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MAIA

Devon tinha coisas para resolver fora do prédio onde trabalhamos, em andares diferentes, o que significa que estava sem minha carona. E significa mais, que eu precisei dirigir, o que detesto, e acordar sem Devon batendo em minha porta me avisando que vou me atrasar.

Resultado? Eu me atrasei.

Estou quase meia hora atrasada quando sento na minha cadeira, e demora exato um minuto para o telefone tocar, a linha direta do senhor Greene. Tento parecer menos ofegante depois de ter corrido pelo prédio e atendo.

— Senhor? Sinto muito pelo atraso, não vai acontecer de novo. — Tenho certeza que eu já disse isso antes.

Ele não dá importância para minhas desculpas. — Pode vir a minha sala, Maia?

— Claro.

Eu não digo mais nada antes que ele desligue, então me levanto e pego meu celular de trabalho onde tenho a agenda dele anotada e sigo para sua sala.

Ele é um homem imponente atrás de sua mesa, e mais quando se levanta assim que entro na sala. Ele precisa de apenas quatro passos para vencer o espaço da sala e tirar o celular de minha mão antes de me beijar.

Fecho meus olhos me deixando aproveitar. Nós não fazemos muito isso no escritório porque alguém pode entrar, mas sempre que ele me beija no trabalho me sinto animada. Como se de alguma forma fosse uma promessa de que vamos parar de nos esconder.

— Bom dia, está atrasada. — Ele sorri após o beijo.

Mark Greene é meu chefe, mas também é algo mais, ele também é doze anos mais velho do que eu, tem duas filhas e saiu de casa há três meses, ou seja, um divórcio vai acontecer, só é complicado porque envolve filhos. É por isso que ainda é cedo para assumirmos algo.

— Dev precisou sair cedo para uma reunião antes do trabalho e eu perdi meu despertador e minha carona. — Me explico sobre o atraso e dou um passo atrás. — Podemos conferir sua agenda?

Destravo a tela do smartphone e abro a agenda, Mark tem um dia cheio.

— Ainda acho estranho você e esse seu amigo terem livre acesso a casa um do outro a hora que quiserem.

Ergo meu olhar do smartphone para Mark, seria bonitinho ele ter ciúmes, mas não de Dev. Devon é meu garoto, tem sido assim a vida toda, ninguém pode ter ciumes dele.

— Nossa amizade não é igual as comuns, eu confio e preciso dele por perto. — Me justifico. — Dev sabe tudo sobre mim.

— Contou a ele sobre nós? — A preocupação é nítida na voz dele.

Abaixo o celular dando atenção total a conversa. — Não, nem a ele, nem a ninguém. Estou esperando você resolver tudo.

— Em breve. — Ele estica a mão e segura a minha me fazendo dar um pequeno sorriso.

O barulho na porta faz o momento durar quase nada, antes que a porta se abra nossas mãos já estão longe.

— Aqui está a secretária, eu deduzo. Eu entrei sem ser anunciada, você não se importa, não é querido? — A mulher dizendo isso tem uma elegância que nunca terei na vida, cabelos loiros longos e um sorriso milimetricamente perfeito.

Estou deixando de fora que ela parece uma modelo recém saída de uma sessão de fotos da Vogue. E está chamando Mark de querido.

— Por que me importaria? — Ele está indo até ela e segura a sua mão como fez com a minha só alguns segundos atrás. — Tudo bem com as garotas, Claudia?

Por toda a vida (Metrópoles #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora