bebe na casa de um jogador que está no top 5 dos melhores quarterbacks do país.
— Uau! — Olho de lado para ele. — Deve ter sido legal, que bom que se divertiu. É tipo ir para um jantar com os deuses do Olimpo.
Devon da risada, é bom ter uma conversa leve de amigos novamente.
— E você, o que fez? Saiu?
Movo a cabeça negando. — No máximo fui no shopping na sexta comprar sapato. — Dizer isso me lembra do fato chato daquele dia. — Na volta esbarrei com Mark no supermercado. Ele foi um grande desgraçado, as coisas que ele disse mexeram com minha cabeça. Como eu pude me envolver com aquele homem? Ele é nojento.
— Se tivesse me dito antes eu teria te impedido.
Reviro os olhos para ele, mas ele na verdade tem razão, Devon é um cara decente, ele provavelmente sabe identificar outros caras assim.
— Da próxima vez peço sua aprovação primeiro. — Garanto a ele com seriedade.
— Próxima vez?
A expressão dele quando diz isso parece meio surpresa ou chateado. É um olhar de reprovação que eu vejo.
— Sim. Não que eu esteja pensando nisso, tem o trabalho e a pós, então não estou procurando ninguém. Mas logo a Barbara vem pra Atlanta e vocês vão morar juntos e...
— O que? — Devon me interrompe. — Você as vezes precisa se escutar e perceber que está falando bobagem. Por que eu iria morar com Barbara?
É uma pergunta séria a que ele me faz, e eu posso dizer que é porque ele percebeu durante a última semana que quer voltar, e porque a beijou na sexta, e porque hoje chegou querendo conversar com ela.
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Por toda a vida (Metrópoles #1)
RomanceSpin-off de Astros de Duke Maia e Devon são melhores amigos desde que ela nasceu quatro horas depois dele e suas mães dividiram um quarto na maternidade. Quando foram para a faculdade Maia entrou na Universidade da Carolina do Norte e Devon em Duke...