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MAIA

Um domingo sem churrasco no quintal do Devon é um domingo perdido. Jared também roubou Tess de mim hoje, então estou sozinha.

Já é mais de uma e meia quando abro a geladeira para ver o que tem para fazer que seja rápido e fácil, mas também poderia pedir comida, essa ideia é bem atraente.

O ruim de ser indecisa é que não consigo decidir entre tantas opções de pratos e restaurantes, estou distraída em escolher quando ouço duas batidas na porta.

Vou para a sala para abrir a porta, mas então tem uma nova batida e descubro que não era na porta de entrada e sim na minha porta compartilhada com Devon.

— Maia? Posso entrar?

Oh Deus. Nada contra Barbara, além da forma insensível que ela escolheu terminar com Devon e a forma sem avisar que apareceu no domingo passado, mas fora isso nada mesmo.

Sempre achei ela uma pessoa tranquila e que fazia bem para Dev, mas nunca foi uma das primeiras no topo das pessoas que gostaria de ver num domingo e depois desses últimos dias que meus sentimentos estão conflitantes garanto que quero menos ainda.

— Pode. Está aberta. — É o que respondo porque ela nunca foi nada menos que gentil comigo e não tem motivos aceitáveis para eu não retribuir isso. — Tá tudo bem? Precisa de algo?

Barbara já empurrou a porta e entrou só um pouco. Ela está muito ela, ou seja, elegante e disposta independente do dia ou horário.

Eu estou enfiada em calça de moletom e camiseta, e com o cabelo preso bagunçado. A diferença é gritante. É meio que compreensível...

— Desculpa atrapalhar, não sei se tem planos para hoje, mas pedi mexicano e é bastante para duas. — Ela pausa só para ver se entendi o óbvio sobre ela estar me convidando. — É meio chato almoçar sozinha em um domingo.

É, eu também acho. Mas agora é a hora que crio um compromisso imaginário e dou o fora.

— Vi que Devon tem uma garrafa de tequila guardada. — Ela acrescenta.

Ele tem? Ele disse para mim que tinha acabado quando perguntei em um dos churrascos. Estava escondendo o ouro.

— Agora você me ganhou. — Digo a Barb. — Vamos lá comer e beber como mexicanos.

Ela parece aliviada quando eu assinto. Talvez ela tenha sentido toda a tensão, Barbara não é burra, ela até perguntou na quarta se Devon e eu estávamos brigados.

— Ok, estou esperando. — Ela vai para a casa de Devon de volta.

Vou para o meu quarto só para vestir um jeans e soltar o cabelo, é o máximo de esforço que quero fazer.

Barbara tem razão em me chamar, a comida não dá só para dois, dá para três ou quatro.

— Se sobrar a gente deixa para o Devon comer quando chegar mais tarde. — Ela decide e eu concordo.

Pego os pratos e os talheres os colocando na mesa, e depois pego uma cadeira para pegar os copinhos de vidro que Devon insiste em deixar muito no alto.

Nós vamos para a sala depois que nos servimos.

— O que gosta de assistir? — Pergunto quando ligo a televisão.

— Em um domingo? Qualquer bobagem que estiver passando. — Ela está segurando um taco perto da boca.

Gostei da resposta dela, é isso que faço. Coloco em um programa desses de auditório e deixo passando.

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora