MAIA
Ainda estou tremendo quando desço do carro de Devon e corro para a porta da minha casa.
Mark estava no aquário com as filhas e a ex-esposa, ou atual esposa já que ele estava a beijando. Eu deveria ter percebido que algo estava errado, principalmente nas últimas semanas que ele sempre tem que trabalhar ou estar com as filhas. As raras vezes que nos encontramos fora do escritório foi basicamente sexo.
Todos os sinais estavam claros, Tess também já havia me dito que ele sempre volta para ela.
Encaixo a chave na fechadura e a viro abrindo a porta de casa.
— Maia?
Olho para trás para ver Devon vindo atrás de mim, ele não falou nada o caminho todo enquanto eu chorava, mas uma vez que estamos em casa ele vai querer falar sobre isso.
— Eu quero ficar sozinha. — Minha voz falha um pouco durante a frase. — Mas está tudo bem. Não é a primeira vez, certo?
Entro em casa esperando que ele respeite meu espaço, mas Devon entra depois de mim.
— É a primeira que acontece com um cara casado, e eu não sei como se envolveu nisso, logo você que sabe como isso afeta uma família, você e sua mãe sofreram muito com a traição do seu pai. — Ele fala isso como se não estivesse mexendo em um ponto sensível para mim. — E você já tinha dezessete anos, aquelas meninas são só crianças.
— Eu não sabia, ok? Não venha com moralismo, eu sei como dói, eu seria a primeira a pensar nisso. — Minha voz sobe um pouco.
Devon não tem direito de vir falar disso comigo, principalmente agora. Eu não fiquei dizendo a ele que parte do fracasso da relação dele com Barb é porque ele sempre teve prioridades principais e ela estava em segundo ou terceiro plano. Poderia ter dito isso a ele hoje, mas não era o momento.
— Você não sabia ou não queria saber? Eu posso elencar todos os sinais que eu percebi. Vocês nunca saíram publicamente, ele não conheceu seus amigos, você sempre se adequou aos horários dele, e ainda teve Tess dizendo sobre as idas e vindas. — Ele percebeu muita coisa enquanto eu achava que ele não sabia nada. — Você vai fazer vinte e três anos Maia, não é mais tão inocente, as vezes as pessoas só querem focar que alguém as quer e se fazem de cegas para o resto.
Uau, eu estou sendo julgada pelo senhor certinho, o que nunca erra, o que nunca acreditou em algo sem questionar.
Passo as duas mãos pelo cabelo o colocando para trás, antes eu estava só triste, mas agora eu estou irritada. Com Devon por me dizer essas coisas agora, comigo mesma porque mesmo falando na hora errada talvez esteja certo e eu me deixei ser feita de burra.
— Você sabe tanto sobre isso, não é? Sobre querer muito acreditar que uma pessoa gosta de você. Já deve ter passado por isso tantas vezes. — Dou uma risada seca olhando para ele. — Ah não espere, você sempre foi o cara bonito, nunca teve que se preocupar se as pessoas iam gostar de você por quem você é e te enxergar além da aparência. Você não sabe como é um alívio encontrar alguém que parece gostar de você de verdade e não se importa se você não é uma modelo da Victoria's Secrets. Então talvez eu tenha ficado cega por isso, talvez eu sempre fique, mas qual o seu direito de me julgar por isso?
— Não estou julgando, estou tent...
— Sim, você está! — Vou até a porta que divide nossas casas e a abro apontando para dentro da sala dele. — Boa noite Devon.
Dev arregala um pouco os olhos, eu o estou expulsando pela primeira vez desde que tínhamos sei lá, dezessete anos. Só preciso digerir isso sozinha, sem a interferência dele me julgando. Eu só quero pensar com clareza no que aconteceu.
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Por toda a vida (Metrópoles #1)
RomanceSpin-off de Astros de Duke Maia e Devon são melhores amigos desde que ela nasceu quatro horas depois dele e suas mães dividiram um quarto na maternidade. Quando foram para a faculdade Maia entrou na Universidade da Carolina do Norte e Devon em Duke...